- Pneus
Brasil, a primeira fábrica de pneus
-
O setor de
pneus no Brasil:
- O
pneu tupiniquim começou a trilhar sua história no ano de 1934.
Segundo a
ANIP, nesse ano se iniciou, de fato, a produção
brasileira de pneus, com a implantação do Plano Geral de Viação
Nacional, concretizado em 1936 com a instalação, no Rio de
Janeiro, da Companhia Brasileira de Artefatos de Borracha,
popularmente conhecida como “Pneus Brasil”, que, em seu
primeiro ano, fabricou mais de 29 mil pneus.
(www.sindipneus.com.br)
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- A borracha natural é
um polímero obtido da seiva da seringueira, árvore de origem
amazônica. Para sua extração são feitos pequenos cortes
superficiais no caule da árvore, através dos quais o látex é
captado. Depois de sua coagulação e secagem, este material é
aquecido e posteriormente processado com outras substâncias químicas,
transformando-se em borracha, mas que ganhou o mundo,
principalmente pela rápida adaptação que sofreu quando, na
virada do século (anos 10), foi plantada com sucesso pelos
ingleses nas florestas tropicais asiáticas.
(www.infopneus.com.br)
70
mil sementes de seringueira. Foi graças a essa encomenda
surrupiada do Brasil por Henry
Wickham que as colônias inglesas na Ásia tornaram-se as
maiores produtoras de látex do mundo no início do século XX,
prejudicando o milionário ciclo da borracha na Amazônia.
-
Serviu
de referencia, mas não a única, para esse trabalho o folheto: “Bandeirantes da
Borracha” escrito por Yeda Lagoeiro de Carvalho Britto, esposa
de Raul Carvalho Britto, filho e sucessor do fundador da “Pneus
Brasil”.
- A “Indústria Brasileira
de Borracha Berrogain Ltda.” existente desde 1921, fundada por
Raul Berrogain com um grupo de empresários, conforme notícia do
jornal “O Paiz”, do
Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1920, em sua página oito. Eles produziam um solado
para sapatos chamado “Neolin”, além de outros produtos. Mas
em 1933 o Dr. Humbaldi Fontainha assumiu o comando da indústria
por indicação do governo, com o objetivo de produzir pneus, pois
que nessa época a importação de automóveis e caminhões era
crescente e a borracha natural proveniente da Amazônia era
abundante e barata: três mil réis o quilo.
Mas o Dr. Fontainha, por motivo de doença, logo se afastou e os sócios
não se empenharam muito e o empreendimento não se desenvolveu
como o “governo provisório” de Vargas queria.
Chegando da Europa, para onde fora exilado juntamente com
Washington Luiz e outras vitimas da revolução de 1930, o Dr.
Manoel Thomaz de Carvalho Britto foi convidado por Getulio Vargas
a assumir o compromisso com a Caixa Econômica e levar adiante o
empreendimento. O Sr. Carvalho de Brito, representante da elite
industrial mineira que mantinha estreitos vínculos políticos com
o presidente Washington Luis, ao decidir apoiar a candidatura à
presidência de Júlio Prestes criou sérias divergências políticas
com os vitoriosos da Aliança Liberal de 1930, o que o levou a ser
exilado. Retornando ao Brasil, continuou seus empreendimentos
industriais e comerciais, dentre os quais se destacam a "Companhia
de Fiação e Tecidos de Minas Gerais", em Marzagão (MG), e
a fábrica de artefatos de borracha.
Assim, em 1936, a fábrica já com o nome de “Companhia Brasileira de
Artefactos de Borracha”, retomava suas atividades, com a
“Pneus Brasil” que, mesmo com muitas dificuldades, em seu
primeiro ano de vida fabricou aproximadamente 29 mil pneus.
