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dezembro de 2018
Conde
Sylvio Penteado
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Final do século
19 - Destaque para Sylvio |
Sylvio Álvares Penteado nasceu em Araras (SP) na fazenda Palmares no
dia 25 de julho de 1881, filho de Antônio Álvares Leite Penteado,
fazendeiro de café e industrial, e da Condessa Ana Paulina Franco de
Lacerda Penteado.
Eram em 5 irmãos: primeiro nasceu Antonieta Álvares Penteado (1880),
em seguida Sylvio Álvares Penteado (1881), depois vieram: Eglantina
Penteado (1883), Armando Álvares Penteado (1884) e Stella Penteado
(1886).
“Antônio Álvares Leite Penteado herdou grande fortuna, na qual se
compreendia a fazenda de café conhecida por Palmares, nas
proximidades da Estação de Palmeiras, da Estrada de Ferro Paulista.
A área desta fazenda é de 1.200 alqueires e há nela 700.000 pés de
café carregados.
Com a abolição da escravatura em 1888, chegou a escassez de braços
para a lavoura ao seu período agudo, e o conde Alvares Penteado foi
dos primeiros a introduzir o braço italiano na lavoura. O êxito da
experiência foi o melhor possível, e na fazenda de Palmares
contam-se atualmente não menos de duzentas famílias. A cultura tem
ali atingido o mais alto grau de desenvolvimento, pelo que é a
fazenda Palmares considerada, com muita razão, uma propriedade
modelo de São Paulo.
No cultivo do café põe o maior interesse o conde Alvares Penteado,
que possui outra excelente fazenda conhecida por Santa Maria, no
distrito de Jaú, vizinhanças da Estação de Campo Alegre. A área
desta fazenda é de 1.000 alqueires, com 250.000 pés de café em plena
florescência.
Mas, não é só à indústria da lavoura que está ligado o nome do conde
Alvares Penteado, como também a muitas outras iniciativas e
empresas. Foi ele, por exemplo, o fundador da Fábrica de Juta de
Sant'Anna, que é um dos maiores e mais importantes estabelecimentos
do seu gênero, não somente
no Brasil como em toda a América do Sul. Foi agora reorganizada,
ficando com o nome de Companhia Nacional de Tecidos de Juta.”
(texto retirado de “Impressões do Brazil no Século Vinte”, editada
em 1913 e impressa na Inglaterra às vésperas da Primeira Guerra
Mundial)
Sylvio estudou Humanidades entre 1892 e 1895 no Colégio São Luís, de
Itu (SP), depois foi para a Inglaterra onde se formou em Ciências
Técnicas e Comerciais na Municipal Technical School e no Owen’s
College, de Londres
1900:
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Sentido
horário: Armando A. Penteado, Antonio Prado Jr. e Santos
Dumont. Sentados: Sylvio e Eglantina, em pé: Germaine
Penteado, esposa de Armando.
Foto de estúdio, em Paris, no inicio do século.
Fonte:
revista.faap.br |
Em 1900 foi à Paris, e lá, visitou a Grande Exposição Universal, que
exibia os mais novos avanços da ciência e tecnologia; além de
conhecer e criar amizade com Alberto Santos Dumont que naquela época
construía e voava balões, no que Sylvio muito se interessou.
1901:
Ao regressar ao Brasil foi trabalhar com seu pai na Fábrica de sacos
de juta da Companhia Paulista de Aniagens.
Sylvio gostava de correrias de automóveis pelas ruas da cidade em
companhia de seu amigo de infância, Antônio Prado Junior. Os dois
tinham se separado quando foram estudar na Europa, mas a partir de
1901 encontravam-se de novo em São Paulo. Ambos tinham muitas coisas
em comum e acabaram por se tornar cunhados, Antônio Prado Junior se
casou com sua irmã Eglantine. Mas no inicio do século eram solteiros
e viajavam constantemente para a Europa, principalmente Paris, onde
visitavam Santos Dumont e se inteiravam das novidades do mundo
civilizado.
