Página acrescentada em 04 de maio de 2006
- Atualizado em janeiro de 2021
Eduardo Celidonio
(Eduardo Ribeiro Celidonio)
por
Paulo Roberto Peralta
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Sem data,
anos 2000 |
Filho de
Ruy Celidonio e Dna. Maria Stella Ribeiro Celidonio, nasceu
, no bairro da Vila Clementino em São Paulo no dia 04 de maio de 1943.
O pai, empresário, tinha uma corretora de câmbio e valores
mobiliários em São Paulo e uma fazenda de café em Maringá no Paraná.
Morou na
Rua Borges Lagoa na Vila Clementino e estudou no Liceu Pasteur,
tradicional escola paulistana, adolescente ainda já trabalhava com o
pai na corretora e com ele aprendeu a guiar aos 13 anos, com 14 já
dava umas escapadinhas com o carro do pai, às escondidas é claro.
Eduardo
fazia parte de uma turma de apaixonados por automobilismo que foram
todos trabalhar como bandeirinha na APVC (Associação Paulista de
Volantes de Competição) para poder ver os carros de perto, tinha 16
anos. Mecânica, aprendeu com os amigos mais velhos que também
gostavam de corridas e tinham carro, então vendo e ajudando a
desmontar e montar foi aprendendo.
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1962 -
Prêmio Victor Losacco - Interlagos |
1962 -
Ferrari no
Festival Automobilístico ACESP |
Ao
completar 18 anos ganhou do pai um Aero-Willys, carro sem nenhuma
vocação para a pista, mas mesmo assim fez com ele sua corrida de
estréia em 1962, pouco antes de completar 19 anos, na prova em
homenagem ao preparador Victor Losacco,
falecido em 7 de setembro de 1961 na prova “IV 500 Quilômetros de
Interlagos”. Os pais sabiam de sua participação e até torceram, mas não o apoiaram
financeiramente nesse início.
Após a corrida o pessoal da Equipe Willys veio conversar para convencê-lo a mudar para o Dauphine, mas
não aceitou, seu sonho era correr com os carros da categoria esporte
internacional e mecânica nacional. Em seguida vendeu o Aero-Willys e
pondo “mais algum” comprou uma Ferrari 500TRC de Alberto Carraro,
que já há algum tempo vinha namorando na loja “Speed” do
Aguinaldo de Góes Filho.
Passou a andar de ônibus só para poder ter a Ferrari de competição.
Em 1962
estreou o carro no “Festival Automobilístico ACESP” em Interlagos,
na mesma prova onde o piloto “Rio Negro” (Fernando Antonio Mafra
Moreira), correndo com um carro Ferrari emprestado por
Aguinaldo de Góes Filho,
sofreu um acidente fatal na Curva 1, bem à sua frente. Impressionado
com o acidente, vendeu o carro e deu um tempo. No futuro ele
cruzaria novamente com esse carro.
Em 1963,
quase um ano depois,
voltou às competições correndo com um Simca a
prova “II 12 Horas de Interlagos”, e nova parada.
Retornou um ano depois, em 1964, na prova "GP Rogê
Ferreira"
com uma Ferrari 250TR alugada, passando na corrida seguinte"GP
Vitória da Democracia" para uma Maserati 300S, também alugada de
Camillo Christofaro.