- “...
devido
à visão de Manuel Thomaz de Carvalho Britto que a pequena e precária
Indústria Brasileira de Borracha Berrogain Ltda. foi transformada
na atual Companhia Brasileira de Artefactos de Borracha,
fabricante dos afamados pneumáticos “Brasil”, de câmeras de
ar e de numerosos outros artefatos de borracha. O Sr. Carvalho de
Britto aproveitou estudos feitos pela “Seiberling Rubber Co”.
e instalou, na Avenida Suburbana, 95 e 101, a fábrica atual que
é produto não só da coragem de um brasileiro como do seu
dinamismo e da sua larga visão comercial, penetrando num terreno
até então julgado perigoso. A sua confiança no futuro da indústria
de pneumáticos no Brasil foi a responsável pela prosperidade
desse setor fabril, um dos mais importantes da atualidade”.
(Hugo Schlesinger na Enciclopédia da Indústria Brasileira de
1959).
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Gávea
1937
Livro "Circuito da Gávea" de Paulo Scali |
Chapadão
1937
Recorte de jornal da época |
Gávea
nacional 1938
Livro "Circuitos de Rua" de Paulo Scali |
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Já por essa época a “Pneus Brasil” se envolveu com corridas
de automóveis, seja patrocinando provas ou fornecendo pneus aos
corredores, antevendo a promoção que isso poderia dar ao seu
produto. Patrocinou pelo menos dois “Circuito da Gávea”, o de
1937 e o nacional de 1938, a “Volta do Chapadão” de 1937 onde
equipou cinco dos dez primeiros colocados, inclusive o vencedor, Benedicto
Lopes, além de outras competições, como o “Circuito
Farroupilha”, o “Raid Rio de Janeiro-Juiz de Fora” e o Raid
“Montevideo-Rio de Janeiro”.
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A
"Usina Hévea" em Manaus |
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A fábrica dos “Pneus Brasil” contava com uma filial em Manaus
(AM) que cuidava da lavagem e preparação da borracha, enquanto a
do Rio se ocupava dos artefatos. A fábrica de Manaus recebia a
borracha do Banco de Crédito da Amazônia, que detinha o monopólio,
lavava e preparava o produto e o devolvia ao Banco, do qual a
empresa comprava a quantidade que necessitava.
O consumo da matéria prima se fazia a cada ano maior, pois
crescia a demanda de pneumáticos devido ao aumento da frota de veículos
no país, exigindo a ampliação do parque de industrialização
da borracha.
A criação dessa fábrica deu novo alento à Amazônia e provocou
a instalação no País, de outras fábricas, essas estrangeiras.
O setor começou a
prosperar ainda mais entre os anos de 1938 e 1941 quando, de
acordo com a ANIP, grandes fabricantes internacionais começaram a
produzir seus pneus no país, alavancando a produção nacional
para 441 mil pneus.
(www.sindipneus.com.br)
Em 1939, foi inaugurada a segunda fábrica de pneus do país, a
Goodyear. No ano seguinte chegou a Firestone, e em 1941 a Pirelli,
que já tinha aqui uma fábrica de cabos elétricos.
Mas a pioneira era totalmente brasileira, “Pneus Brasil”, que
com a chegada dessas indústrias, muito mais ricas, começou seu lento processo de decadência.
Em 1952, com o falecimento de Manuel Thomaz, Raul Carvalho Britto,
filho e herdeiro, continuou o trabalho do pai levando a indústria
ao máximo de sua produção (1.000 pneus por dia) e a um índice
máximo de nacionalização de seus produtos.
A empresa já havia transformado, na década de 40, a fábrica de
tecidos da família em fábrica exclusiva de lonas e cordonéis
para pneus, que com a guerra estavam difíceis importar, deixando
a produção de tecidos em segundo plano.
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Era chamada de “Fábrica de Tecidos de Marzagão” por
localizar-se nessa região, e havia sido fundada por Francisco
Candido Guimarães, que de uma viagem à Inglaterra trouxe moderno
maquinário e um gerador de energia. Em 1915, a fábrica foi
comprada pelo industrial Manuel Thomaz Carvalho Britto, que a
modernizou, criando então a “Companhia de Fiação e Tecidos de
Minas Gerais”. Após a morte de Manoel Tomás Carvalho de Brito,
em 1952, a fábrica foi administrada por seus filhos, dentre os
quais se destaca seu filho, Raul de Brito, e seu genro, o Sr. Luís Gonzaga
Nascimento e Silva, que foi casado com Vilma de Carvalho Brito do
Nascimento e Silva.