Em 16 de novembro de 1901 aconteceu a primeira corrida “não oficial”
de carros da América do Sul, no hipódromo de Belgrano a poucos
quilômetros do centro de Buenos Aires, na Argentina. Esta corrida,
de caráter beneficente, contou com sete participantes, tendo sido
vencedor o Sr. Juan Cassoulet. (www.automovilsport.com/historia/losprimeros/nota.html)
1902:
Seu pai, o Conde Alvares Penteado construiu a “Vila Penteado” na Rua
Maranhão, Higienópolis. Tinha 14 quartos, um amplo saguão, várias
salas; externamente tinha quadra de tênis, lago artificial, estufa,
horta, bosque e cocheira. Sylvio e Armando a doaram em 1947 à
Universidade de São Paulo A USP que ali instalou a recém-fundada
Faculdade de Arquitetura.
Em 2 de julho de 1902 foi fundada a “Escola Prática de Commercio de
S.Paulo” em salas cedidas por Eduardo Prates na rua São José, nº 36
(atual rua Libero Badaró), esquina com rua Direita, que tinha como
um dos patronos seu pai, Antônio Alvares Leite Penteado.
Aos 21 anos Sylvio tinha um automóvel, um Rochet-Schneider, tipo
tonneau, mas não tinha licença para dirigir, só foi tirar em 1906.
Fez os exames no dia 20 de janeiro e nove dias após recebeu a
licença nº 29 para transitar, legalmente, pelas ruas e estradas da
cidade.
Por essa época aconteciam “pegas” entre “cavalheiros” ao volante de
suas máquinas pelas ruas paulistanas e as autoridades, é claro,
reprimiam tais provas pelo risco que ofereciam à população, por isso
começaram a procurar os hipódromos para essas "brincadeiras".
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Reparem o
erro na classificação |
A história do automobilismo esportivo no Brasil tem poucos
registros, mas há um que em 1902 aconteceu uma corrida, “não
oficial”, de carros, no Hipódromo Paulistano da Mooca, disputada por
três cavalheiros. Bem noticiado pela imprensa da época e reproduzido
na revista Quatro Rodas nº 2, de setembro de 1960.
“Realizou-se no Hipódromo Paulistano (Jóquei Clube da Rua da Mooca)
um emocionante páreo de automóveis, no qual tomaram parte as
máquinas dos senhores E. C. Bueno, José Paulino e A. Morelli,
pilotada pelos mesmos senhores, cabendo a vitória ao automóvel do
Sr. José Paulino. É o primeiro páreo de automóvel que se realiza no
Brasil”.
-
Revista Sportman (26/12/1902)
“A corrida que dá
hoje o Jockey Clube Paulistano é inquestionavelmente a mais bella e
importante do anno…No intervalo do terceiro para o quarto páreo será
disputado pela primeira vez no Brasil um páreo de automóveis,
dirigido por moços das mais distintas famílias desta capital.”
- O Estado de S.Paulo (14/12/1902)
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José Paulino
Primeiro vencedor de corridas no Brasil |
Os competidores, de famílias ilustres de São Paulo, com carros de
marcas hoje inteiramente desconhecidas.
A. Morelli, representante da Prinetti & Stucchi, fabricante de
máquinas e veículos, em agosto daquele ano havia aberto um
salão de exposições de veículos no prédio do antigo Hotel D’Oeste,
no largo de S. Bento. Apresentou um carro marca De Dion-Bouton de
6,5 cv.
José Paulino Nogueira, político e empresário de Campinas, pilotava
um Darracq de 12 cv. Como corria com um motor mais potente, deu duas
voltas de vantagem aos adversários, mesmo assim ganhou o páreo,
completando 9.700 em 10 minutos. Uma média de 58,2 km/h. Francisco
Cunha Bueno ficou em segundo lugar.
