João Ruiz
Parkinson, filho de
um cidadão inglês nasceu na Espanha na cidade de Cadiz, mas cresceu
e estudou em Lisboa (PT), formou-se contador e já com 16 anos
mudou-se para o Brasil, indo morar na cidade de Salto (SP) trabalhar
numa fabrica de tecidos.
Conheceu a moça Maria da Gloria Camargo de Penteado e com ela se
casou em 26 de maio de 1912, aos 19 anos, tiveram 4 filhos, dois
homens e duas mulheres: Odilon, Flavio, Mary e Dulce.
Mudou-se para São Paulo em busca de melhores oportunidades
profissionais, e participou da “I Prova Washington Luis” em dupla
com Francisco Azevedo. Disse ter chegado em 10º lugar.
“A
primeira vez que foi realizada, desenvolveu-se a “Prova Washington
Luis” pelo interior do Estado, durante cinco dias seguidos, num
percurso total de 1.200 kilometros, aproximadamente.”
- Diário Nacional - SP (23/08/1928)
Ele diz ter participado em 1924, mas só achei referencia a essa
corrida em 1926 no jornal “Folha da Noite” de julho de 1926, e na
classificação ele está em 7º e não em 10º lugar:
“Com
absoluto êxito, terminou hontem a disputa da grande prova de
tourismo, no percurso de 1.166 kilometros, organizada pela
Associação de Estradas de Rodagem, que lhe deu o nome de prova
clássica “Washington Luis”.
- Folha da Noite - SP (01/07/1926)
Em 1926, aos 33 anos, mudaram-se para o Rio de Janeiro.
Achei noticia de que em 1929 era membro do “Club dos Bandeirantes do
Brasil”.
O “Club dos Bandeirantes do Brasil” foi criado no período de
consolidação da visão rodoviarista do governo Washington Luis (24 de
agosto de 1926), com sede no Rio de Janeiro. Talvez devido a
participação de Getúlio Vargas e Washington Luís no clube esse grupo
teve importante atuação nos debates sobre o desenvolvimento do país
na década de 1920. Os associados agiam em nome do interesse de tudo
que estivesse relacionado às questões nacionais.
Em 1932, ele, como gerente da Cia. Recreio dos Bandeirantes, motivou o
Automóvel Clube do Brasil a realizar uma prova automobilística entre
a Restinga da Marambaia e o loteamento da companhia.
Entusiasmado com o resultado passou a cooperar voluntariamente com a Comissão
Esportiva do A.C.B., na época presidida por Reinaldo Aragão.
Abaixo publico uma reportagem da "Revista de Automóveis", de 1955
(ou 1956) com reminiscências de sua vida.
Após continuo com um
pouco mais de sua trajetória no automobilismo:
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Acervo: Napoleão
Ribeiro |
Em 26 de
julho de 1908 foi oficialmente realizada a primeira corrida de
automóveis do Brasil, que ficou conhecida como o "Circuito de
Itapecerica", a partir dai o automobilismo se desenvolveu, mas não
só pela dedicação de pilotos mas também com o trabalho de
dirigentes e teve, inclusive, alguns pilotos que se tornaram
dirigentes, por exemplo: Manuel de
Teffé e Ângelo Juliano. Teve
muitos outros que nunca pilotaram mas eram apaixonados, por exemplo:
Francisco Perdigão, Romeu Miranda e Silva, Pedro Santalucia, Eloy Gogliano,
Wilson Fittipaldi, Mauro Salles, e muitos outros.
Vou
tentar passar a carreira de João R. Parkinson, um "esquecido" que
com mais uns poucos "seguraram a barra" do Automóvel Clube por muitos
anos.
Sei que ficarão
faltando algumas realizações, mas espero que as principais estejam
aqui:
1933 - Colaborou na organização e realização do “I Circuito da
Gávea”, tinha então 40 anos.
Devido a sua formação em contabilidade, no período de existência do
Circuito da Gávea foi Diretor Comercial de todas.
1934 - Já oficializado como membro do A.C.B. participou ativamente com
dr. Romeu de Miranda da comissão organizadora do “II Circuito da
Gávea” e foi um dos juízes de partida.
1935 -
Carlos Guinle, presidente do A.C.B. o enviou à Portugal a fim de
influir pilotos portugueses a virem participar do “III Circuito da Gávea”.
Trouxe: Henrique Lehrfeld de Campos (2º lugar); José de Almeida
Araújo (3º lugar) e Manoel Nunes dos Santos (abandonou por
acidente). Voltou de Portugal no mesmo navio (Cuyabá) que trouxe os pilotos.
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Embarque dos
carros portugueses para o Brasil, no centro da foto:
Lehrfeld
Acervo: Maria Elizabeth Parkinson |
Na Comissão Esportiva do “III Circuito da Gávea” em junho, atuou
como juiz de partida junto com dr. Romeu de Miranda e Silva,
Ferdinando Quillico e Francisco Antunes.
