Uma visão dos nossos históricos anos sessenta e um pouco antes

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Pilotos:
Agnaldo de Goes Aldo Costa Alfredo Santilli Amauri Mesquita Antonio C. Aguiar Arlindo Aguiar Aroldo Louzada Bica Votnamis
Bird Clemente Bob Sharp Breno Fornari Caetano Damiani Camillo Christofaro Carlos Sgarbi Catharino Andreatta Celso L. Barberis
Christian Bino Heins Ciro Cayres Domingos Papaleo Eduardo Celidonio Emerson Fittipaldi Emilio Zambelo Ênio Garcia Eugênio Martins
Francisco Lameirão Fritz D'Orey Graziela Fernandes Haroldo Vaz Lobo Henrique Casini Jan Balder Jaime Pistili Jayme Silva
José Tôco Martins Júlio Andreatta Luiz A. Margarido Luiz Carlos Valente Luiz Pereira Bueno Luiz Valente Marinho Nicola Papaleo
Nilo de Barros Vinhaes Norman Casari Orlando Menegaz Nastromagario Pedro C. Pereira Piero Gancia Raphael Gargiulo Ricardo Rodrigues de Moraes
Roberto Gallucci Roberto Gomez Salvador Cianciaruso Toninho Martins Victorio Azzalin Vitório Andreatta Waldemar Santilli Zoroastro Avon
Preparadores e/ou construtores:
Anísio Campos Jorge Lettry Miguel Crispim Nelson Brizzi Toni Bianco Victor Losacco    
Pioneiros:
Ângelo Juliano Benedicto Lopes Chico Landi Chico Marques Gino Bianco Hermano da Silva Ramos Irineu Correa João R. Parkinson
Manuel de Teffé Nascimento Junior Norberto Jung Sylvio A. Penteado Villafranca Raio Negro    

 

Página acrescentada em 02 abril de 2005. 
 
Vitório Andreatta
por Paulo Roberto Peralta

Vitório e Catharino

Nasceu em Porto Alegre (RS), no dia 11 de janeiro de 1942.
Filho de Catharino Andreatta e sobrinho de Julio Andreatta, não podia ser diferente, assim que completou 18 anos aprendeu a pilotar com o pai e logo aos 19 anos de idade estreou em competições.

1961 - 24 Horas de Interlagos com Aldo Costa
1961 - IV Circuito “Cidade de Pelotas

Correu em junho de 1961 a "II 24 Horas de Interlagos" em dupla com Aldo Costa com um Simca Chambord e chegaram em um belo 6º lugar. Sua estréia "solo" foi na prova "IV Circuito Cidade de Pelotas" com um Renault Dauphine em novembro de 1961, resultado desconhecido.

O automobilismo gaúcho sempre foi muito pujante, ativo, e gerou alguns dos melhores pilotos do Brasil, cada um à sua época: Norberto Jung, Diogo Elwanger, Oscar Bins, Breno Fornari e os irmãos
Catharino e Julio Andreatta.

Com carreteras sua primeira corrida foi em 1962 com um Chevrolet/Corvette na " Prova Porto Alegre-Torres", onde conseguiu um ótimo 2º lugar atrás de Catharino, seu pai. Depois participou de duas provas com o Renault Dauphine, abandonou uma e chegou em 2º lugar na outra, o lendário "Circuito da Pedra Redonda". Em outubro participou do "IV Quilômetro de Arrancada de Porto Alegre" com carretera Chevrolet obtendo o 2º lugar.

1962 - I Festival de Recordes

Em novembro aconteceu sua primeira vitória, foi no “I Festival de Recordes”, prova entre Guaíba/Camaquã (ida e volta), no qual bateu a marca de 193 Km/h com uma carretera Ford que antes pertencia à seu pai, sua média foi de 196,775 Km/h, recorde a nível nacional em carreteras.