Como era de se esperar a tarde daquele domingo no Prado da Mooca foi
um sucesso,
“notando-se grande entusiasmo por parte das senhoras que não
pouparam palmas aos vencedores, principalmente ao Sr. Jose Paulino,
vencedor do páreo de automóveis.”
- O Estado de S.Paulo (15/12/1902)
1903:
Sylvio e seu amigo Antonio Prado trouxeram um automóvel cada um para
São Paulo, Sylvio provavelmente um Mors, carro frances, e Prado um
Darracq, também frances, dois dos primeiros a rodar pela cidade.
Novamente o Hipódromo da Mooca recebeu em 4 de outubro outra corrida
“não oficial” de automóveis e motocicletas. Não foi a primeira, já
havia acontecido a de 1902. Foram premiados os que completaram 3
voltas do circuito sem parar.
Entre os cinco primeiros, a família Prado predominou com a presença
de Martinho Prado em primeiro lugar, seguido de Paulo e Plínio
Prado. Na quarta posição, Sylvio Penteado, e logo em seguida Antônio
Prado Junior.
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Armando
A. Penteado em um dos carros trazidos por Sylvio e
Antonio Prado Fonte: FAAP Memórias |
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Jornal do
Brasil - 23/12/1903 |
O Commercio
de São Paulo - 5/10/1903 |
Ainda nesse ano saiu noticia dando conta do adiamento das corridas
de turfe, do dia 27 de dezembro para o dia 5 de janeiro de 1904,
onde o sétimo páreo seria para automóveis, e Sylvio estava inscrito.
- Jornal do Brasil (23/12/03). Não consegui noticia do resultado.
Quando da visita de Santos Dumont ao Brasil em
setembro foi um dos convidados para almoços e jantares em homenagem
ao aeronauta brasileiro, além da presença de Dumont no camarote de
seu pai no “Theatro Sant’Anna”, eram amigos desde 1900 em Paris.
Vários sites dizem que durante essa visita de Santos Dumont foi
realizada a pioneira viagem de carro até Ribeirão Preto. Está
errado.
Só achei referencias a essa viagem no ano de 1916, além de que
Dumont ficou poucos dias no Rio de Janeiro, poucos em São Paulo, com
extensa agenda de homenagens, e rápida volta ao Rio para embarcar de
retorno à Paris.
1905:
Em mais uma de suas muitas viagens à Paris, em 16 de setembro,
Sylvio atropelou e feriu um pedestre.
Automóveis, bicicletas, balões e aviões eram símbolos da
modernidade. Sylvio e Armando, foram espíritos abertos para os novos
progressos da ciência e da tecnologia, amigos de Santos-Dumont e
apaixonados pela aviação, em 1903, associaram-se ao Aero Club de
França,
“Foi Sylvio o primeiro a realizar, em 1905, uma ascensão em balão
esférico no Brasil...”
(www.fgv.br). Tinha então 24 anos de
idade.
“Em
1905 os habitantes de São Paulo haviam admirados atônitos, um balão
esférico que vagava pelos céus. A bordo estava Sylvio Penteado, que
desceria em Mogi Mirim três horas depois de ter saído da capital.”
(books.google.com.br)
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Gazeta de
Noticias (RJ) 17/09/1905 |
Sylvio se
preparando para subir observado por Eglantine
Livro "A Primeira Corrida..." de Verginaud Calazans
Gonçalves |
"Impressões
do Brazil no Seculo Vinte" - 1913
www.novomilenio.inf.br |
1906:
“A primeira corrida oficial da América do Sul, foi realizada em
Buenos Aires, organizada pelo “Automóvil Club Argentino” em 9 de
dezembro de 1906, com largada no bairro Recoleta e chegada no hotel
El Tigre, contando com cerca de 15 participantes. O vencedor foi
Miguel A. Marín com um Darracq de 20HP, o segundo foi Francisco Radé
com um Dietrich de 24-32 HP.”