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A falta de investimentos e aquisição de novas máquinas durante
a década de 1950, associada à morte do presidente da indústria,
o Sr. Manoel Thomas Carvalho de Brito, fizeram com que a
lucratividade da fábrica começasse a decair. A administração
da fábrica passou a ser exercida pelos descendentes da família
Carvalho de Brito, a solução encontrada pelos empresários para
recuperar a lucratividade sem investir na aquisição de novas máquinas
foi diversificar a produção. Sendo assim, a produção de
tecidos passou a ser crescentemente substituída pela produção
de lonas e cordonéis para abastecer a indústria pneumática
“Pneus Brasil” de propriedade da família, com sede no Rio de
Janeiro. Essa indústria era beneficiada por incentivos fiscais
federais e detinha grande parte da produção deste setor no país.
Com a vitória de Juscelino Kubstichek à presidência da República,
em 1955, e a implantação de seu plano desenvolvimentista, o
grupo empresarial de Marzagão perdeu o subsídio estatal. Além
disso, teve de enfrentar a concorrência de indústrias
estrangeiras. Pressionada pelas circunstâncias o grupo se viu
compelido a diversificar novamente sua produção. Então adquiriu
as máquinas novas.
Em 1943 a empresa também havia conseguido que fosse fabricado, em
Volta Redonda, o fio de aço cobreado, o ultimo componente
importado para a fabricação de pneus.
Graças a esse progresso, a “Pneus Brasil” pôde liquidar, em
1952, seu débito com a Caixa Econômica, ficando apta a pensar em
expansão. Já havia aberto agências em vários estados em
virtude da demanda crescente do mercado e até tinha pedidos de
exportação, e a devida licença concedida pelos órgãos
competentes.
A produção brasileira de borracha, que crescera de forma quase
exponencial ao longo do século XIX, depois do sucesso dos britânicos
em quebrarem o monopólio brasileiro da produção de borrachas
naturais, a produção e a exportação de borracha produzida no
Brasil continuaria crescendo até a I Guerra Mundial, quando
passaram a ser sintetizadas resinas que reproduziam as mesmas
características da borracha natural, permitindo ampliar os
volumes e as utilizações deste material.
A
partir do final da década de 1920, Henry Ford, o pioneiro da indústria
americana de automóveis, empreendeu o cultivo de seringais na
Amazônia criando 1927 a cidade de Fordlândia e posteriormente em
1934, Belterra, no oeste do Pará, especialmente para este fim,
com técnicas de cultivo e cuidados especiais, mas a iniciativa não
logrou êxito já que a plantação foi atacada por uma praga na
folhagem conhecida como mal-de-folhas, causada pelo fungo Microcyclus
ulei, além de dificuldades
de gestão e de adaptação às condições locais em
regime de monocultura de seringueiras,
A Amazônia já estava perdendo a primazia do monopólio de produção
da borracha porque os seringais plantados pelos ingleses na Malásia,
no Ceilão e na África tropical, com sementes oriundas da própria
Amazônia, passaram a produzir látex com maior eficiência e
produtividade. Conseqüentemente, com custos menores e preço
final menor, o que os fez assumir o controle do comércio mundial
do produto.
A borracha natural da Amazônia passou a ter um preço proibitivo
no mercado mundial, tendo como reflexo imediato a estagnação da
economia regional. A crise da borracha tornou-se ainda maior
porque a falta de visão empresarial e governamental resultou na
ausência de alternativas que possibilitassem o desenvolvimento
regional, com assistência aos seringalistas.
Fez-se então em 1957 um plano
de expansão aprovado pelo GEIA - Grupo Executivo da Indústria
Automobilística, mas com ele já em andamento Carvalho de Brito
foi surpreendido, em 1958, com o fim do monopólio da borracha. A
borracha nacional então só supria 25% do consumo, tendo os
restantes 75% que ser importado da Ásia, o que devido ao alto
custo inviabilizava o abastecimento para a fábrica continuar sua
produção, motivando assim sua completa paralisação em 1962.