Ainda em 64, aos 21 anos, fez sua primeira prova de longa duração, a “I Mil
Quilômetros de Interlagos" em dupla e com o carro de
Nilo de Barros Vinhaes,
o DKW-Vinhaes, protótipo que tinha o apelido de “Pé-na-Bunda” por
ser um DKW Belcar com a traseira cortada, foram bem,
chegando em 3º na geral. Com esse mesmo carro e parceiro correu o "VII 500
Quilômetros de Interlagos", não foram bem dessa vez. Depois fez duas provas
com a Maserati 300S: "I 250 Milhas de Interlagos" e "Prêmio John
F. Kennedy" com resultados medianos.
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1964 - GP
Vitoria da Democracia
Box antes da largada |
1964 - GP
Vitoria da Democracia
Na frente:
Luiz Valente |
1964 - Mil
Quilômetros de Interlagos
DKW Pé na bunda de
Nilo de BarrosVinhaes |
1964 -
250 Milhas de Interlagos
Maserati 300S |
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1965 - 1600
Quilômetros de Interlagos |
Em 1965 teve seu primeiro contato com uma carretera, fez a prova “II
1600 Quilômetros de Interlagos” em dupla com
Caetano Damiani na famosa
Chevrolet/Corvette nº 34 que tinha um motor de 4.500cc , em seguida
na “III 12 Horas de Interlagos” faz dupla, a convite de
Chico Landi então chefe da equipe Simca, com Lauro Soares num carro da equipe Simca, o carro tinha
cambio de três marchas, mas para a corrida foi retirada a
marcha-a-ré e colocada uma quarta marcha, chegaram em segundo, como
houve protesto foram chamados para vistoria, e é claro que se
recusaram e então foram desclassificados.
Prova seguinte foi a "VII Mil Milhas Brasileiras" numa Carretera
Gordini 998cc com Adão Brito Daher e Luiz Filinto, 9º lugar, para
uma prova longa com muitos carros mais possantes, não foi um
resultado ruim.
1965 foi também o ano de seu casamento, tiveram 2 filhas e 1 filho,
mas logo se separaram.
Ano seguinte, 1966, participou em dupla com
Zoroastro Avon e com o Simca Rallye dele da "III 24 Horas de Interlagos", novamente em 9º
lugar numa prova longa. Menos de 1 mês depois fez sua primeira
corrida de Mecânica Nacional (um de seus sonhos do inicio da
carreira) em uma Ferrari/Corvette alugada do Camillo, o “IV
Aniversário do APVC”, chegou em segundo, foi a ultima prova dessa
categoria no Brasil, e isso lhe rendeu um convite do Camillo para
ser seu parceiro na “VIII Mil Milhas Brasileiras” usando a carretera
18, agora encurtada e com a suspensão traseira aproveitada da
Ferrari com que “Rio Negro” havia se acidentado em 1962, aquele
carro que se acidentou na sua frente em 1962.
Foi uma disputa acirrada
com o DKW-Malzoni, mas nas últimas voltas eles ultrapassaram os jovens
Emerson Fittipaldi e
Jan Balder que vinham enfrentando com problemas
no motor do carro, mas quase são ultrapassados de novo quando faltando 2
voltas, Eduardo parou para reabastecer e a carretera demorou a
pegar. No pódio, Emerson, que acabou chegando em terceiro, chorava e
Eduardo diz lembrar de Camillo, que há anos tentava vencer esta
prova, dizer:
"- Não fique assim, você é
novo, ainda vai ganhar muitas corridas".
Naquele
ano participou da prova "GP IV Aniversário APVC"
em Interlagos no dia 12 de junho de 1966,
prova que
acabou sendo a última da categoria Mecânica Nacional em São Paulo e
no Brasil.
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1966 - GP IV
Aniversário APVC - Lagada
Ferrari/Corvette 4500cc |
1966 - GP IV
Aniversário APVC - Interlagos/SP |
1966 - Pódio
da
VIII Mil Milhas Brasileiras
Camillo consola o jovem
Emerson Fittipaldi |
1967 -
Na
corrida seguinte, a “IV 12 Horas de Interlagos”, fazendo novamente
dupla com Camillo Christofaro,
uma nova disputa acirrada, desta vez com o KG/Porsche da equipe
Dacon, com José Carlos Pace (Môco) e
Anísio Campos que estavam na liderança com algumas voltas de
vantagem sobre a carretera de Camilo/Celidônio, mas nos minutos
finais da corrida o carro parou no Retão por pane seca e Anísio
acabou recebendo ajuda de Élvio Ringel, que com um Renault 4CV
empurrou o KG/Porsche até a linha de chegada, no final da prova
mantinham o primeiro lugar, mas com o mesmo número de voltas da
carretera, em virtude disso Camillo apresentou um protesto contra a
vitória da dupla da Dacon que havia recebido ajuda externa, proibida
pelo regulamento, mas se arrependeu depois e quis retirar a
reclamação, como os dirigentes se recusaram a aceitar, esperou pelo
julgamento e então na frente de todos pediu o protesto e rasgou-o, o
que acabou confirmando a vitória de Pace/Anísio
Campos.