(marcric.wordpress.com)
Ver também:
www.laautenticadefensa.net/126280
1907:
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Jornal do
Brasil (RJ) 07/03/1907 |
Seu pai recebeu em 1907 o titulo de conde conferido pelo Papa Pio X.
Titulo hereditário, então os filhos também foram agraciados com o
título de conde e condessa. O agora Conde Álvares Penteado doou o
terreno para a construção do Palácio do Comércio no Largo São
Francisco. Em 5 de janeiro de 1907, em decorrência dessa doação, e
por iniciativa de sua Diretoria e Congregação, a instituição passou
a chamar-se “Escola de Commércio Álvares Penteado”.
“Lançada a pedra fundamental da Escola de Comercio oferecida pelo
Conde Alvares Penteado”
- Jornal do Brasil (31/05/07)
Noticia no jornal Correio Paulistano de 14/3/1907 falava da realização de
prova automobilística no Rio de Janeiro: “Taça Inauguração” em
17/03/1907 - Sylvio e Cassio Prado estavam inscritos.
Mas a prova foi impedida pela prefeitura, só
consegui fotos dele no Rio de Janeiro, na "Revista da Semana".
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Correio
Paulistano (SP) 14/03/1907 |
Jornal do
Brasil (RJ) 16/03/1907 |
Impressionado com a onda de corridas que se espalhava pela Europa e
Estados Unidos Sylvio percebeu que era hora de um carro mais
potente, então comprou o mesmo modelo com que Felice Nazzaro havia
vencido a Targa Florio de 1907, um Fiat 28/40 CV motor 4 cilindros,
um double-phanteon, sem capota e pesando 1.300 Kg. Foi registrado na
Inspetoria de Veículos de São Paulo no dia 27 de maio de 1907
recebendo o nº 56
Sylvio fez subir em São Paulo seu balão esférico “São Paulo” no dia
28 de julho de 1907, pelo que foi aclamado pelo povo.
No Rio de Janeiro, então Capital Federal, foi fundado o Automóvel
Clube do Brasil em 27 de setembro e os eventos esportivos logo
começaram a ser realizados de forma organizada.
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Gazeta de
Noticias (RJ) - 19/03/1907 |
Fotos da
“Taça Inauguração” na Revista da Semana (RJ) 07/04/1907
- Com destaque para Sylvio |
1908:
Até esse ano já haviam sido importados 897 automóveis no Brasil,
desde que Santos Dumont importou o primeiro em 1891.
Em 7 de dezembro, o Conde Álvares Penteado e esposa assinaram a
escritura de doação à Sociedade Escola de Comércio de São Paulo, do
terreno e do prédio do Largo São Francisco, mobiliado e aparelhado
para o ensino comercial.
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Correio
Paulistano (SP) - 12/06/1908 |
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Ed.
Martinico |
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Palacete
Prates |
No dia 11 de junho foi fundado o Automóvel Clube de São Paulo
numa reunião presidida pelo Conde Sylvio Penteado numa sala do
Palacete Martinico, localizado no antigo Largo do Rosário, hoje Pça.
Antônio Prado, que contou com a presença de vários representantes da
sociedade paulista.
A diretoria da nova entidade ficou assim constituída:
Presidente: Antônio da Silva Prado; vice-presidentes: Conde Álvares
Penteado e Conde Eduardo Prates; primeiro secretário: Numa de
Oliveira; segundo secretário: Clóvis Glycério; primeiro tesoureiro:
José Paulino Nogueira Filho; segundo tesoureiro: Luiz Antônio
Pereira da Fonseca.
A Comissão de Corridas: Antônio da Silva Prado Jr, Conde Silvio Álvares
Penteado, Francisco da Cunha Bueno Neto, Clóvis Glycério e José
Paulino Nogueira Filho.