Eleição no A.C.B. reelege Guinle como presidente para o biênio 36/37 e
Parkinson fica como Diretor-Gerente.
1936 - Desenvolveu um regulamento de Rallye, a partir do de Monaco,
adaptado às condições do Brasil e que quase foi utilizado pelos
organizadores da Exposição Feira de Campinas durante as comemorações
do Centenário de Carlos Gomes.
Foi criado o “Departamento Automobilístico do Automóvel Clube do
Brasil” que tinha como principal finalidade:
“...
tratar de todos os assumptos referente ao automobilismo, tanto sob o
seu aspecto sportivo, como sob o de turismo ou technico.”
- Jornal dos Sports - RJ (01/02/1936)
Parkinson (com 43 anos) foi um dos três indicados para dirigir o novo
departamento:
“... A Commissão diretora ficou constituída pelo dr. Romeu
Miranda e Sila, o incansável secretário da Commisão Sportiva, a quem
o automobilismo muito deve; ao sr. J. R. Parkinson, um estudioso do
assumpto, cujos conhecimentos dos mais adiantados centros mundiais é
uma garantia de sua capacidade e finalmente pelo sr. Carlos O.
Reichenbach, figura prestigiosa no seio dos sports mecânicos...”
- Jornal dos Sports - RJ (01/02/1936)
Participou da organização e realização do “IV Circuito da Gávea”,
principalmente da recepção de pilotos estrangeiros, vi reportagens
mostrando pelo menos três: o português Henrique Lehrfeld; a francesa Helle Nice e a equipe gaúcha “Galgos
Brancos” com Norberto Jung, Oscar Bins e Olavo Guedes.
Após a corrida acompanhou os pilotos estrangeiros que foram à
Petrópolis (RJ) passear e visitar o tumulo de
Irineu Correa, falecido no
ano anterior durante o Circuito da Gávea, foram também alguns
mecânicos, dirigentes, jornalistas e o industrial Sabbado D’Angelo
que financiou a vinda da Equipe Ferrari (que na época corria com
carros Alfa-Romeu).
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Helle Nice sendo
recepcionada no porto Acervo: Maria Elizabeth Parkinson |
Almoço oferecido
à Helle Nice pelo A.C.B. Acervo: Maria Elizabeth Parkinson |
Dante de
Bartolomeu, presidente do ACESP, Vicente de Assumpção,
secretário, Romeu de Miranda e João Parkinson nos bastidores
do Circuito do Jardim América em 1936 Acervo: Maria
Elizabeth Parkinson |
Foi à São Paulo colaborar nos preparativos para a realização do “I
Grande Premio Cidade de São Paulo”:
“Deverão chegar amanhã a esta Capital, pela estrada de rodagem,
os diretores do Automóvel Clube do Brasil, que aqui vem prestar o
seu concurso na ultimação dos preparativos da corrida do dia 12, são
eles o dr. Romeu Miranda e o sr. J. R. Parkinson.”
- Correio de S.Paulo - SP (03/07/1936)
Foi, junto com Guinle, um dos organizadores do almoço-homenagem à
Manuel de Teffé por sua
brilhante carreira e excelente colocação conseguida no “Circuito
do Jardim América” em São Paulo.
Por iniciativa do Automóvel Clube do Brasil e patrocinado pelo
jornal O Globo foi lançado um concurso para premiar com um carro
Alfa Romeu o piloto mais votado através de cupons publicados no
jornal O Globo (RJ) e diversos outros das capitais estaduais. O
concurso foi idealizado, organizado e administrado por Parkinson. O
concurso se encerrou em 1937 e o vencedor foi
Manuel de Teffé.
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Acima, foto da primeira
apuração, quando Chico Landi foi o mais votado.
Fonte: O Malho (RJ) |
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<<< Ao lado ,
anuncio de um programa de rádio patrocinado por
Pneus
Brasil e publicado durante todo o período do
concurso.
Fonte: A Noite (RJ) |
1937 - Foi à São Paulo representando o A.C.B. no banquete oferecido à
Nascimento Junior pela sua
brilhante vitória no “Grande Premio Folha da Tarde” realizado no
Circuito do Cristal em Porto Alegre (RS).
Esteve em São Paulo para motivar os pilotos paulista à participarem
do “V Circuito da Gávea”:
“Encontra-se em nossa capital desde sábado ultimo, vindo da
Capital Federal como representante do Automóvel Clube do Brasil, o
sr. João Ruiz Parkinson, que faz parte da directoria da entidade
maxima do automobilismo nacional, é uma das figuras de maior
projecção no scenario esportivo carioca e brasileiro. Hontem á
tarde, procuramos ouvir o distincto esportista a propósito ...”