Correu novamente com Camillo e a carretera na "III 6 Horas de
Interlagos", em seguida do “X 500
Quilômetros de Interlagos”, corrida realizada com carros da categoria
Fórmula Vê com
um Fitti-Vê,
Celidonio estava em 11º lugar
quando aconteceu um acidente com os dois primeiros que acabou
envolvendo muitos carros, ele acabou atingido e teve seu Fitti-Vê
bastante avariado, tanto que completou apenas 98 das 154 voltas
previstas, ficando em 12º lugar.
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1967
- Karmann Ghia/Corvair |
Após a vitória do ano anterior voltou a correr a "Mil Milhas
Brasileiras" com Camillo Christofaro e sua carretera da nona edição
da prova, mas não concluíram a prova.
Nesse ano havia comprado
um Karmann Ghia equipado com motor Corvair de 6 cilindros
contrapostos, para a Mil Milhas quando estrearia o carro, mas
chamado a fazer dupla com Camillo na famosa 18 quem fez a
estréia do Karmann Ghia/Corvair foi seu amigo dos tempos dos bandeirinhas,
Carlos Alberto Sgarbi, fazendo
dupla com Jan Balder, aquele rival da
Mil Milhas anterior.
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1968 -
Largada da prova em Campinas |
1968 - Com Interlagos fechado para reformas iniciou o ano correndo uma
prova extra campeonato de F-Vê pelas ruas de Campinas, correu com um
Fitti-Vê e chegou em 11º lugar.
Naquele ano (68), Eduardo Celidonio assumiu a presidência da APVC
(Associação Paulista dos Volantes de Competição, em uma gestão que
ficou marcada pela preocupação com a segurança dos circuitos.
Sua próxima prova só aconteceu no segundo semestre, "I 500 Milhas da
Guanabara" em Jacarepaguá com o
Karmann Ghia/Corvair e
fazendo dupla com Carlos Alberto
Sgarbi, 15º lugar. Mês e meio depois novamente no Rio de Janeiro
correu o "III 500 Quilômetros do Rio de Janeiro" com o Karmann Ghia
em dupla novamente com
Carlos Alberto Sgarbi. 3º lugar
1969 - Aos 26 anos, abriu um auto-cine, o primeiro em São Paulo, em
sociedade com Adilson Brunharo, também amigo do tempo dos bandeirinhas, aí então trabalhava na corretora de valores do pai na parte
da manhã no pregão da bolsa, a tarde no escritório da Rua São Bento,
a noite no cinema ao ar livre Snob's, e fim de semana corria de
carro. O Snob’s Auto Cine ficava na Av. Santo Amaro e durou até 1972
quando venderam o ponto, que acabou virando um supermercado.
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1969 -
Snob's Mk I/Corvair |
1969 -
Estréia em Brasilia |
O amigo
e sócio se acidentou na rua com o
Karmann Ghia que
doou o motor
para o protótipo que Celidonio havia encomendado ao Ricardo Divila, que o
projetou e que foi construído por Francisco Piciuto e Anésio
Hernandez, chamado Snob’s Mk I Corvair.
Enquadrado na Divisão 5, chassi nacional com motor importado.
“- Meu
primeiro carro de corridas foi a Snob’s, era lindo, motor Corvair
entre-eixos e quando o Wilsinho (Fittipaldi) viu o carro me chamou
para trabalhar com eles”.
Ricardo Divila (Revista Motorsport Brasil - dez/2005).
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1969 -
Chegando a Pinhais para a prova Namorados no Autódromo,
atrás a carretera 18 de Camillo |
Correu o
"V Mil Quilômetros de Brasília"
estreando
o Snob’s Mk I Corvair e
fazendo dupla com Carlos Alberto
Sgarbi. Não concluíram a prova,
abandonou com o motor engripado.
Cerca de dois meses depois correu a "IV 3 Horas da Guanabara" sem
parceiro e com o
Snob’s Mk I Corvair;
menos de um mês depois foi ao Paraná para a "Prova Namorados no
Autódromo" repetindo a dupla com Carlos Alberto
Sgarbi no
Snob’s Mk I Corvair,
terminaram em 4º lugar.
