Página acrescentada em 19 de março de 2005. - Atualizada
em janeiro de 2021
Nasceu em São Paulo, capital, no dia 19 de julho de 1932. Formado em engenharia dedicou sua vida profissional à construção civil. É obra de sua construtora o "Central Parque Lapa" em São Paulo e o conjunto "Jardim Satélite" em São José dos Campos (SP), milhares de residências, além de muitas outras obras.
No
automobilismo começou em 1954 com 22 anos e 2 dias de idade a
bordo de um MG na categoria Esporte até 2.000 cc. A seguir, gostou
tanto que comprou
um chassi de Maserati 4CL
e mandou
para Nelson Enzo Brizzi equipar com um
motor Jaguar e preparar o carro, estreando na "100 Milhas do IV Centenário" também em 1954, quando
correu com o pseudônimo de “I.A.C.” com a Maserati/Jaguar e, é claro: 1° Lugar na categoria.
Em 1955
fez apenas uma corrida, "II Prova Prefeitura de São Paulo" em
Interlagos, era uma prova de turismo abaixo de 1.1, como seu Simca
Huit estava com motor de 1.221cc, fora de regulamento, portanto não
poderia correr, mas pediu para correr mesmo que sem classificação, e
foi atendido, correria só por correr:
Naquele ano ainda, na primeira edição da "Mil
Milhas Brasileiras", conseguiu aquele que foi seu grande feito: segundo
lugar fazendo dupla com Christian "Bino" Heins a bordo de um VW/Porsche
1500cc. preparado por Jorge Lettry,
que seguindo o
regulamento "Força Livre" (veículo e bloco do motor da mesma marca),
preparou um Volkswagen 1200cc (ano 1952) usando o bloco de motor
original mas com todas as peças internas de um motor Porsche 1.5 super, elevando a potencia para 74 cv.
A maior novidade foi o sistema de carter seco que exigiu um radiador
de óleo dianteiro e para isso foi construído um capô especial em
fibra de vidro (novidade na época).
Na primeira edição do "500 Quilômetros de Interlagos" em 1957, outro feito: como era prova de revezamento e o regulamento não proibia, inscreveu-se em dois carros, um em parceria com Godofredo Vianna Filho e no outro com Antonio Mendes de Barros, filho do então prefeito Ademar de Barros. E classificou os dois! Um em 3º lugar e o outro em 4º lugar, respectivamente. Na edição a “II Mil Milhas Brasileiras”, em 1957, participou com um DKW F-91 em dupla com Ciro Cayres, mas estavam tão mal que Ciro abandonou a prova antes do término, Eugenio então a concluiu sozinho e em função das quebras e desistências ainda classificou em 19º lugar. Completou 172 voltas das 201 previstas. Participou também de duas provas Internacionais do "World Sports Car Championship" em Buenos Aires no Autodromo Costaneva Norte, o “Mil Quilômetros de Buenos Aires”, em parceria com Celso Lara Barbéris na categoria "Sports 3.0", por duas vezes: em 1957 (Acidente na volta 92 quando estavam na 6ª colocação - Pelo número de voltas: 13° Lugar na geral e 5° na Cat. Sports 3.0) e em 1958 (quebra de motor na volta 57, pelo número de voltas: 14° Lugar na geral e 6° na Cat. Sports 3.0), ambas com a Ferrari 750 Monza de Celso.
Em 1959
participou da criação da equipe Vemag junto com seu amigo
Jorge Lettry, ainda não uma equipe
oficial mas uma
equipe de testes,
onde corriam sob o nome da concessionária "Serva Ribeiro".
Em 1960 aconteceu o "II Torneiro Sulamericano", uma prova internacional, onde na véspera aconteceram duas provas: Turismo até 2 litros e Turismo Força Livre, corridas simultaneamente mas com classificação em separado, ele, Christian Heins e Mario Cesar de Camargo Filho fizeram inscrição para as duas categorias, então a sua classificação foi: em 5º na TFL e em 3º na T-2.0, correndo a mesma prova.