Começou o ano de 1963 participando já no mês de janeiro do "GP Estrada da Produção, no trecho entre Carazinho e Porto Alegra. Inicialmente previsto para o dia 19 mas em virtude das fortes chuvas durante a semana que impediam a conclusão das obras de alguns trechos da nova rodovia, o GP foi adiado para o dia 27.
O vencedor da corrida, na geral e na categoria força livre, foi Vitório Andreatta, com a carretera Ford nº 4, com o tempo de 2h,51m,6s e média horária de 113,26 km/h.
Logo após a chegada Vitório deu o seguinte depoimento::
“ - Esse expressivo resultado veio encher-me de justíssima satisfação. Mesmo com um contra-tempo, pneu furado, soubemos eu e o meu eficiente companheiro Antônio Tergolina superar os problemas e chegar ao ponto final da corrida na posição de honra. Aliás, graças à operosidade do Tergolina, um mecânico de mão cheia, consegui esse extraordinário triunfo, que pertence 80% a ele. Quero, outrossim, lamentar profundamente as avarias sofridas pelo carro do meu genitor (o Chevrolet nº 2 de Catharino chegou sem o capô), pois acredito que não fora isso, a “dobradinha” de nossa escuderia dificilmente seria desfeita” - Diário de Noticiais (29/01/1963)
"... Quase todos os carros eram tipo carretera. A ‘inauguração’ da estrada foi um golpe publicitário do Governador Leonel Brizola. O prêmio ao vencedor foi um luxuoso JK entregue por Brizola a Vitório Andreatta, filho do lendário Catharino Andreatta.” - Frase dita pelo sr. Flávio no grupo “Memórias Soledadenses” do Facebook
Depois de mais  três corridas, com: FNM/JK 2000, Simca e Carretera Ford, em dezembro passou a correr pela famosa equipe Willys, de fábrica, e já na estréia venceu a prova “II 500 Milhas de Porto Alegre” (15/12/1963) em dupla com Wilsinho Fittipaldi. Ou seja, sua carreira avançava tão rápida quanto ele pilotava nas pistas.

1963 - GP Estrada da Produção - Chegada 1963 - Brizola entrega trofeu e a chave do FNM/JK

1963 - II 500 Milhas de Porto Alegre - Equipe Willys

 

1962 - Recorde de 50.000 Km rodados pelo Gordini

Em 1964 foi um dos pilotos da equipe Willys que participaram, entre 26 de outubro e 16 de novembro, da prova de resistência do Renault Gordini em Interlagos onde foram batidos e estabelecidos diversos recordes de distancia e tempo de permanência na pista: rodaram 51.233 Km em 22 dias na média de 97,03 Km/h, sem parar.

Diversas provas ele disputou correndo contra o pai e/ou o tio, outras correu em parceria com o pai, tricampeão da prova “Mil Milhas Brasileiras” em Interlagos (1956, 1958 e 1959), todas em parceria com Breno Fornari.
Em 1965 Catharino queria encerrar suas participações naquela prova (Mil Milhas) correndo em parceria com o filho, e se possível vencendo é claro. Mas pela manhã, já ocupando o primeiro lugar e com boas chances de vitória, uma falha mecânica (quebra do setor de direção) os tirou da prova. Era Vitorio quem pilotava e ele ficou desolado ao lado do carro na pista.

1965 - VII Mil Milhas Brasileiras - Acidente

1965 - VII Mil Milhas Brasileiras - Vitorio desolado 1966 - XII Propva Antonibho Burlamaque
 
1966 - Prova Antoninho Burlamaque

Em 23 de janeiro de 1966 na 12ª edição da "Prova Antoninho Burlamaque", entre Cachoeirinha/Capão da Canoa, seu destino foi estabelecer mais um recorde de velocidade: percorreu o percurso com a Carretera Chevrolet n° 2 em apenas 49m e 47s.
Vitório competia pela escuderia da família, a Galgos Brancos, e optou por correr com a carretera do pai, Catarino Andreatta, apenas trocou o número 2 pelo 4, que ele usava.
O carro com que venceu era um antigo Chevrolet, com um potente motor de Corvette. Antes, o veículo havia pertencido aos pilotos paulistas José Giménez Lopes e Camilo Christofaro e, posteriormente foi comprado por Catharino e em 1964, a carenagem foi rebaixada e o carro recebeu novos pára-lamas e faróis no formato de bolha, a partir de um trabalho da equipe

Nos treinos do VI 500 Quilômetros de Porto Alegre a carretera superaqueceu

1968 - VI 500 Quilômetros de Porto Alegre

1968 - VI 500 Quilômetros de Porto Alegre

Em 1967 não participou de nenhuma corrida.

Em 1968 correu apenas 2 provas, sendo uma delas o “VI 500 Quilômetros de Porto Alegre” (RS) que foi a última prova de sua carretera Ford, perdeu apenas para uma BMW pilotada por Chico Landi e Jan Balder da Equipe CBE de Eugenio Martins, e a outra foi a “III 12 Horas de Porto Alegre” em parceria com Catharino, naquela que foi talvez a última corrida de seu pai, com um Ford Corcel Bino cedido pela equipe Bino-Ford para promover o lançamento daquele modelo.