A ultima prova do ano foi o "III Mil Quilômetros da Guanabara" em
Jacarepaguá, novamente com o Snob's Mk I Corvair e dupla com Sgarbi.
Novamente 4º lugar.
1970, com Interlagos reaberto participou de duas provas com o Sbob's
Mk I até que em junho correu a "IV 12 Horas de Interlagos" com
Camillo Christofaro na famosa carretera Chevrolet/Corvette, mas não
concluíram a prova. Fez mais
4 provas e ai participou
do "Festival de Recordes" na Marginal Pinheiros, estabelecendo a
marca de 194,886 Km/h garantindo o 4º lugar:
" Com o motor
Corvair de 2.600cc, Celidonio conseguiu a velocidade de 200 Km/h no
primeiro percurso e poderia ter estabelecido índice mais eficiente
no percurso de volta, sem o vento contrário. Mas o motor do carro
apresentou problemas, impedindo-o de conquistar o terceiro lugar,
que estava praticamente garantido."
- Revista "Auto Esporte" (Janeiro/1971).
Próxima prova foi a "X Mil Milhas Brasileiras" onde fez dupla com
Jorge Mascarenhas no Snob's, mas não foram muito bem, depois as duas
etapas da "Copa Brasil", sem grandes resultados.
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1970 - 500
Quilômetros de Interlagos |
1970 - 4
Horas de Velocidade - Pinhais (PR) |
1970 - Mil
Milhas Brasileiras |
1971 - Seu
amigo George Mascarenhas pretendia comprar o Snob’s Mk I Corvair,
mas sofreu um acidente com o carro na primeira volta da “Corrida dos
Campeões” em maio, na saída do miolo e o carro ficou
totalmente destruído, virou sucata.
Sem
carro, Celidonio correu a "V 12 Horas de Interlagos" com Camillo e
sua carretera, de novo não concluíram a prova. Ai saiu à caça de um
carro competitivo para correr o “XII 500
Quilômetros de Interlagos” em setembro. Só encontrou o Royale/Alfa Romeo
da Equipe Jolly e que havia sido considerado um carro “inguiável”
segundo Piero, Zambello e Marivaldo, pilotos titulares, então o
Emilio Zambello lhe disse:
“- Olha, tem esse carro aí, se quiser pode correr com ele.”
Celidonio sentou, saiu, e já foi tomando susto em tudo que era
curva, mas logo percebeu que o carro não era inguiável, era só muito
“arisco”, precisava ser tocado na "ponta das unhas".
Treinou, correu e tirou terceiro lugar, atrás de duas Porsches.
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1972 -
Terceira etapa do Brasileiro Div.6
Furia/Chrisler de Camillo |
Em
1972 correu com o Furia/Chrisler de Camillo a "Terceira etapa do
Brasileiro Div.6", meio tipo só para experimentar o carro e depois só voltou às
pistas em 1973 quando correu em dupla com
Camillo Christofaro a “XI
Mil Milhas Brasileiras”com o Ford Maverick 4.998cc nº 18 deste,
chegaram em 2º lugar.
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1974 -
Kaimann da Equipe |
Em 1974,
no começo a Fórmula Super Vê no Brasil, conseguiu patrocínio com
Jean Louis Lacerda da concessionária VW “Marcas Famosas” e
juntamente com Alfredo Guaraná Menezes e o preparador Amador Bueno
montou a equipe “Marcas Famosas” de Fórmula Super Vê e participou
com um Kaimann das 6 etapas do Campeonato Brasileiro, todas com bons
resultados..
Em 1975
participou além do Brasileiro também do Campeonato Paulista, na corrida no autódromo de Cascavel (PR) ele estabeleceu o recorde
da categoria, 1m10s49, que durou um ano até ser batido. Foi
vice-campeão da categoria em 1975. Após
duas temporadas, a equipe encerrou as atividades.