Sua primeira sede foi no Palacete Prates. Esse prédio foi demolido
nos anos 50 para dar lugar ao edifício Conde Prates, na cabeceira do
Viaduto do Chá. Entre as finalidades do Clube estava:
“... organizar concursos de automóveis, corridas e em geral
quaisquer certames que animem o desenvolvimento do automobilismo”.
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Correio
Paulistano (SP) 25/07/1908 |
O
recém-fundado clube organizou e realizou, em 26 de julho, a
primeira corrida “oficial” de automóveis e motocicletas do Brasil, o
“Circuito de Itapecerica”, inicialmente marcada para 14 de julho,
como homenagem à França, mas modificada para 26 de julho por
solicitação do dr. Aarão Reis, presidente do Automóvel Clube do Brasil. Uma
prova mais no estilo “rallye”, com cinco categorias (definidas pela
potencia dos carros).
Os competidores deveriam ir à cidade de Itapecerica e retornar ao
Parque Antártica, em São Paulo, ponto de saida e chegada da prova.
O percurso tinha aproximadamente 75 km de extensão e contou com a
participação de 3 motocicletas e 14 automóveis, divididos nas 5
categorias..
O vencedor geral da prova foi Sylvio Álvares Penteado com 27 anos
completados na véspera da corrida, , pilotando um Fiat 28/40CV,
aclamado como herói pela multidão.
Em 30 de novembro de 1944 Itapecerica teve o nome mudado para
Itapecerica da Serra para diferenciar-se de sua homônima em Minas
Gerais.
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Lorraine
Dietrich de Jorge Haentjens
marcric.wordpress.com |
Livro "A
Primeira Corrida..."
de Verginaud Calazans Gonçalves |
Chegada do
vencedor
Livro "A Primeira Corrida..." de Verginaud Calazans
Gonçalves |
1912:
Faleceu seu pai, Antônio Álvares Leite Penteado, o Conde Álvares
Penteado, nascido em Mogi-Mirim (SP) a 3 de fevereiro de 1852 e
falecido em Paris em 25 de maio de 1912 durante uma viagem.
Com a morte de seu pai Sylvio assumiu a direção da Companhia
Paulista de Aniagens em 1912 e reequipou-a com maquinário moderno.
Pioneiro, financiou pequenos produtores de juta na Amazônia e
instalou em Óbidos, no Pará, a primeira usina de enfardamento de
juta. Fundou em São Paulo a Sociedade Rural Brasileira, defendeu o
aumento das exportações de café e denunciou as consequências futuras
dos empréstimos estrangeiros.
Silvio presidiu o Conselho da Fundação Escola de Comércio Álvares
Penteado de 1912 até sua
morte em 1956, apoiando seu desenvolvimento e honrando o desejo do
pai.
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Correio
Paulistano (SP) 03/05/1914 |
1914:
Sylvio envolveu-se em outro acidente de transito em 2 de maio, dessa
vez em São Paulo bateu em um automóvel da empresa Ligth, deixando
ferido seu motorista.
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Honório
1963 |
1915:
Sylvio, casado com
Honorine Álvares Penteado (francesa), foi pai de um filho: Sylvio
Honório Alvares Penteado, nascido na França em 1915, estudou
em Paris, e em São Paulo no Colégio São Luiz.
Fez o curso da Escola
de Belas Artes em Paris, dedicando-se à escultura, e expôs no Salondes Artistes Français.
Sylvio Honório casou-se em1938 com Germaine Álvares Penteado, com
quem teve uma filha, Ana Maria Honorina Álvares Penteado; e de seu
casamento com Mirian Álvares Penteado nasceu Silvio Álvares Penteado
Neto.
1916:
Somente em 1916 que os carros voltariam a competir em São Paulo
disputando uma corrida. A prova entre as duas cidades foi uma
criação de Antônio Prado Jr através do Automóvel Club de São Paulo,
num percurso entre São Paulo e Ribeirão Preto, um rallye, e a idéia
era que automóveis das mais diversas marcas colocassem seus veículos
à prova em uma corrida que testasse a resistência dos veículos.