Em 1969 só uma prova, "Rodovia Presidente Kennedy, mais uma vez com o Ford Corcel Bino, 11° na geral e 2° na categoria T-1.6.

Em 1970 novamente não correu nenhuma prova, apesar da inauguração do Autódromo de Tarumã.

Em 1971 com um VW Sedan 1.6 participou de 5 provas, todas no Autódromo de Tarumã (RS), após a prova “VII 500 Quilômetros de Porto Alegre” no Autódromo de Tarumã ele anunciou que ia encerrar sua carreira:
“- Estou revoltado e decepcionado com tudo que cerca o automobilismo no Brasil. A desorganização dos dirigentes e a falta de apoio dos órgãos governamentais me fazem desistir definitivamente de participar de qualquer corrida!" (JB - 21/1071)

Em 1972 apesar de ter anunciado o fim de suas participações em corridas, ele fez uma participação na prova “V 12 Horas de Porto Alegre” formando trio com os irmãos Afonso e Ivan Iglesias em um Chevrolet Opala:
“ A maior atração da prova “12 Horas de Tarumã” que iniciará a zero hora de amanhã no autódromo gaúcho, será o retorno de um piloto que estava afastado das pistas a mais de cinco anos, Vitório Andreatta, filho do mais famoso volante gaúcho de todos os tempos, Catharino Andreatta.” (JB - 07/10/1972)

Em 1973 ele novamente voltou às pistas, mas dessa apenas vez para prestigiar a inauguração do Autódromo de Cascavel (PR), correu de novo com um Chevrolet Opala e com um 4º lugar..

Depois de largar as provas e as pistas continuou envolvido com carros, era dono de um posto de combustíveis em Porto Alegre que tinha o nome de seu pai e era o local onde guardava seus troféus e relíquias daqueles tempos.

O Autódromo de Tarumã, em dezembro de 2000, passou a se chamar "Circuito Catharino Andreatta" e foi Vitório quem descerrou a placa comemorativa, em uma justa homenagem à seu pai, um dos maiores pilotos do Rio Grande do Sul.

Em sua última entrevista à uma revista, ao ser questionado se tivera um ídolo, respondeu:
"- Um ídolo? Meu pai! Ele foi campeão em uma época em que não havia pneus especiais e freios ABS. Meu pai tinha técnica e garra, qualidades que julgo necessárias em um vencedor. E ele foi."

Em 9 de fevereiro de 2003 um câncer o venceu, aos 61 anos de idade. Casado, tinha três filhas.



Participações em provas  (com a colaboração de Paulo Roberto Renner - RS)

03/06/1961 - II 24 Horas de Interlagos - com Aldo Costa - Simca Chambord n° 33 - 2.432cc. - 6° lugar
26/11/1961 - IV Circuito “Cidade de Pelotas/RS - Renault Dauphine n° 53 - 845cc. - Classif. não lembrada
04/03/1962 - I Prova Porto Alegre-Torres/RS - Carretera Chevrolet/Corvette n° 4 - 4.500 cc. -
2° lugar (1ª corrida de carretera)
06/05/1962 - I 12 Horas de Porto Alegre/RS - Circuito da Cavalhada - com Clóvis Moraes - Renault Dauphine 845cc - AB
23/09/1962 - I Circuito da Pedra Redonda - Porto Alegre/RS - Carros Nacionais - Renault Dauphine 845cc. - 2º lugar