Em abril
de 1976, depois de duas corridas na Fórmula Super Vê, rebatizada
como Formula VW 1600, com resultados
ruins, fez a “IX Mil Quilômetros de Brasília” com o Maverick de, e em
dupla com, Marco Emilio Pires, foram bem; ai mais uma de Formula VW
1600 e foi chamado para participar com Bob Sharp,
de Ford Maverick V8, da
prova “8 Horas de Velocidade” em Cascavel, onde
Bob Sharp defendia a
liderança do Campeonato Brasileiro de Divisão 1. Depois fez mais
duas provas com Maverick e parceiros diferentes, encerrando o ano.
Em 1977
voltou a
correr na Formula VW 1600, e na "1ª Etapa Brasileiro de Fórmula
Volkswagen" em Interlagos, guiando o pace car socorreu Vanderlei
Oliveira que havia capotado na primeira bateria e teve o carro
tomado pelas chamas, foi resgatado ileso, mas Celidonio, que depois
iria participar em sua categoria, a 1.600, saiu com a mão direita
enfaixada e quase imobilizada em consequência das queimaduras - fez só mais duas provas de Fórmula VW 1600, não mais com o
Kaimann, mudou para o Polar, mas sem grandes resultados,
dai passou a atuar só
como chefe da equipe “Pizzamiglio” de Fórmula VW 1600 que tinha o
jovem Fernando Jorge como piloto e Antônio Ferreirinha como
preparador..
Naquele ano conseguiu junto ao Grupo Pecúnia e outras empresas uma verba para
alugar um F1 e disputar o GP do Brasil. Naquela época era comum as
equipes alugarem o carro reserva.
“- Como Interlagos era
uma pista que conhecia como a palma da mão, meu único problema ia
ser a adaptação ao carro.”,
disse.
A Shadow
tinha trazido para o Brasil exatamente três carros, o reserva e dois
titulares. Don Nichols e Jackie Oliver, respectivamente dono e
diretor da Shadow, alugaram o carro reserva com a ressalva de que se
nada de errado acontecesse com os pilotos titulares até o último
treino antes da classificação. Ou seja: Celidônio, só entraria na
pista para fazer o treino classificatório, o warm-up e a corrida.
Na
época, largavam os 24 primeiros colocados nos treinos. Como apenas
22 pilotos estavam inscritos, seria o 23º, bastava treinar para
garantir lugar no grid.
Tudo
acertado com a Shadow ainda foi preciso conseguir autorização da FIA
para participar, não havia a superlicença, mas com a ajuda de
Emerson e Môco não houve problemas, no fim, tudo resolvido, acertou
a posição de banco e pedais no cockpit do Shadow. Mas na sexta-feira
um motor quebrou e foi necessário recorrer ao do carro reserva.
Desolado, recebeu de volta o dinheiro pago.
“- Uma pena, só tinha a pretensão de terminar a corrida e se
conseguisse terminava em 8º lugar porque com os abandonos só sete
chegaram ao fim.”
Em 1978 mudou-se para Maringá no Paraná onde acabou se tornando dono
de um cemitério e posteriormente também de uma escola de tênis.
Só
retornou 6 anos depois em 1983 quando passou a competir
esporadicamente e em provas de longa duração com o Chevrolet
Chevette de e em dupla com Edgard Vaz, 6 provas em dois anos, sobre essa sua volta disse em
uma reportagem:
“- Continuo agressivo nas pistas, embora esteja muito mais seguro.
Com um pouco de prática vou chegar ao meu limite com facilidade.”
Após um
período de 19 anos sem competir fez sua despedida definitiva das
pistas, com quase 60 anos de idade correndo na “XXXI Mil Milhas
Brasileiras” de 2003 a bordo de um VW/Voyage por convite de seus
amigos Gilberto Nascimento de Lima e Luiz M. dos S. Rodrigues, mas
uma quebra de cambio durante a madrugada os impediu de concluírem a
prova, como haviam completado 68 voltas ficaram com a 58ª
classificação:
“- Foi divertido guiar à noite. Eu nunca havia pilotado neste
traçado”,
disse referindo-se ao novo traçado, mais curto, de Interlagos
Eduardo
Celidonio, lembrando-se dos tempos de bandeirinha, diz à todos que
um dia já bandeiraram em alguma prova:
“- Agradeço à todos esses heróis anônimos que até hoje se renovam e
continuam trabalhando debaixo de sol, chuva e frio, para a segurança
dos pilotos e quase nunca são lembrados, o meu muito obrigado de
coração à todos e especialmente alguns que são meus amigos até
hoje.”