- Correio de S.Paulo - SP (09/03/1937)
Participou junto com Romeu de Miranda da organização e realização do
“V Circuito da Gávea”.
Em setembro planejou, organizou e realizou juntamente com Romeu de
Miranda o Raid Rio/Petrópolis/Juiz de Fora que resultou em um sucesso.
Colaborou na organização das provas “Circuito Beira Mar”, mas não
consegui confirmar sua realização, e do “Rallye Rio/Belo Horizonte”,
realizado com bastante sucesso.
1938 - Visitou Belo Horizonte para tratar da realização do “Circuito
de Belo Horizonte” que seria realizado após o Circuito da Gávea. Mas
não foi.
Acertou com o Comendador Sabbado d’Angelo o patrocínio para a vinda
de Carlo Pintacuda e Mario Tadini para a Gávea. Com Aristides
Accioly, mais Romeu de Miranda e o capitão Santa Rosa, foram
realizadas nesse ano duas Gáveas, a nacional, chamada de “Premio
Com. Sabbado d’Angelo” e a outra internacional “VI Circuito da
Gávea”
Fez parte da Comissão Executiva do Raid Rio/Vassouras que foi
realizado com êxito em julho; idealizou a “Prova Presidente Getúlio
Vargas” prevista para abril e maio de 1939, mas adiada para 41:
“... a realização esportiva em que estivessem representados todos
os estados do Brasil. Assim após prolongados estudos, organizei um
regulamento, no qual são obrigados os automobilistas a percorrer
estradas de rodagem do pais, desenvolvendo o intercambio e o turismo
interestadual...”
- A Noite - RJ (07/09/1938)
1939 - Representou o A.C.B. na inauguração realizada por Getúlio Vargas
da estrada ligando Itaipava e Teresópolis (RJ) em fevereiro.
Iniciando em 1938 percorreu todos os estados do Brasil (menos Pará e
Amazonas) a bordo de um automóvel para divulgar a Prova Getúlio
Vargas, acompanhado por Pedro Santalucia (às vezes Romeu de Miranda)
e um cinegrafista.
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1938 - Carro com
que percorreu os estados brasileiros
Fonte: Diario Carioca (RJ) |
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1938 - João
Parkinson falando com jornalista
Fonte: A Noite |
1939 -
Propaganda da Ford usando telegrama de Parkinson
Fonte: O Dia (RJ) |
1941 - Seu parceiro no Departamento Automobilístico Romeu Miranda
faleceu, por problemas de saúde, durante a realização da Prova Getúlio
Vargas finalmente realizada em 1941 com o percurso modificado e
3.731 Km. de extensão. Vencida por Juan Manuel Fangio..
1942 - Antecipando-se ao racionamento da gasolina criou uma comissão
para cuidar dos interesses dos associados do A.C.B., inicialmente
lançaram uma pesquisa para conhecer a necessidade dos mesmos; enviou
ao Gen. Horta Barbosa, presidente do Conselho Nacional de Petróleo,
oficio com sugestões além de oferecer os serviços do clube, e
prestando-se a distribuir os cupons de racionamento eaos seus
associados.
1943/44 - Ocupava os cargos de Superintendente do Departamento
Automobilístico, Diretor da Sede e Diretor Comercial de todas as
corridas de automóveis organizadas pelo A.C.B..
1945 - Apresentou pedido de demissão dos cargos que ocupava no
A.C.B.,
aceito pelo presidente sr. Carlos Guinle, em 30 de janeiro.
Atuou como corretor por um bom tempo enquanto esteve afastado do
automobilismo. Localizei diversos anúncios de imóveis em seu nome.
Nos anos 50 o A.C.B. alcançou seu auge como entidade esportiva, seus
presidentes à época: Carlos Guinle (1933 – 1951), Hebert Moses (1951
– 1953) e General Sylvio Américo de Santa Rosa (1953 – 1968), Parkinson trabalhou com
todos eles.
1951 - Realizou, junto com Pedro Santalucia e outros, o Rallye entre
o Stand do A.C.B. na Exposição Rodoviária e a Fazenda Inglesa em
Petrópolis, perfazendo 84 Km.
1952 - Participou ativamente na campanha para eleição do Gal. Sylvio
Américo Santa Rosa para presidência do A.C.B..
1953 - Com a vitória de Santa Rosa foi também eleito membro do
Conselho Deliberativo e Diretor da Comissão Desportiva. Após a posse
Santa Rosa o designou Presidente da Comissão Desportiva devido a
doença do Cel. Coelho Magalhães.
Aproveitando sua experiência como corretor imobiliário idealizou e organizou a Vila Automóvel Clube em uma área
doada por Adriano Mauricio de Almeida em Adrianópolis, local onde
também seria construído um Autódromo, antiga aspiração do A.C.B..