A
quebra do monopólio da borracha resultou da ação direta das
multinacionais que pressionaram pela importação crescente da
borracha estrangeira comprada em dólares no mercado
internacional. Quebrado o monopólio, o mercado nacional ficava
livre para a importação da borracha para quem dispusesse de
recursos, o que não era o caso da “Pneus Brasil”, sempre
dependente de incentivos e subsídios do governo.
O final da Segunda Guerra
conduziu, pela segunda vez, à perda da chance de fazer vingar
esta atividade econômica, posto que o Governo Getulista
incentivara o retorno à borracha, criando o segundo ciclo da
borracha, apenas por interesses externos dos países aliados -
notadamente os Estados Unidos. Não se criou qualquer plano de
efetivo desenvolvimento sustentado na região, o que gerou
reflexos imediatos: assim que terminou a Segunda Guerra Mundial,
tanto as economias de vencedores como de vencidos se reorganizaram
na Europa e na Ásia, fazendo cessar novamente as atividades nos
velhos e ineficientes seringais da Amazônia.
Não
houve por parte do governo brasileiro interesse na concessão de empréstimo
e subsídios diretos ou indiretos que tornassem possível a obtenção
da matéria prima (borracha), em igualdade de condições com as
empresas multinacionais.
- “...a
melhor borracha. Pode ser obtida em quantidades elevadas na Amazônia,
desde que a sua cultura se revista de todas as exigências da técnica,
a fim de tornar a sua extração e o seu beneficiamento tarefas de
caráter
econômico.
Temos o “habitat” ideal em vastas extensões do território pátrio;
temos as sementes da melhor qualidade, e temos a capacidade
incontestável do nosso povo. Falta apenas a colaboração do
governo, a ser emprestada por intermédio da Comissão Executiva
da Defesa da Borracha e do Banco de Crédito da Amazônia”.
(Hugo Schlesinger na
Enciclopédia da Indústria Brasileira de 1959)
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Tampa
de caixa - anos 50 |
Propaganda
- ano 1955 |
Pneu
Brasil encontrado recentemente |
Imagens
obtidas na Internet: Shopping do Colecionador, Mercado Livre
e Fotolog.terra |
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Esse processo de asfixia, que levou à exaustão financeira a fábrica
dos “Pneus Brasil” ocorreu no governo do presidente Juscelino
Kubitschek (1902/1975). Muitos anos depois soube-se que o maior
incentivador, ou mesmo o criador do projeto no congresso foi o
senador por Pernambuco, João Cleofas de Oliveira (1899/1987)
Em vários contatos entre o presidente da “Pneus Brasil” e o
presidente Juscelino e com seu ministro, Sebastião Paes de
Almeida, tentou-se chegar a uma forma de política da borracha que
pudesse favorecer a “Pneus Brasil” na aquisição de sua
principal matéria prima, mas não se chegou a nenhuma solução.
Em 1961, no governo Jânio Quadros (1917/1992), foi feito um
contato quando foi entregue um memorial da situação da industria
nacional de pneus, que motivou uma entrevista no dia 17 de maio de
1961, em consequência foi solicitado uma auditoria a ser feita
pelo Banco do Brasil, e que demorou três meses, ai Jânio já
havia renunciado (25
de agosto de 1961).
Em 1962, no governo de João Goulart
(1919/1976), conhecido popularmente como "Jango",
a situação da fábrica já era desesperadora, parada, seiscentos
operários, só no Rio, pressionavam o governo com arruaças e
protestos em frente ao Ministério do Trabalho.
Por essa ocasião, um grupo paulista propôs um contrato, e não há
referencia nenhuma do teor desse contrato, o que se sabe é que as
ações da fábrica ficariam consignadas em um banco pelo prazo de
dois anos, que seria o tempo para liquidar o passivo e a fábrica
reiniciar suas atividades.
