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Página acrescentada em 25 de abril de 2018.
 

Henrique Casini

Nascimento: 08/11/1898  -  Falecimento: 25/01/1981

 1933

Nasceu na pequena cidade de Passagem de Mariana (MG) perto de Ouro Preto em 8 de novembro de 1898 e foi registrado como Henrique Severino Casini. Não há informações sobre seus pais, sua infância, escolas, nem de quando e porque se mudou para o Rio de Janeiro.
Casou-se e teve pelo menos três filhos, Sebastião, José e Sinésio, achei referencias à Sebastião que participou de corridas automobilísticas pelo menos até 2002 quando passou para os esportes náuticos, Sinésio foi chamado de “o caçula” em uma reportagem.
A primeira notícia em jornais que se tem de Henrique Casini é a dissolução da sociedade que mantinha na firma Casini & Cia (Rua Sant’Anna, 199 - RJ), em maio de 1926 (tinha 28 anos de idade), saiu da sociedade vendendo sua parte ao sócio, Ottilio de Almeida. Não há indicação do ramo de atividade e nem se após sua saída a firma tenha mudado a razão social.

Sua aproximação ao esporte a motor se deu em 1933, época em que era técnico na empresa metalúrgica L.B. de Almeida & Cia, responsável pela fabricação dos patins “Copacabana”, do qual tinham a patente, empresa onde o Comendador Antônio de Almeida Pinho era sócio, um grande esportista, que foi presidente do Vasco da Gama por 4 vezes nos anos 20 e 30 e falecido em janeiro de 1942. Talvez tenha sido o grande incentivador de Henrique, que tinha à época 35 anos de idade, em seu inicio no automobilismo, provavelmente já casado e com filhos.

1933 - Estado do carro

Sua primeira corrida documentada é o “Quilômetro Lançado de Petrópolis” em 24 de setembro de 1933 onde foi 5º lugar na categoria e 9º na geral, com Ford 4 cilindros. A segunda corrida documentada: “Subida da Montanha”, em Petrópolis, acabou em acidente com o mesmo Ford 4 cilindros nº 10, onde se feriu, recebendo ajuda do Comendador. (outubro)
“... Casini não reduziu a marcha de seu carro, do que resultou perder este a direção, suspendo-se... com a colisão o auto capotou... sofreu fracturas da base do craneo, da bacia ilíaca e do braço direito. O estado do inditoso Casini é reputado gravíssimo.” - O Radical - RJ (03/101933)
Seu mecânico, Edgard Miranda, saltou do carro, quebrou um braço e teve escoriações.
“O Commendador Antônio de Almeida Pinho, logo que soube da triste occorrencia tomou providencias afim de que o seu auxiliar tivesse os maiores cuidados, mandando-o para um quarto particular da casa de saúde Pedro Ernesto.” - Jornal dos Esportes - RJ (5/10/1933)

Em 1934 Casini estreou, com 36 anos, na mais importante corrida da época, o “II Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro”, ou “Circuito da Gávea”, mas antes participou do “Circuito da Amendoeira”, onde correndo com carro Hudson nº 16 chegou em 1º lugar na Cat. 5000cc e em 3º na geral. (setembro). No “Circuito da Gávea” com o Hudson adaptado nº 50 não passou de 25 voltas. Abandonou por quebra (outubro). Na sua terceira e ultima prova do ano: “Criterium Carioca de Velocidade” foi 3º lugar com o Hudson, na Cat. 3650 a 5000cc. (dezembro).

1935 - Km Lançado
Revista O Cruzeiro

1935 - Participou da prova de “Quilômetro Lançado” na categoria de 3650 a 5000cc com o Hudson nº 8 e foi o 3º colocado. (abril), participou também do “III Circuito da Gávea”, dessa vez com um Studebaker adaptado de nº 54 e conseguiu dar apenas 3 voltas. Quebra mecânica (junho).