Ele sabe
o que diz, esteve dos dois lados da competição.
Em 21 de novembro de 2021 Eduardo Celidonio faleceu aos 78 anos de
idade, em Maringá (PR) onde ainda morava.
Participações em provas
(com a colaboração de
Ricardo Cunha)
25/02/1962 - Prêmio Victor Losacco - Interlagos/SP
- Aero-Willys 2.190cc nº 39 -
18º Lugar
20/05/1962 -
Festival Automobilístico ACESP - Interlagos/SP
- Ferrari 500 500TRC
1.995cc nº66 - 3º
Lugar
10/03/1963
- II 12 Horas de Interlagos/SP
- Simca Chambord n°
15 - 2.432cc -
AB
08/03/1964 - GP Rogê Ferreira - Interlagos/SP
-
Ferrari 750TR 2.999cc nº 15 -
7º na geral e 3º na Sport
05/07/1964 - GP
Vitória da Democracia - Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc nº15 -
2º na geral e 1º na Sport
15/08/1964 - 1000 Quilômetros
de Interlagos/SP - DKW-Vinhaes
1.080cc nº20 - c/ Nilo de Barros Vinhaes -
3º na geral e 1º na PT
07/09/1964 - VII
500 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
DKW-Vinhaes 1.080cc nº20 - c/ Nilo de Barros Vinhaes -
11º na geral e 1º na PT
27/09/1964 - I 250 Milhas
de Interlagos/SP - Maserati
300S 2.989cc nº15 -
10º na geral e 2º na Sport
11/10/1964 -
Prêmio John F. Kennedy - Interlagos/SP
-
Maserati 300S 2.989cc nº15 -
7º na geral e 2º na Sport
27/03/1965 - II 1600 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
Carretera Chevrolet/Corvette 4.500cc nº 34 - c/ Caetano
Damiani - 8º na
geral e 2º na TFL
23/05/1965 - III
12 Horas de Interlagos/SP - Simca Tufão 2.550cc nº07 - c/ Lauro
Soares -
DQ
27/11/1965 - VII Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP
- Carretera Gordini 998cc nº 99 - c/ Adão Brito Daher e Luiz
Filinto-
9º na geral e 3º
na T-1.3
28/05/1966 - III
24 Horas de Interlagos/SP -
Simca Rallye 2.550cc n° 82 - c/ Zoroastro Avon -
9° na geral e 5º na T+1.3
12/06/1966 - GP IV Aniversário APVC - Interlagos/SP
- Ferrari/Corvette
4.500cc nº 15 -
2º na geral e na MN
27/11/1966 - VIII
Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP
-
Carretera Chevrolet/Corvette 5.350cc nº 18 c/ Camillo
Christófaro - 1º
Lugar
19/03/1967 - IV 12 Horas de Interlagos/SP
- Carretera
Chevrolet/Corvette 5.350cc nº 18 c/ Camillo Christófaro -
2º na geral e 1º na TFL
11/06/1967 - III
6 Horas de Interlagos/SP
-
Carretera Chevrolet/Corvette 5.350cc nº 18 c/ Camillo
Christófaro - 15º
na geral e 12º na TFL
10/09/1967 - X 500 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
Fitti-Vê - 1.192cc nº 15 - 12º
Lugar
03/12/1967 - IX
Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP
- Carretera
Chevrolet/Corvette 5.350cc nº 18 c/ Camillo Christófaro - AB
Reformas em Interlagos - 1968/69
18/02/1968 - Prova Extra Campeonato F-Vê - Campinas/SP -
Fitti-Vê - 1.192cc nº 25 -
11º Lugar
30/06/1968 - I
500 Milhas
da Guanabara/RJ - Jacarepaguá
-
Karmann Ghia/Corvair 2.300cc nº
115 - c/ Carlos Alberto Sgarbi -
15º na geral e 3º
na PT
04/08/1968 - III
500 Quilômetros
do Rio de Janeiro/RJ
-
Karmann Ghia/Corvair 2.683cc nº 115 -c/ Carlos Alberto Sgarbi
- 3º na geral e
2º na PT
21/04/1969 - V
Mil Quilômetros de Brasília/DF - Eixo Monumental
- Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 15 - c/ Carlos Alberto