Mas passados os dois anos e sem que se resolvesse nada, Raul
Carvalho Britto reassumiu a presidência, isso no ano de 1965, em
pleno governo do Gal. Castello Branco (1897/1967), quando a
orientação do Ministro da Fazenda, Roberto de Oliveira Campos
(1917/2001) era mais voltada ao combate à inflação do que a
concessão de benesses do governo para empresas
particulares.
Então em 1966, através de entendimentos com o ministro do
Trabalho e Previdência Social, Luis Gonzaga do Nascimento e Silva
(1917) ficou resolvido que o prédio onde funcionava a indústria,
na Av. Suburbana (hoje Av. Dom Helder Câmara - Benfica), com
mais de vinte mil metros quadrados, já penhorados pela Justiça
Trabalhista, e avaliados em um valor superior a divida com os operários,
ficaria com o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários,
que assumiria essa divida. Hoje o prédio pertence ao Ministério
da Marinha.
As
máquinas foram vendidas à VULCAN e outras industrias do ramo de
artefatos de borracha, o que possibilitou a liquidação de todos
os compromissos da empresa.
Trinta anos de esforço e trabalho anulados em poucos meses...
isso é o que diz o folheto, obviamente escrito por alguém envolvido
no problema e de opinião parcial, com certeza, o que dá para se notar na
leitura é um sentimento tipo “sindrome de coitadinho”, mas que
o que houve mesmo foi má administração, queriam proteções de
todos os tipos e de todos governos ao invés de competir com as estrangeiras, típico
das empresas familiares do passado recente no Brasil, mal
acostumadas ao regime paternalista de governos populistas.
Uma curiosidade é que a “Pneus Brasil”, empenhada em
conseguir uma política extrativista regular e apoiada pelo
governo, cedeu à Petrobras (fundada em 3 de outubro de 1953) seu
laboratório para as primeiras experiências de fabricação da
borracha sintética, visualizando uma nova fonte de matéria
prima.
Desde a década de 50 havia uma conscientização para o problema
da extração da borracha na Amazônia, visando a auto suficiência
do país nesta área, o que poderia ser conseguido simplesmente dando assistência técnica,
médica e de logística aos seringalistas.
Mas o governo nada fez e ficou mais uma vez demonstrado que a
mentalidade política é tacanha, pois não se tratava de ajudar
a “Pneus Brasil”, mas toda a industria de artefatos de
borracha, indo desde o extrativista até as industrias que se
utilizavam dessa matéria prima, não só a industria de pneus.
Breve
biografia de Manoel Thomaz de Carvalho Britto:
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Acervo:
AFFAS (Flickr) |
Nasceu
na localidade de Antonio Dias, município de Itabira (MG) em 17 de
janeiro de 1872.
Estudou em Itabira e Ouro Preto, depois cursou advocacia na
Faculdade de Direito do Lgo. São Francisco, em São Paulo. Recém
formado exerceu a Promotoria Pública em Santa Bárbara, de 1894 a
1896, depois passou a advogar nessa mesma cidade e em Belo
Horizonte, de 1897 a 1903.
Foi deputado no Congresso Mineiro, de 1898 a 1902, depois eleito
deputado federal em 1903, mas renunciou ao mandato em 7 de setembro
de 1906 para ser empossado como Secretário de Estado do Interior e
Justiça de Minas Gerais. Depois foi diretor da Companhia de
Eletricidade por 13 anos (1912 a 1925), dirigiu ainda o Banco do
Brasil, o Banco do Comércio e as: Companhia
de Fiação e Tecidos de Minas Gerais e Companhia Brasileira de
Artefatos de Borracha, a “Pneus Brasil”, seu grande projeto
empresarial.
Faleceu no Rio de Janeiro em 11 de dezembro de 1952, com quase 81
anos de idade.
Agradecimentos à Fábio João Pinheiro, de Belo
Horizonte (MG), que forneceu o folheto, de onde copiei alguns trechos.
Ilustrações, salvo indicação em contrário, retiradas do
folheto.
Acrescentada dia 1 de junho de 2012
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