1936 - Participou de uma prova de “Quilômetro Lançado” na Av. Epitácio Pessoa em Ipanema (RJ) na Cat. 3001 a 5000cc mas seu Hudson nº 8 quebrou (fevereiro).
No “IV Circuito da Gávea”, sua terceira participação, abandonou na 3ª volta com problemas mecânicos em seu Studebaker adaptado (junho).
Estava inscrito para disputar o “I Grande Premio Cidade de São Paulo”, também chamado de “Circuito do Jardim América”, mas devido à um acidente, seu carro caiu da rampa de embarque, não pode participar:
Henrique Casini, o volante carioca cuja participação no “I Grande Premio Cidade de São Paulo” se tinha como certa, está impedido de correr, isto porque seu carro, quando embarcava no Rio com destino à S.Paulo, soffeu um acidente quebrando-se-lhe o eixo de direção.” - Correio de S.Paulo (10/07/1936)

1937 - Não há registros em jornais de provas, só um comunicado de sua retirada como sócio da empresa L.B. de Almeida & Cia.

1938 - Abandonou por acidente uma corrida na Quinta da Boa Vista (RJ) na 24ª volta, de 30, quando estava em 1º lugar (abril).

1939 e 1940 - Não há registros em jornais de nenhuma participação sua.

1941 - Circuito da Gávea
Jornal dos Sports

1941 - No “IV GP Cidade de Petrópolis”, uma prova de subida de montanha, foi 4º lugar na Classe “C” (2001 à 4000cc) com Ford V8 nº 80 (março). Na “Subida da Tijuca” (RJ) chegou em 2º lugar com um Graham de nº 3” (abril).
No “Circuito da Gávea”, usando um Fiat GP (adaptado) de nº 22 bateu num poste na Av. Niemeyer, na 1ª volta, sendo obrigado a desistir. (setembro)

1942 - Por conta da II Guerra as corridas foram suspensas e o “Circuito da Gávea” só voltou a ser promovido em 1947.

1943 - Com a escassez de gasolina devido ao conflito mundial foi adotado o gasogênio como combustível, inclusive nas corridas, mas só para carros turismo.
Na primeira corrida usando esse combustível realizada na Quinta da Boa Vista Casini abandonou por acidente (abril). Aconteceram mais duas com gasogênio em 43: “Prova Interventor Amaral Peixoto” entre Niterói-Campos, foi 14º lugar (agosto); a outra em Interlagos (SP), “Prova Interventor Fernando Costa”. Na lista de inscritos seu carro tinha o nº 32, mas não há referencia de sua classificação (outubro).

1944 - Participou de 4 provas, todas com carros equipados com aparelho de gasogênio:
“Subida de Montanha” na Rio-Petrópolis -6º lugar com carro nº 6 (fevereiro).
“Prova Interventor Amaral Peixoto” - Rod. Niterói-Campos - Abandonou no Km 201 quando estava em 3º lugar (junho).
“Prova Rio-Vassouras (RJ) Abandonou quando chegou à Rodeio com um pistão quebrado ((julho).
“Circuito da Amendoeira”, no bairro do Flamengo - 10º lugar (outubro).

1945 - Subida de Montanha Niterói-Campos
O Globo Sportivo

1945 - Ainda com gasogênio participou de três corridas:
“Subida de Petrópolis” - 2º lugar após disputa acirrada com o gaúcho Catharino Andreatta, o vencedor da prova (março).
“Subida de Montanha”, Niterói-Campos - 1º lugar, com Catharino em 3º (junho).
“Circuito de Macaé” - 1º lugar, com Catharino em 4º (junho).

1946 - Acabada a restrição ao combustível comprou seu primeiro carro modelo Grand Prix, uma Maserati 4CL, passando à categoria de carros de corrida onde participou de três corridas naquele ano:
“Subida da Tijuca” - 2º lugar na estréia da Maserati (abril).
“Subida de Montanha” Rio-Petrópolis (RJ)- 4º lugar com a Maserati nº 12 (julho).
“Circuito da Quinta da Boa Vista” - 4º lugar com Maserati (julho).

1947 - Três provas: “Circuito Internacional de S.Paulo” - Interlagos (SP), não concluiu (março), e com o fim da II Guerra o “Circuito da Gávea” voltou a ser realizado e Casini foi o 8º colocado na prova vencida por Chico Landi que se tornava assim bicampeão da prova (abril).
“II Circuito da Boa Vista”- Abandonou por quebra da Maserati (dezembro).