Sgarbi - AB
29/06/1969 - IV 3 Horas da Guanabara - Jacarepaguá/RJ
- Snob’s Mk I/Corvair
2.683cc nº 15 -
8º na geral e 6º na PT
06/07/1969 -
Prova Namorados no Autódromo
- Autódromo de Pinhais/PR -
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 15 -
4º na geral e 3º na PT
13/12/1969 - III Mil Quilômetros da Guanabara/RJ - Jacarepaguá
- Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 15 -c/ Carlos Alberto Sgarbi
- 4º na geral e
2º na PT
08/03/1970 - II 1500 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
Carretera Chevrolet/Corvette 4.500cc nº 18 c/ Camillo
Christófaro -
Div. 4 - AB
15/03/1970 - Festival Brasileiro de Velocidade - Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 15 -
4º na geral e 3º
na Div.4
12/04/1970 - Prêmio Tufic Scaff - Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
Div.4 - 3º Lugar
14/06/1970 - IV 12 Horas de Interlagos/SP
- Carretera
Chevrolet/Corvette 4.350cc nº 18 c/ Camillo Christófaro -
Div. 4 - AB
09/08/1970 -
250 Milhas
de Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
5º na geral e 4º na Div.4
07/09/1970 - XI 500 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
Div.4 - 3º Lugar
11/10/1970 - 4
Horas de Velocidade - Autódromo de Pinhais/PR
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
AB
25/10/1970 - GP Mackenzie - Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
12º na geral e 8º
na Div.4
14/11/1970 - Festival de Recordes -
Marginal Pinheiros/SP - Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
4º Lugar (194,886 Km/h)
22/11/1970 - X Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP
- Snob’s Mk I/Corvair
2.683cc nº 11 - c/ Jorge Mascarenhas -
17º na geral e 12º na Div.4
06/12/1970 - Copa Brasil - 1º Etapa - Interlagos/SP
- Snob’s Mk I/Corvair
2.683cc nº 11 -
8º Lugar
13/12/1970 - Copa Brasil - 2ª Etapa - Interlagos/SP
-
Snob’s Mk I/Corvair 2.683cc nº 11 -
19º Lugar
21/03/1971 - V 12 Horas de Interlagos/SP
- Carretera
Chevrolet/Corvette 5.359cc nº 18 c/ Camillo Christófaro -
Div.5 - AB
07/09/1971 - XII 500 Quilômetros
de Interlagos/SP
-
Royale/Alfa Romeo 1.840cc nº 28 -
Div.6 - 3º Lugar
12/11/1972 - Brasileiro Div.6 - 3ª
Etapa - Interlagos/SP - Fúria/Chrysler 5.212cc nº 18 -
Div.6 - 6º Lugar
08/12/1973 - XI Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP
- Ford Maverick 4.998cc
nº 18 - c/ Camillo Christófaro -
2º Lugar
15/09/1974 -
Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 1ª Etapa - Goiânia/GO
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
7º Lugar
22/09/1974 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 2ª Etapa - Brasília/DF
- Kaimann 1.584cc nº 19 -
6º Lugar
13/10/1974 -
Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 3ª Etapa - Interlagos/SP
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
5º Lugar
17/11/1974 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 4ª Etapa - Tarumã/RS
- Kaimann 1.584cc nº 19 -
2º Lugar
24/11/1974 -
Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 5ª Etapa - Cascavel/PR
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
3º Lugar
01/12/1974 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 6ª Etapa -