Foi o primeiro
vencedor de uma corrida em Brasília, a nova
capital federal, foi no “GP Juscelino Kubitschek“ disputada em 1960 no Eixo
Rodoviário Sul e que usava a estação rodoviária como box, venceu a
primeira prova, foram quatro, reservada para veículos nacionais até
2.000 cc. com preparo, a bordo de um DKW Vemag carreterizado. Em 1961/62 fez quatro corridas com o FNM/JK, participou da "I Premio Aniversário de Brasilia" (ND); "24 Horas de Interlagos" com Álvaro Varanda (2º lugar); "VI Mil Milhas Brasileiras" fazendo dupla com o amigo Aguinaldo de Goes Filho num FNM/JK 2000 (11º lugar) e começou 1962 participando com o FNM/JK da prova "12 Horas de Interlagos" em parceria com Roberto Gallucci mas abandonaram por acidente.
Meses depois
com a criação da
equipe Willys chefiada por seu amigo
Christian Heins, Eugênio passou a competir pela marca, estreando com Berlineta
Interlagos no “I Mil Quilômetros de Brasília”, prova em que
participou em dois carros, um com Luiz Antonio Greco (Dauphine), 1º
colocado na categoria, e o outro com Rodolfo Olival Costa (Berlineta),
abandonaram por quebra mecânica. Em 1963 acabou fazendo apenas 1 corrida, a “II 12 Horas de Interlagos” em março, ao lado de Chico Landi e Budy Loureiro ao volante de um FNM/JK, não terminaram, e essa foi sua ultima corrida como piloto, pois depois do falecimento de dois amigo: Christian Heins (junho) e Celso Lara Barberis (setembro), em acidentes de corrida, ambos em 1963, e mais questões familiares, levou Eugênio Martins a tomar a decisão de parar de pilotar e assumir o cargo de Chefe da Divisão de Relações Públicas da Willys Overland do Brasil.
Mas Eugênio não se afastou do automobilismo, nunca abandonou totalmente o automobilismo, continuou sempre colaborando com vários pilotos e equipes. Em 1966 Mario César de Camargo Filho, o “Marinho”, havia aberto a Marinho Veículos, e pouco tempo depois Eugenio se associou e conseguiram uma concessão de revenda Volkswagen. Em 1968 abriu, com Chico Landi, a CBE (Companhia Brasileira de Empreendimentos) representante da marca BMW no Brasil. Como não podia deixar de ser os sócios montaram uma equipe de Competição com carros BMW e que não deu outra, a dupla Jan Balder e Pedro Victor Delamare venceu a “I 500 Milhas da Guanabara”, e depois Jan Balder em dupla com Chico Landi, venceu a “VI 500 Quilômetros de Porto Alegre”, essa empresa durou um ano e em 1969 foi vendida para o amigo e empresário Aguinaldo de Goes Filho que a rebatizou como CEBEM (Companhia Brasileira de Empreendimentos Mercantis).
Chico
Landi correndo com um carro Chevrolet Opala da equipe de Eugênio
Martins, que tinha uma revenda da marca, venceu a prova
“Governador Paulo Pimentel” no Autódromo de Pinhais (PR) em março de
1969 para carros nacionais e realizada no aniversário de Curitiba
(PR) foi a primeira vitória de um carro Opala em pistas brasileiras. Nota do autor: Comecei a freqüentar Interlagos em setembro de 1963 e nunca o vi correr, sua última prova havia sido uns meses antes. Anos depois, (entre 09/1970 e 02/1973) trabalhei, a convite do meu professor de desenho do curso técnico, como desenhista na construtora Regional São Paulo onde Eugênio era sócio de seu irmão Tito Livio, além de outros. Mas na empresa ele era o “Dr. Eugênio”, engenheiro civil, diretor, jamais falava de automobilismo, pelo menos com os funcionários. Eu, em véspera de casamento tinha minha cabeça centrada em outros assuntos, nunca "caiu a ficha" que ele era o "Gêninho" das pistas. Isso até o dia, já depois de quase dois anos, quando ao chegar encontrei na recepção ninguém menos que Chico Landi. Conversamos rapidamente e fiquei sabendo de um carro que eles estavam preparando na oficina da fábrica de blocos, e fui lá ver, se não me engano era o Meta 20. O ano, tenho certeza, era 1972, pois pouco depois voltei a encontrar o Chico numa festa junina da empresa e ele carregou meu filho recém nascido no colo, coisa que nunca se esquece.
Principais participações em provas
(Com
a colaboração
de Napoleão Ribeiro) |
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