Competiram 26 veículos. A largada rumo ao interior paulista deu-se
oficialmente em 12 de junho de 1916, o
acontecimento foi um grande sucesso de público no Jardim da Luz
Para apoiar e incentivar os competidores o próprio Antônio Prado Jr
percorreu o trajeto da disputa dias antes do início da corrida
oficial com um automóvel Fiat ano 1915, que levou além do próprio
Antônio as figuras do Conde Silvio Penteado, Conde Armando Penteado
e nada mais nada menos que o pai da aviação Alberto Santos Dumont.
Ao chegarem a Ribeirão Preto no dia 7 de junho às 16:00 foram
homenageados com uma festejada recepção pelas autoridades e público
em geral.
De acordo com os jornais da época o destino final da jornada deste
veículo foi um pouco diferente da competição oficial. Enquanto os
competidores terminariam a corrida no centro de Ribeirão Preto,
Antônio Prado e seus amigos foram, após receberem as homenagens, em destino à fazenda
Dumont, na mesma cidade.
A viagem teve como objetivo verificar o trajeto e servir de
teste para o primeiro “raid” automobilístico São Paulo-Ribeirão
Preto, onde estaria em disputa a “Taça Ribeirão Preto” e um prêmio de 1
conto de réis.
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Santos-Dumont, Conde Sylvio
Penteado, Antônio Prado Júnior (ao volante) e Armando
Penteado - 1916 |
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Em Bragança
Paulista - Correio Paulistano (SP) 09/06/1916 |
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Em Ribeirão
Preto - Correio Paulistano (SP) 10/06/1916 |
1924:
Entre 1924 e 1928,
Sylvio edificou a Vila Normanda, com sete casas e dois prédios de
apartamentos, em uma rua particular que se estendia da Rua Epitácio
Pessoa até a Rua São Luís, atual Avenida São Luís, entre os terrenos
dos atuais edifícios Itália e Copan.
Montou um sistema de financiamento habitacional e, em 1930, levantou
o conjunto residencial de Heliópolis, na divisa de São Paulo com São
Caetano, com 50 casas populares, financiadas em dez anos. Mais
tarde, construiu mais 50 casas na Mooca. O Cine-Teatro Odeon e o
segundo Teatro Santana, na Rua 24 de Maio, também foram iniciativas
suas.
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Anos 50 |
Grande esportista, seu
Haras Tamboré era respeitado entre os criadores e esse interesse por
cavalos de corrida levou-o à presidência do Jockey Club de São
Paulo. Presidiu a Companhia Antártica Paulista e a Fundação Armando
Álvares Penteado, após a morte de seu irmão em 1947. Sylvio também
presidiu o Conselho da FECAP (Fundação Escola de Comercio Alvares
Penteado) desde 1912 até sua morte em 1956, honrando o desejo do
pai.
Um dos mais conhecidos
cartões-postais de Araras (SP), a Fonte Luminosa, localizada na
praça central, a Praça Barão de Araras, foi presente do Conde Sylvio
Penteado em 1955. Seus mecanismos de movimentação de águas foram
fabricados na Itália.
O Conde Sylvio Álvares Penteado faleceu no dia 3 de julho de 1956
aos 75 anos de idade
TABELA DE PARTICIPAÇÕES E RESULTADOS |
Data |
Prova |
Carro |
C |
Classificação |
04/10/1903 |
Corrida no
Hipódromo da Mooca - SP |
Mors 11 CV - 4 cilindros |
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4° Lugar |
05/01/1904 |
Corrida no
Hipódromo da Mooca - SP |
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Não consegui
resultados |
17/03/1907 |
Taça de
Inauguração - Homenagem ao Gal. Julio Roca - RJ |
Fiat 28/40 CV
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Não consegui
resultados |
26/07/1908 |
Circuito de
Itapecerica - SP |
Fiat 28/40 CV
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1° Lugar na geral e na categoria |
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