Uma visão dos nossos históricos anos sessenta e um pouco antes

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Pilotos:
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Roberto Gallucci Roberto Gomez Salvador Cianciaruso Toninho Martins Victorio Azzalin Vitório Andreatta Waldemar Santilli Zoroastro Avon
Preparadores e/ou construtores:
Anísio Campos Jorge Lettry Miguel Crispim Nelson Brizzi Toni Bianco Victor Losacco    
Pioneiros:
Ângelo Juliano Benedicto Lopes Chico Landi Chico Marques Gino Bianco Hermano da Silva Ramos Irineu Correa João R. Parkinson
Manuel de Teffé Nascimento Junior Norberto Jung Sylvio A. Penteado Villafranca Raio Negro    

 

 

Página acrescentada em 03 de junho de 2005. -  Atualizado em janeiro de 2021
  
Salvador Cianciaruso Neto
por Paulo Roberto Peralta
 
Cianciaruso - 1973

Nasceu no bairro da Bela Vista (o famoso "Bixiga") em São Paulo no dia 3 de junho de 1941, bairro onde passou a infância e adolescência. Gostava de futebol e praticou o esporte no São Paulo F.C., foi campeão infantil em 1955 e campeão juvenil Pan-americano em 1957 pela seleção brasileira de juniores, no México. Voltando ao Brasil foi jogar nos aspirantes e em seguida nos profissionais, nesse meio tempo estudava.
Em 1963, com 22 anos, foi convidado a assistir a prova “VI 500 Quilômetros de Interlagos” e gostou tanto que foi criando um jeito de comprar um carro de corridas.

Em 1965 fez sua corrida de estréia com um Gordini no "Festival Interclubes", chegou em 12º lugar na prova reservada aos Gordini's.
Conheceu Domingos Papaleo, mecânico e piloto, que tinha uma oficina no bairro do Bixiga e se tornaram muito amigos.  Em 1966 na prova “IV Aniversário da APVC” correu com a Ferrari Testarossa do amigo e chegou em 4º lugar, um bom resultado para um iniciante, tinha então 25 anos de idade.

1967 - VIII Mil Milhas Brasileiras - Parada no box
1970 - 2 Horas de Velocidade
1970 - Mil Milhas Brasileiras

Naquele ano, 1966, compraram em sociedade a carretera Fiat Stanguellini 1.300cc de Luciano Bonini e a  estrearam na “VIII Mil Milhas Brasileiras”; com ela participaram de mais duas provas de longa duração no ano seguinte (1967): "IV 12 Horas de Interlagos" e a "IX Mil Milhas Brasileiras":
" O Fiat Stanguelini, com mecânica Abarth, pilotado por Salvador Cianciaruso e Domingos Papaleo Neto, foi uma das atrações máximas da Mil Milhas. Fazia um corridão, competindo com carros de cilindrada muito superior, quando também quebrou." - O Jornal RJ (10/12/1967)
Após essas três provas o bloco do motor da carretera trincou, então eles a consertaram, recuperaram, descaracterizaram como carretera e venderam como carro de passeio.

Em 1964 formou-se em Engenharia Química e em seguida se matriculou para estudar Engenharia Operacional Mecânica, formando-se em 1970.
Do final de1967 até inicio de 1970, ficou sem participar de provas automobilísticas  d
evido às reformas que fecharam Interlagos (1968/69), só retornando quando comprou, novamente em sociedade com Domingos Papaleo, uma Maserati 300S da categoria esporte do “Tigrão” (Luiz Carlos Fagundes) da oficina Torke no bairro de Santa Cecília, que a havia comprado de Ubaldo Cesar Lolli, e aplicaram uma carenagem nova e diferente feita por Gino Bortoletto. Com ela e em dupla com Papaleo participou de quatro provas, sendo a primeira em dezembro de 1969, o "III Mil Quilômetros da Guanabara" em Jacarepaguá, abandonaram por falha mecânica.

Em 1970 começaram com o "II 1500 Quilômetros de Interlagos", novo abandono.
Ainda no mês de março correu, dessa vez sozinho as provas "Festival Brasileiro de Velocidade" e "Prêmio Tufic Scaff", com a Maserati, chegando em 13º e em 4º lugar respectivamente.
E junho fez dupla com José Alvermi na Maserati na prova "IV 12 Horas de Interlagos", mas não concluíram.
De novo com a Maserati participou sozinho da: "2 Horas de Velocidade" (8º lugar); "250 Milhas de Interlagos" (abandono). Na prova "XI 500 Km de Interlagos" correu sozinho (18º lugar na geral).
"... quando todos estão alinhados, por ordem de classificação, o carro 95 de Salvador Cianciarus é retirado do pelotão que vai largar, o piloto não compareceu, o carro não pode largar... Chico Landi vai para o volante do carro madrinha, a corrida vai começar. Então um rapaz de macacão azul sai correndo dos boxes, aos gritos, pedindo para esperar, para não dar o larga ainda. Este rapaz que vem correndo apavorado é Salvador Cianciaruso, o piloto do 95 que chegou em cima da hora e ainda quer correr. E consegue, quando os carros partem, exatamente às 14h30m, ele corta caminho com seu 95 por trás dos boxes e entra no ultimo pelotão, exatamente o seu lugar pela ordem de classificação." - O Jornal RJ (13/09/1970)
Para encerrar o ano fez a "X Mil Milhas Brasileiras" em dupla com João Odmur Costa. Chegaram na 26ª posição na geral e 17º na categoria Div. 4 com a já "velhusca" Maserati que havia comprado, ou iria comprar de Domingos Papaleo.