14/10/1962 - IV Quilômetro de Arrancada de Porto Alegre/RS - Avenida Farrapos - Carretera Chevrolet n° 2 - 4.500 cc. - 2° lugar
18/11/1962 - I Festival de Recordes - Guaíba/Camaquã/RS - Carretera Ford n° 6 - 4.200cc. -
1° lugar
27/01/1963 - G. P. Estrada da Produção - Carazinho/Porto Alegre/RS - Carretera Ford n° 4 - 4.200cc. - 1° lugar
23/06/1963 - 12 Horas de Porto Alegre/RS - com Haroldo Dreux - FNM JK/2000 nº 53 - 1.975cc - AB
11/08/1963 - II 6 Horas de Pelotas - com com Antonio Tergolina - Simca n° 53  - 2.432cc. - 4° lugar na Classe C
23/11/1963 - I 1600 Quilômetros de Interlagos - com Antonio Tergolina - Carretera Ford n° 6 - 4.200cc. -
5° na geral e 4° na cat.TFL
15/12/1963 - II 500 Milhas de Porto Alegre/RS - Circuito da Cavalhada - com Wilsinho Fittipaldi - Willys Interlagos n° 21 - 998cc. - 1° lugar (estréia na equipe Willys)
16/02/1964 - III Circuito da Cidade de Torres/RS - Renault 1093 - 845cc. - 4° na geral e 2° na cat. T-850
24/05/1964 - II 12 Horas de Brasília DF - Trampolim do Eixo - com Rodolfo Olival Costa - Willys Interlagos n° 21 - 998cc. - 4° na geral e 3° na cat. T-1.3
14/06/1964 - III 6 Horas de Pelotas/RS - com Luiz Fernando Andreatta - Renault Gordini 1093 845cc - ND
15/08/1964 - I Mil Quilômetros de Interlagos - com Catharino Andreatta - Carretera Chevrolet n° 2 - 4.800cc. - 12º na geral e 9º na cat. TFL

23/08/1964 - II Festival de Records - Guaíba/Pelotas/RS - Carretera Chevrolet n° 78 - 4.800cc - 2° lugar
30/08/1964 - III 3 Horas de Velocidade - Interlagos - Renault 1093 n° 41 - 845cc. -
7° na geral e 2° na cat. T- 850
18/10/1964 - I 500 Quilômetros da Guanabara/RJ - Barra da Tijuca - com José Carlos Pace - Willys Interlagos n° 21 - 998cc. - 2° na geral e 2° na cat. T-1.3
27/03/1965 - II 1600 Km de Interlagos - com Catharino Andreatta - Carretera Chevrolet n° 2 - 4.500cc. - 20º na geral e 8º  na cat, TFL
26/04/1965 - III 12 Horas de Brasília/DF - Trampolim do Eixo - com Carol Figueiredo e José Carlos Pace - Willys Interlagos n° 12 - 998cc. - 7° na geral e 3° na cat. T-1.3
27/11/1965 - VII Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - com Catharino Andreatta - Carretera Chevrolet n° 2 - 4.500cc. -
AB - 27° na geral e 13° na cat. TFL (pelo nºde voltas)
23/01/1966 - XII Prova Antoninho Burlamaque/RS - Gravataí/Capão da Canoa - Carretera Chevrolet n° 4 - 4.800cc. - 1° lugar
11/08/1968 - VI 500 Quilômetros de Porto Alegre/RS - Circ. Pedra Redonda - Carretera Ford n° 4 - 4.200cc. - 2º lugar
22/12/1968 - III 12 Horas de Porto Alegre/RS - Circuito da Cavalhada - com Catharino Andreatta - Ford Corcel Bino n° 2 - 1.440cc. - 7º na geral e 3º na cat. T-1.6
27/07/1969 - Rodovia Presidente Kennedy - Lageado/RS - Ford Corcel Bino n° 2 - 1.440cc. - 11° na geral e 2° na cat. T-1.6
03/01/1971 - 3ª Etapa do Campeonato Gaúcho (70) - 1301 a 1600 - Autódromo de Tarumã/RS - VW Sedan n° 2 - 1.584cc. - 3° lugar
18/03/1971 - 4 Horas de Tarumã/RS - com Maurício Rosemberg - VW Sedan n° 2 - 1.584cc. - 2° na geral e 1° na cat. T-1.6
06/06/1971 - 3ª Etapa do Campeonato Gaúcho (71)  - Tarumã/RS - VW Sedan n° 2 - 1.584cc. - cat. T-1.6 - 2° lugar
26/09/1971 - IV 12 Horas de Porto Alegre/RS - Autódromo de Tarumã - com Vladimir Soares - VW Sedan n° 2 - 1.584cc. - 8° na geral e 6° na cat. T-1.6

17/10/1971 - 500 Quilômetros de Porto Alegre/RS - Autódromo de Tarumã - com Vladimir Soares - Div. 3 - VW Sedan nº 2 - 1.584cc. - AB
09/10/1972 - V 12 Horas de Porto Alegre - Autódromo de Tarumã - com
Afonso Iglesias/Ivan Iglesias - Chevrolet Opala nº 85 - 3.769cc - ND
22/04/1973 - Inauguração do Autódromo de Cascavel/PR - Div. 3 - Chevrolet Opala 3.769cc - 4° lugar

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