1948 - Comprou uma Alfa-Romeo P2, e seu filho Sebastião começou a participar de corridas.
Foram sete provas:
Abandonou duas provas internacionais em Interlagos (SP) (março e abril); no “Circuito da Gávea” (abril) parou na 6ª volta. Após a prova tentou comprar o carro do francês George Raph, mas a Alfa Corsa acabou sendo vendida em S.P., então Casini passou sua “velha” Alfa de 2900 cc aos cuidados da oficina de Guino Bianco em Ipanema.
Abandonou o “Circuito de Petrópolis” em setembro e depois participou em dupla com Chico Landi no “IV Circuito Boa Vista” quando venceram a prova (outubro), foi segundo na “Subida da Tijuca” (novembro) e encerrando o ano venceu o “Circuito Cidade de Santos”, corrido nas ruas dessa cidade paulista (dezembro).

1948 - Gávea
A Manhã (RJ)
1948 - Com Manuel de Teffé em Petropolis
A Manhã (RJ)
1948 - Circuito de Petrópolis
A Manhã (RJ)
1948 - Inicio da propaganda Borrachas Casini
Folha da Manhã (SP)
1948 - Dupla com Chico Landi
Internet

1949 - Com 50 anos de idade participou do “Circuito da Gávea” conseguindo seu melhor resultado até então: 5º lugar (março), depois no “Circuito de Petrópolis” estava para ultrapassar Gino Bianco quando foi “fechado”, acabando em 2º lugar”.
“...percebendo que não poderia vencer a Henrique Casini, Bianco fechou-o logo na saída e passou a correr no meio da pista, impedindo-lhe a passagem. A certa altura Casini tentou alcançar a liderança, mas, Bianco voltou a fecha-lo, e ai, aconteceu o acidente que roubou a chance do piloto da Alfa-Corse, pois batendo nos sacos, Casini empenou as rodas dianteiras tendo de parar mais de cinco minutos para troca-las...” - Diário de Notícias - RJ (05/07/1949).
Casini estava inscrito para correr o “GP Cidade de Belo Horizonte” (MG) em parceria com o luso-carioca Antonio Fernandes da Silva na Alfa Romeo adquirida de Chico Landi e vendida à Fernandes especialmente para essa corrida por 320 mil cruzeiros, iriam fazer 5 voltas cada um mas Fernandes sofreu um gravíssimo acidente na volta (agosto).

Casini 3º - Sebastião 5º
A Noite (RJ)

1950 - Duas provas: “Premio Crônica Esportiva” em Interlagos (SP) 2º lugar com Maserati 4CL (abril), depois a “Subida de Canoas” na estrada das Canoas (RJ), quando pela primeira vez competiu uma prova contra o filho, chegou em 3º e Sebastião em 5º, resultado modificado dois dias depois dando a vitória da prova à seu filho, o que causou a mudança de seu resultado para 4º lugar (setembro).
Casini tinha 52 anos de idade quando em uma entrevista os filhos Sebastião e Sinésio disseram que ele não pretendia mais correr:
“- O velho já não é mais aquele Casini de outros tempos, que fazia miséria. A idade vem chegando e ele agora só cogita de coisas sérias...” - A Manhã - RJ (23/07/1950)

1952 - Vitória na Gávea
Revista da Semana (RJ)

1951 - Nasceu sua neta Henriqueta, filha de Sebastião e Florinda.
Comprou uma Alfa Romeo 8C 308. Nesse ano disputou só duas provas, ambas em Interlagos (SP), abandonou uma (janeiro) e chegou em 4º lugar na outra, com a nova Alfa recém adquirida (maio).
Na prova "24 Horas de Interlagos - Mercedes Benz" se inscreveu mas devido um protesto dos pilotos cariocas em que se retiraram da corrida, ele também não correu, pelo que recebeu uma carta de advertência (leia mais aqui)

1952 - Nasceu seu neto Henrique, filho de Sebastião e Florinda.
Fez sua primeira corrida só em novembro com vitória no “IV Circuito de Petrópolis”(RJ) (novembro) e em dezembro, em sua 8ª participação e com 54 anos de idade, finalmente venceu o “Circuito da Gávea” com uma Ferrari 166.
Manchete no jornal A Noite no dia seguinte à prova: “O novo campeão da Gávea já é vovô...”
“- Foi preciso que chovesse para que eu conseguisse vencer a Gávea. Mas eu lhe mentiria se não me confessasse felicíssimo com a vitória.” - A Noite - RJ (15/12/1952)