Em 1971 voltou a fazer dupla com Domingos Papaleo na "V 12 Horas de Interlagos" (abandono); depois voltou a correr sozinho: "IV 6 Horas de Interlagos" (abandono) e "250 Milhas de Interlagos" (21º lugar na geral). Encerrou o ano fazendo nova parceria com Papaleo no "XII 500 Km de Interlagos" na Maserati e novamente abandonaram por falhas mecânicas.

1971 - V 12 Horas de Interlagos
Dupla com Domingos Papaleo
1971 - Sem identificação
Talvez 250 Milhas de Interlagos
1971 - 500 Km Maserati no box
Em destaque Cianciaruso

Entre 1970 e 71 ia participando de provas com a Maserati 300S, priorizando as de longa duração. Não tinha muito tempo para treinar, então dividia seu tempo entre o trabalho de químico em indústrias de cosméticos e a pista.

No ano de 1971 comprou a parte do Domingos Papaleo na Maserati, mas antes do final do ano a vendeu, para em 1972 com 31 anos de idade, montar uma oficina de competição próxima ao autódromo, no bairro de Interlagos, só para construir e preparar seus carros.

1973 - O CS-1 em fase final de construção

1974 - CS-1 FNM/JK em ação em Interlagos
1ª Etapa do Paulista de Esporte D-4

1977 - Cianciaruso F-Vê 6 rodas
invencionice que não correu, só fez exibição

Em 1973 construiu um carro da Divisão 4 Classe A - Protótipos até 2.000 cc., com motor FNM/JK 2000 (1.975cc) entre eixos, o "CS-1", correu em 1974 pela primeira e única vez na “1ª Etapa do Campeonato Paulista”. Infelizmente essa categoria não durou tempo suficiente para o carro ser adequadamente desenvolvido, ele foi trocado por um Divisão 3 com o piloto Milton Amaral do Rio de Janeiro.

2003 - CS-1 no ferro velho sem o motor
1976 - Cianciaruso F-Vê em Interlagos
Prova e piloto não reconhecidos
1976 - Cianciaruso F-Ford
1ª Etapa do Paulista de F-Ford - Interlagos

Em 2003 esse carro foi localizado pela revista "Automóveis Antigos" em um ferro-velho no bairro do Ipiranga em São Paulo.

Construiu monopostos Fórmula Vê em 1974, um deles com a carenagem parecida com a Ferrari 312B2 de F1, outro em 75, parecido com a Ferrari 312B3, e outro em 1976, parecido com a Ferrari 312T2, e que chamava a atenção pela semelhança com a Ferrari que correu entre 1976 e 77, com duas entradas de ar na parte frontal do cockpit que eram direcionadas para o motor. Esse carro pilotado por José Luis Bastos venceu uma corrida em Interlagos, a primeira do torneio de F-Vê 1300 de 1976. Recebeu algumas encomendas e diz ter construído 8 unidades.

Dando asas à imaginação colocou na pista uma "invencionice": um carro com 6 rodas, que acabou vetado por um excesso de duas polegadas na largura total do eixo traseiro.

Com a criação da Formula Ford construiu, ou adaptou, seu F-Ve para a nova formula e chegou a participar de duas provas: "1ª Etapa do Paulista de F-Ford" em  Interlagos e "1ª Etapa do Brasileiro de F-Ford" em  Goiânia, com resultados medianos.
Foi chamado pela revista Placar de:
"... o calouro mais velho da F-Ford - líder do atual campeonato de Formula VW 1300 como construtor - optou pela nova formula para não concorrer dentro da Vê com seu piloto José Luiz Bastos..." - Revista Placar (16/04/1976)

Casado, mudou-se em 1977 para Aldeia da Serra (SP) onde nasceram seus filhos, um menino e uma menina.