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Acervo: Maria
Elizabeth Parkinson |
Organizou e teve a direção geral do “III Circuito Crônica Esportiva
Carioca”, vencida por Chico Landi.
Dirigiu a realização de um rallye de 846 Km nas festividades de
comemoração do 1º centenário da fundação da cidade de Teofilo Otoni
(MG).
Participou novamente da organização e realização do “XIII Circuito
da Gávea”, que só foi realizado em 1954.
1954 - Foi à Curitiba (PR) para tratar com Alberto Cominese
(Presidente do ACP) a realização do “I GP Estado do Paraná” (que
acabou não realizado)
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1954 - No
Circuito da Gávea
Fonte: Revista O Cruzeiro |
A.C.B.
homenageou Heron Domingues, o “Repórter Esso”, por apoiar o
automobilismo e em especial o A.C.B., Parkinson entregou as medalhas e
discursou.
Acompanhou Chico Landi, que foi para
correr, à Buenos Aires, com Pedro Santalucia, observar a
organização e funcionamento do autódromo.
Designado como Administrador Geral do Autódromo, com 61 anos de
idade, presidiu o
lançamento da pedra fundamental do autódromo em 19 de abril de 1954
com a presença de diversas autoridades, automobilistas e pilotos.
Realizou viagem à Venezuela, Equador e Peru para convidar pilotos a
participarem do “XIV Circuito da Gávea” do ano seguinte, mas a prova
acabou não sendo realizada.
Idealizou e organizou uma competição na Quinta da Boa Vista com a
renda em beneficio das famílias dos bombeiros vítimas da
catástrofe da Ilha
do Braço Forte.
1955 - Em eleições no A.C.B. foi reeleito o Coronel Silvio Santa Rosa
que, entre outras mudanças, convidou Segadas Viana para substituir
Parkinson na presidência do Departamento Esportivo, deixando-o livre
para administrar a construção do Autódromo de Adrianópolis:
“...
vamos realizar, assim, o antigo sonho do presidente, cel. Santa
Rosa, desde os tempos em que era presidente da Comissão Desportiva.
Num terreno avaliado em 50 milhões de cruzeiros que nos foi doado
pelo conselheiro Adriano Mauricio de Almeida estamos construindo a
Vila Automóvel Clube e o autódromo, sem qualquer subvenção oficial,
apenas com recursos provenientes da venda de áreas.”
- O
Jornal - RJ (23/03/1955)
Tentou, ainda como presidente da Comissão Desportiva, a
realização do “Circuito da Gávea”, mas a prova não foi
realizada.
Escrevia artigos sobre automobilismo e autódromos para o SINGRA
(Suplemento Intergráfico) do jornal Correio da Manhã (RJ), até 1959,
que também saíam no jornal A Noite (RJ) e jornais de outros estados.
1957 - 1ª Prova em Adrianópolis, inauguração oficiosa, não oficial,
pois a pista ainda não estava asfaltada.
1959 - Realizado, com a presença do governador do Rio, o “Rallye
Automobilístico Roberto Silveira” com largada do Palácio do Ingá em
Niterói e chegada no Autódromo Nacional de Adrianópolis.
Pela sua atuação à frente das obras do autódromo conseguiu com o
governador Roberto Silveira a abertura de concorrência
administrativa para a pavimentação da pista do autódromo, em
outubro.
1960 - Em visita ao Autódromo de Adrianópolis o governador do Rio,
Roberto Silveira, reafirmou a promessa de colaborar nas obras de
pavimentação das pistas.
Esteve com a diretoria do A.C.B. em Brasília para acompanhar a prova
“Grande Premio Juscelino Kubitschek” que fazia parte das
comemorações da inauguração da nova capital do Brasil.
O Autódromo passa a se chamar Autódromo Roberto Silveira e Parkinson
foi nomeado seu diretor.
1961 - Com o falecimento do governador Roberto Silveira em fevereiro
de 61 as obras foram suspensas pelo novo governador dr. Celso
Peçanha, não sendo mais retomadas pois o A.C.B. não tinha verba
suficiente.
1964 - As ultimas noticias que consegui dele são editais de
convocação para assembléia de condomínio, onde assinava como
Administrador do Edif. Inconfidentes na Av. Graça Aranha (RJ), sendo
a última convocação em 1967 avisando de seu falecimento e convocando
novas eleições
1967 - Faleceu em 17 de agosto de 1967 aos 74 anos após uma
cirurgia.
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1959 - Fonte:
Revista Carros a Vista - Panorâmica da terraplenagem
Acervo do Autor |
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Capa de folheto
do Autodromo distribuído pelo A.C.B. em 1959
Acervo: Maria Elizabeth Parkinson |
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Revista Quatro
Rodas - Abril de 1964 |
Colaboração:
Maria Elizabeth Parkinson (neta) e Napoleão Ribeiro (DF)