1953 - Começou o ano disputando a “Subida de Teresópolis”, chegando em 3º lugar apesar de acabar o combustível perto da chegada (março), venceu o “Circuito do Castelo” (abril), e no “I Circuito do Maracanã” numa acirrada disputa deu uma pequena derrapada suficiente para ser ultrapassado por Vasco Sameiro, ficou então em 2º lugar por três décimos (abril).
As duas provas seguintes foram no estado de São Paulo, a primeira, “Prêmio Prefeitura de S. Paulo” em Interlagos e a segunda, “Circuito de Campinas” pelas ruas daquela cidade, foi 2º colocado em ambas com Ferrari 166 (maio); de volta ao Rio disputou a “III Prova Crônica Esportiva Carioca” realizada na Quinta da Boa Vista, com Ferrari 2000cc, 2º lugar a duas voltas de Chico Landi com Ferrari 4500cc. (junho); depois na “Subida da Tijuca” novamente em 2º lugar (agosto), ainda em 53 foi realizado o “II Circuito do Maracanã” onde Casini venceu (setembro); depois foi a Porto Alegre (RS) disputar a prova “Cinquentenário do Grêmio de Futebol Porto-Alegrense, já com 55 anos de idade
“- Bastante curvas e boas retas. São estes os dois fatores que contribuirão muitíssimo para o desenvolvimento de uma corrida. A respeito das curvas, muitas são de 90 graus, são do meu agrado... Todos estão capacitados a vencer, principalmente Catarino que conhece a pista e possui boa máquina.” - Jornal do Dia - RS (15/101953)
A corrida foi adiada, mas acabou realizada uma semana depois sob forte chuva, participaram pilotos do Rio de Janeiro: Henrique Casini, Benedicto Lopes (nascido em Campinas (SP), mas radicado no Rio), Artur de Souza Costa (gaúcho radicado no Rio) e Gino Bianco; de São Paulo: Jair de Melo Vianna, Luiz Valente e Raphael Gargiulo; do Uruguai: Astrubal Fontes e Oscar Gonzales, além dos gaúchos: Catharino Andreatta e José Otero. Na prova Casini com uma Ferrari 166 disputava a ponta com Catharino e quando este parou, venceu a prova (outubro).

1953 - II Circuito do Maracanã
Largada ao lado do estádio
A Noite (RJ)
 Em disputa
Revista Careta (RJ)
Vitória
Revista Careta (RJ)
Recebendo troféu
Revista Careta (RJ)

1954 - GP Supercortemaggiore
Internet

1954 - Começou o ano correndo o “Circuito da Gávea” de 53, mas disputado em 54. Correu com uma Ferrari 250 MM, desistiu por queima da junta de cabeçote. (janeiro); no “GP Cidade de S.Paulo” em Interlagos foi 3º lugar com a Ferrari (janeiro), foi depois para a Bahia onde abandonou por quebra o “II Circuito Cidade de Salvador” (janeiro), em maio participou do “Circuito do Castelo” (RJ) onde abandonou com sua Alfa 2500cc após completar apenas 2 voltas.
Em junho foi com o amigo Chico Landi à Itália onde participou de duas corridas: “GP Supercortemaggiore”, em Monza, onde foi apenas o 16º colocado com Ferrari 250 MM nº 16 (junho), depois no “Circuito de Senigalia” foi 7º lugar com a Ferrari 250 MM (agosto).
Voltando ao Brasil participou de uma prova de estradas, “Prova Rio-Caxambu” (RJ/MG) onde venceu com carro de turismo (setembro).

1955 - Começou sua temporada correndo a “IV Circuito do Maracanã”, onde foi 3º colocado numa prova onde correram os irmãos Ciro e Ari Cayres, que sofreu gravíssimo acidente, e Ciro Cayres sem saber da gravidade se manteve na corrida e chegou em 5º lugar (março); em seguida foi participar de uma prova no interior do estados de SP, o “Circuito de Pirajuí”, mas abandonou por quebra de sua Ferrari 250 MM (março), depois venceu o “V Circuito do Maracanã” com sua Ferrari (maio) e em sua ultima corrida do ano, o “Premio Prefeitura de S.Paulo” em Interlagos, foi 8º colocado, de novo com sua Ferrari (dezembro).