1977 - Cianciaruso F-Vê  em Tarumã
Pilotado por José Luiz Bastos
Ferrari 312T2 - Notem a semelhança com as fotos ao lado 1980 - V Etapa_Interlagos
Nicola Papaleo com Cianciaruso F-Vê
1981 - Brasília - Cianciaruso F-Vê
Pilotado por José Luiz Bastos
1981 - Brasília - Cianciaruso F-2 BR
com motor Passat pilotado por
Maurizio Sandro Sala

Construiu também o Fórmula 2BR em 1979, o primeiro usando motor Passat AP. Sua estréia foi em Brasília (21/04/1981) pilotado por Maurizio Sandro Sala, mas não foi bem, teve problemas mecânicos e não terminou a prova. Disse que esse carro tinha a suspensão traseira tão boa que fez a adaptação dela em 18 carros de outras marcas da categoria.
A Fórmula 2 Brasil foi criada naquele ano para cobrir a brecha da Fórmula Volkswagen 1600 (a Supervê)

Ao fim de 1980, com o nascimento de seu primeiro filho, resolveu encerrar a carreira automobilística, vinha atuando ainda como dono de carros e chefe de equipe, após, passou a dedicar-se apenas à carreira de químico, afinal já tinha montado sua própria fábrica de cosméticos.

2012 - Prototipo com motor Alfa Romeo

Com a separação e o desquite perdeu todo seu acervo de troféus, fotos e recortes e também se desfez da fábrica, voltando a trabalhar como químico em indústrias de cosméticos, até que em 1987 montou novamente sua própria fábrica de cosméticos artesanais, em Carapicuíba (SP
Automobilismo era só uma lembrança boa.

Mesmo afastado do automobilismo construiu um novo automóvel esportivo com motor V6 Alfa Romeo em uma oficina de Carapicuíba/SP, terminando em 2012.
Salvador Cianciaruso veio a falecer pouco depois, em 15 de junho de 2013..

 

Principais participações em provas (Com a colaboração de Napoleão Ribeiro)

10/10/1965 - I Festival Interclubes - Interlagos/SP - Renault Gordini 845cc nº 14 - 12º lugar (na prova de Gordinis)
12/06/1966 - GP IV Aniversário APVC - Interlagos/SP - Ferrari Testarossa 1.995cc n° 16 -
4º na geral e 4º na cat. Sport+3.0
19/11/1966 - VIII Mil Milhas Brasileiras - Com Domingos Papaleo - Fiat Stanguelini 1.221cc n° 85 - cat. T-1.3 - AB
19/03/1967 - IV 12 Horas de Interlagos/SP - Com Domingos Papaleo - Fiat Stanguelini 1.221cc n° 85 -
18º na geral e 4º na cat. TFL
03/12/1967 - IX Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Com Domingos Papaleo - Fiat Stanguelini 1.221cc n° 85 - 20º na geral e 11º na cat. TFL
                                Reformas em Interlagos - 1968/69
13/12/1969 -
III Mil Quilômetros da Guanabara/RJ - Jacarepaguá - Com Domingos Papaleo - Maserati 300S nº 55 - AB

08/03/1970 - II 1500 Km de Interlagos/SP - Com Domingos Papaleo - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
cat. D-4 - AB
15/03/1970 - Festival Brasileiro de Velocidade - Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - 13º na geral e 9º na cat. D-4
22/03/1970 - Prêmio Tufic Scaff - Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
4º na geral e 4º na cat. D-4
14/06/1970 - IV 12 Horas de Interlagos/SP - Com José Alverni - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - cat. D-4 - AB
05/07/1970 - 2 Horas de Velocidade - Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
8º na geral e 5º na cat. D-4
09/08/1970 - 250 Milhas de Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - cat. D-4 - AB
07/09/1970 - XI 500 Km de Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
18º na geral e 12º na cat. D-4
22/11/1970 - X Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Com João Odmur Costa - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - 26º na geral e 17º na cat. D-4
21/03/1971 - V 12 Horas de Interlagos/SP - Com Domingos Papaleo - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
cat. D-6 - AB
04/07/1971 - IV 6 Horas de Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - cat. D-6 - AB
15/08/1971 - 250 Milhas de Interlagos/SP - Maserati 300S 2.989cc n° 95 -
21º na geral e 4º na cat. D-6
07/09/1971 - XII 500 Km de Interlagos/SP - Com Domingos Papaleo - Maserati 300S 2.989cc n° 95 - cat. D-6 - AB
03/08/1974 - 1ª Etapa do Paulista de Esporte D-4 - Interlagos/SP - CS-1/JK 1950cc n° 95 -
8º na geral e 7º na cat. D-4 até 2.0
04/04/1976 - 1ª Etapa do Paulista de F-Ford - Interlagos/SP - Cianciaruso F-Ford 1.440cc n° 95 - 7º Lugar
09/05/1976 - 1ª Etapa do Brasileiro de F-Ford - Goiânia/GO - Cianciaruso F-Ford 1.440cc n° 95 -
24º Lugar
 


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