Interlagos/SP - Kaimann
1.584cc nº 19 -
5º Lugar
16/03/1975 -
Brasileiro e Paulista de Fórmula Super-Vê
- 1ª Etapa - Interlagos/SP
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
2º Lugar
06/04/1975 - Paulista de Fórmula Super-Vê - 2ª Etapa - Interlagos/SP
- Kaimann 1.584cc nº 19 -
AB
04/05/1975 -
Paulista de Fórmula Super-Vê - 3ª Etapa - Interlagos/SP
- Kaimann 1.584cc nº 19
- AB
06/07/1975 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 2ª Etapa - Tarumã/RS
- Kaimann 1.584cc nº 19 -
14º Lugar
13/07/1975 -
Paulista de Fórmula Super-Vê - 4ª Etapa - Interlagos/SP
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
AB
10/08/1975 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 3ª - Brasília/DF
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
11º Lugar
07/09/1975 -
Paulista de Fórmula Super-Vê - 5ª Etapa - Interlagos/SP - Kaimann
1.584cc nº 19 -
5º Lugar
19/10/1975 - Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 4ª Etapa - Goiânia/GO
- Kaimann 1.584cc nº 19
- 4º Lugar
16/11/1975 -
Brasileiro de Fórmula Super-Vê - 5ª Etapa - Cascavel/PR
-
Kaimann 1.584cc nº 19 -
1º Lugar
07/12/1975 - Brasileiro e Paulista de Fórmula Super-Vê - 6ª Etapa -
Interlagos/SP - Kaimann 1.584cc
nº 19 - 1º Lugar
21/03/1976 -
Brasileiro de Fórmula Volkswagen - 1ª Etapa - Interlagos/SP
-
Kaimann 1.584cc nº 2 -
20º Lugar
18/04/1976 - Brasileiro de Fórmula
Volkswagen - 2ª Etapa - Tarumã/RS -
Kaimann 1.584cc nº 2 -
AB
25/04/1976 - IX Mil Quilômetros de Brasília/DF -
Autódromo
- Ford Maverick 4.950cc
nº 21 - c/ Marco Emílio Pires -
T+1.3 - 9º Lugar
23/05/1976 - Brasileiro de
Fórmula Volkswagen - 3ª Etapa - Interlagos/SP
-
Kaimann 1.584cc nº 2 -
AB
06/06/1976 - Brasileiro Div.1 - 2ª Etapa
(8 Horas de Velocidade)
- Cascavel/PR - Ford Maverick 4.950cc nº 22 - c/ Bob Sharp -
T+1.3 - 2º Lugar
04/07/1976 - 6 Horas de Interlagos/SP - Div.1
- Ford Maverick 4.950cc
nº 21 - c/ Constantino Andrade - T+1.3
- 7º Lugar
10/10/1976 - 4 Horas de Tarumã/RS - Ford
Maverick 4.950cc nº 21 - c/ Cláudio Mueller -
T+1.3 -
9º Lugar
24/04/1977
- Brasileiro de Fórmula Volkswagen - 1ª Etapa - Interlagos/SP
-
Polar 1.584cc nº 1 -
9º Lugar
18/09/1977 - Brasileiro de Fórmula Volkswagen - 7ª Etapa -
Jacarepaguá/RJ
-
Polar 1.584cc nº 15 -
6º Lugar
31/07/1983 - 12 Horas de Goiânia/GO - Chevrolet Chevette 1.598cc nº
66 - c/ Edgard Vaz -
ND
04/09/1983 - XIII Mil
Quilômetros de Brasília/DF - Autódromo
-
Chevrolet Chevette 1.598cc nº 90 -
c/ Edgard Vaz -
51º Lugar
12/11/1983 - 12 Horas de Interlagos/SP
- Chevrolet Chevette 1.598cc nº 66 - c/Edgard Vaz -
ND
09/06/1984 - 6
Horas de Interlagos/SP - Chevrolet Chevette 1.598cc nº 90 - c/
Edgard Vaz -
16º Lugar
24/06/1984 - V 500 Quilômetros de Brasília/DF - Autódromo -
Chevrolet Chevette 1.598cc nº 90 - c/ Edgard Vaz -
17º Lugar
05/08/1984 - 12
Horas de Goiânia/GO - Chevrolet Chevette 1.598cc nº 90 - c/ Edgard
Vaz -
52º Lugar
25/01/2003 - XXXI Mil Milhas Brasileiras -
Interlagos/SP - VW
Voyage 1.984cc
nº 93 - c/ Gilberto Nascimento de Lima e Luiz M. dos S. Rodrigues -
AB
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