1955 - Circuito do Maracanã
Ferrari 250 MM Berlineta
Fonte: Internet
1955 - Ferrari 250 MM Berlineta
Fonte: Internet
1956 - Acidente em Volta Redonda
Ferrari 250 Monza 
Fonte: Internet
1956 - Anuncio de sua industria
Fonte: Internet

1956 - Começou o ano vencendo o “VI Circuito do Maracanã” ainda com a Ferrari 250 MM (março); depois participou da prova de abertura da temporada paulista onde chegou em 3º lugar (abril); na prova Niterói-Cabo Frio (RJ) abandonou por problemas na bomba de óleo (maio) e no “Circuito da Praia do Botafogo” abandonou na 12ª volta, de 15 no total (junho).
Em S.Paulo foi 2º colocado no “Premio Benedicto Lopes”, em Interlagos, realizada em homenagem e para arrecadar fundos para o veterano piloto (conheça sua carreira) (agosto), ainda em S.Paulo venceu o “Premio Aniversário do ACB”, em Interlagos (setembro), já no “Circuito de Volta Redonda” (RJ) se acidentou na 2ª volta e abandonando (novembro); encerrou o ano no “Premio Santos Dumont”, em Interlagos, quando chegou em 4º lugar com a Ferrari 250 Monza (dezembro)
Casini possuía uma Alfa, provavelmente comprada do piloto paulista Gilberto Pereira do Vale como diz o Jornal de Noticias (SP) do dia 11/05/1951, mas alguns autores dizem que foi Francisco Scarpa que vendeu, o fato é que foi em 1951 e que a estreou no “GP Gov. Lucas Nogueira Garcez”, em Interlagos. Enquanto houve corridas de carros Grand Prix, Casini usava o 8C 308. Isso foi até 1953. No entanto, elas começaram a rarear e o carro se tornou um problema, praticamente inútil. Em 1956 decidiu transformá-lo em um carro de passeio. Rico e entusiasta do automobilismo não foi difícil para Casini tal empreitada, parte dela feita nas oficinas de sua indústria, a Cia. Industrial de Borrachas Casini. Construiu uma carroceria no estilo dos carros esporte americanos dos anos 50 e instalou um motor Cadillac devidamente preparado. Não fica claro se ele concluiu em 1956 ou 1957, mas de qualquer forma um sacrilégio. O Alfa Romeo 8C 308 teve apenas oito unidades produzidas. (veja aqui mais sobre o carro)

O Alfa Cadillac Criador e criatura Alfa Cadillac, também chamado na época de Alfallac
Fonte: Internet

1957 - Começou com o “Premio Crônica Esportiva” em Interlagos (SP) onde foi 2º lugar com Ferrari 250 Monza (fevereiro); depois venceu o “V Premio Cidade de Petrópolis”, com a mesma Ferrari (março); voltando à S.P. disposto a ganhar o campeonato paulista, desgostoso que estava com o automobilismo carioca, iniciou com um 3º lugar no “III Premio Cinquentenário do ACB” (junho), no “IV Premio Cinquentenário do ACB” foi 2º lugar com a mesma Ferrari (agosto), já no “V Premio Cinquentenário do ACB” foi novamente 2º lugar (outubro), no “GP Cidade de São Paulo” (com prova valida pela VI Etapa do Paulista) chegou em 2º lugar na prova vencida por Juan Manuel Fangio (dezembro). Foi campeão paulista em 1957 disputando com Celso Lara Barberis, o melhor piloto da Categoria Sport de São Paulo, há uma história (ou lenda) a respeito, leia aqui.
Voltando ao Rio participou do “GP Cidade do Rio de Janeiro” onde foi 7º lugar com a Ferrari 250 MM no “GP Embaixador Negrão de Lima”, e nesse dia participou também do “GP Juscelino Kubitschek”, vencido por Juan Manuel Fangio. Ambas faziam parte do evento "
GP Cidade do Rio de Janeiro" disputado na Quinta da Boa vista (dezembro).

1957 - Vitória no V Premio Cidade de Petrópolis (RJ) Ferrari 250 MM
Fonte: Internet
1957 - Casini após vitória com o filho e o neto.
Diário da Noite (RJ)
1957- IV Premio Aniversário do ACB, em Interlagos
Fonte: Internet
1958 - Acidente na Prova Pref. da Cidade do Rio de Janeiro Havia um cabo de aço que poderia te-lo degolado
Diário da Noite (RJ)

1958 - Começou em S.P. disputando o “Premio Crônica Esportiva” em Interlagos, foi 2º lugar (fevereiro). De volta ao Rio venceu o “Circuito de Petrópolis” (março), e na “I Prova Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro” teve um acidente grave que o afastou da prova, sofreu um corte no supercílio e escoriações leves, mas havia um cabo de aço que por pouco não o degolou, teve muita sorte (abril), em S.Paulo no “Premio Cinquentenário da Imigração Japonesa” abandonou com sua Maserati 300 S de nº 6 (junho)
Já no Rio venceu o “Circuito da Barra da Tijuca” com a Maserati 300S (setembro), no mesmo ano houve outro “Circuito da Barra da Tijuca” onde foi 3º colocado com a Maserat (dezembro)

1959 Henrique Casini
Revista do Esporte

1959 - Venceu, com pouco mais de 60 anos de idade, o “Premio Crônica Esportiva” realizado na Barra da Tijuca (RJ) com a Maserati, ultima vitória de sua carreira (abril); depois, em Interlagos (SP), abandonou o “Premio Santa Lucia”, prova vencida por Celso Lara Barberis (maio).
Só em agosto de 1959 que a Comissão Desportiva do Automóvel Clube do Brasil entregou-lhe a taça que conquistou ao vencer o título de Campeão Brasileiro de 1958.
Começaram nesse ano a aparecer noticias de que Casini estava descontente com o automobilismo.
“- Automobilismo (no Rio) é conversa fiada! Não tenho esperanças de que a coisa melhore. Vendo meu carro ao primeiro que aparecer! A organização é muito mal orientada... podemos dizer que não existe um órgão controlador das atividades. O que há é um abandono total.” - Revista do Esporte - RJ (28/03/1959)
Em novembro saiu noticia de que Casini tinha vendido seus carros de corrida:
“Henrique Casini, até agora, não possui carro. Vendeu as três máquinas que possuía, deu entrevistas dizendo que o fez por várias razões, mas ainda não conseguiu dissipar a impressão geral de que está ressentido com algo, em relação ao Clube, e nada mais quis dizer.” - Diário da Noite - RJ (25/11/1959)
No mês seguinte:
“Henrique Casini, desde o momento em que se falou em prova Internacional no Rio está estudando um meio de conseguir uma máquina de valor. Tendo vendido as três que possuía inclusive a Maserati de 3000cc, que pertencera a Vitor Levi, e com a qual venceu, brilhantemente na Barra, Casini ficou sem carro e a espera que viessem as facilidades solicitadas ao Conselho Nacional dos Desportos pelo Automóvel Clube, visando a renovação da frota existente no Brasil. Mas como o retardamento o deixou sem máquina, procura agora uma a altura de participar do Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro.” - Diário da Noite - RJ (23/12/1959)
Saiu na Revista do Esporte de março de 1959 um balanço da carreira de Casini:
"Casini possui inúmeros títulos. Entre eles contamos: Gávea (52), Petrópolis (52), Circuito Farroupilha (52), Santos (48), Circuito Maracanã três vezes (53, 55 e 56), Campeão Paulista (57), Tricampeão de Petrópolis (52, 57 e 58), Campeão Brasileiro (58) e vencedor da prova inaugural do Circuito da Barra da Tijuca (58)."

1960 - Acidente - Jornal do Brasil (RJ)

1960, após comprar uma Maserati 450S participou do “Grande Premio Cidade do Rio de Janeiro” na Barra da Tijuca, onde apesar de sofrer um acidente terminou em 4º lugar naquela que foi sua ultima participação em corridas, estava com 62 anos de idade.
“ Quando Henrique Casini havia acertado o train de corrida que lhe convinha para descontar a diferença em relação ao ponteiro, na 21ª volta, um imprudente atravessou a pista, na grande curva da Ponte. Casini para evitar o atropelamento deu um golpe de direção. O carro derrapou e foi projetar-se contra um DKW imprevidentemente ali estacionado, imprensando o repórter fotográfico da UPI, Rui Del Negro, que sofreu fratura nas duas pernas e atingindo mais levemente duas moças e um rapaz, sendo que este recusou socorros médicos... Casini pode prosseguir na prova, mas perdeu a colocação e teve o sistema nervoso abalado, sem a tranquilidade necessária para manter o mesmo train de corrida.” - Jornal dos Sports - RJ (06/11/1960)


Passou a dedicar-se à sua indústria, colaborando eventualmente com a organização de provas, ralis, gincanas e outros eventos que envolviam automobilismo.
Faleceu em 25 de janeiro de 1981 com quase 83 anos de idade.

 

 

 

  
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