Uma visão dos nossos históricos anos sessenta e um pouco antes

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Pilotos:
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Roberto Gallucci Roberto Gomez Salvador Cianciaruso Toninho Martins Victorio Azzalin Vitório Andreatta Waldemar Santilli Zoroastro Avon
Preparadores e/ou construtores:
Anísio Campos Jorge Lettry Miguel Crispim Nelson Brizzi Toni Bianco Victor Losacco    
Pioneiros:
Ângelo Juliano Benedicto Lopes Chico Landi Chico Marques Gino Bianco Hermano da Silva Ramos Irineu Correa João R. Parkinson
Manuel de Teffé Nascimento Junior Norberto Jung Sylvio A. Penteado Villafranca Raio Negro    

 

Página acrescentada em 01 de setembro de 2008. -  Atualizado em dezembro de 2020.

Emerson Fittipaldi

por Paulo Roberto Peralta

Obs.: Emerson é a síntese do período retratado no site, ele foi o piloto que "deu certo", em sua carreira foi piloto, preparador, construtor, correu em diversas categorias, não correu de Mecânica Nacional e Carretera, mas correu contra.
Não foi o primeiro a ir para a Europa, mas foi determinado a conseguir, e com dedicação e disciplina chegou à categoria máxima do automobilismo, a Formula 1. Aqui retratamos sua carreira até a chegada à F1, daí em diante ela é suficientemente documentada e divulgada, inclusive com dois livros auto-biográficos: "Voando sobre rodas" (1973) Ed. das Américas, e "Uma vida em alta velocidade" (2003) Ed. Objetiva, e é desses livros que aproveito as "falas" e algumas fotos.

1966 - 19 anos

Segundo filho do casal Wilson e Juzy Fittipaldi, Emerson nasceu em São Paulo (SP) no Bairro dos Jardins em 12 de dezembro de 1946 e recebeu esse nome em homenagem ao filósofo, escritor e poeta americano Ralph Waldo Emerson (1803/1882), de quem sua mão era leitora. Seu pai, Wilson Fittipaldi, radialista e promotor de corridas ao lado de Eloy Gogliano, participou também de algumas provas de moto e de carros como piloto. Foi o inspirador para Emerson.

O ano de 1951 foi decisivo, tinha apenas 4 anos quando foi pela primeira vez à uma corrida de carro  em Interlagos, que seu pai ia transmitir; participou e venceu de uma corrida de bicicletas no Bairro do Pacaembu; seu pai e sua mãe participaram da prova “24 horas de Interlagos Mercedes Benz” em agosto e se classificaram em 4º e 6º respectivamente, e em dezembro, já com quase 5 anos, seu pai sofreu um grave acidente na prova “24 Horas de Motociclismo” em Interlagos, como sobreviveu e sua moto tinha o numero 7, esse número passou a ser o número de sorte da família.

Em 1953, com 6 anos, começou a estudar no Instituto Caetano de Campos, onde fez o Jardim de Infância e o 1º ano do Curso Primário, passando depois para o Colégio Mackenzie onde ficou até o 2º ano do curso Científico.

Rally de Poços de Caldas

Carretera de José Asmuz em 2007

Na “II Mil Milhas”, em 1957, com quase 11 anos, tanto insistiu que seu pai conseguiu que José Asmuz (RS) o levasse para uma volta em sua carretera, e ele foi se segurando onde era possível, pelas retas e curvas de Interlagos.
“- Lembro que a primeira volta que dei em Interlagos foi sentado no tanque de gasolina da carretera do José Asmuz, tinha 11 anos de idade, nunca esqueci”.
Nesse mesmo ano quando o ídolo de sua infância, Juan Manoel Fangio, já penta-campeão mundial
da F1, esteve em São Paulo para participar de uma prova (01/12), seu pai o levou à TV para uma entrevista e Emerson ao ser apresentado não conseguiu falar, ficou mudo pela emoção. Nas férias desse ano guiou sozinho pela primeira vez um carro, na então deserta praia de Ubatuba (SP).
Quando fez 13 anos (1959) ganhou de presente uma pequena moto de 50cc.
Wilsinho, seu irmão, começou aos 17 anos a competir de Kart e ele, ainda com 14 anos, não podendo pilotar passou a ser seu mecânico e ajudante. Gostava muito de mecânica, na garagem de sua casa tinha uma pequena oficina onde ficava trabalhando em sua moto e no kart do irmão, e Wilsinho começou a ganhar corridas, logo outros pilotos passaram a levar seus karts para ele cuidar, como era franzino, dentuço e vivia correndo com a caixa de ferramentas para lá e para cá nas pistas improvisadas de kart, logo ganhou o apelido de “Rato”.

“- Naquela época eu já intuía que para ter sucesso era preciso muita dedicação. Ninguém vence por acaso (Uma vida em alta velocidade)

Já experiente em motores de dois tempos, com 15 anos conseguiu convencer os pais a autorizarem a correr de moto. Preparou o motor, fez uma carenagem e estreou com vitória em Interlagos, depois de um ano correndo com sua “cinquentinha” recebeu convite para correr com uma 250cc. da “Silpo” (Silvano Pozzi), mas teve que correr disfarçado, com um pseudônimo, mas os pais descobriram e como castigo ficou sem a moto.
“- Perdi a moto, mas não o desejo de competir e muito menos o sonho de ser piloto de Fórmula 1”. (Uma vida em alta velocidade - pág. 50)

1966 - Com Kart Mini 

Como para 1964 o regulamento do kart passou a adotar 17 anos como idade mínima para começar (antes era 18) fez sua estréia com vitória em Ribeirão Preto (SP) num kart de José Carlos Pace. Fez uma boa temporada e foi campeão brasileiro.
"-
Minha primeira corrida foi em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Era uma corrida para novatos, com 21 competidores. Venci aquela e também algumas outras corridas para principiantes.” (Uma vida em alta velocidade - pág. 58)
Quando Wilsinho, já piloto da Equipe Willys foi à Europa em 1964 trouxe um volante esportivo, pequeno, de alumínio e forrado de couro que colocou em seu carro, Emerson gostou e fez uma réplica para instalar no carro da mãe, que ele usava aos fins de semana, tão bom ficou que começou a vender aos amigos e logo a coisa se transformou em um negócio de verdade e passou a produzir em série com a marca de “Formula 1”. Montou uma pequena indústria no Bairro de Interlagos.

1965 - Estreia com Renault 1093

Finalmente, depois de completar 18 anos e tirar carteira de habilitação, foi convidado por Luiz Antonio Greco, chefe da equipe Willys, a fazer uma prova de estreantes, no início de 1965, com um carro da fábrica mas não da equipe, venceu em sua categoria. Fez o ano de 1965 quase todo pela equipe Willys.

Em 1966, Wilsinho e Maneco Combacau compraram a fábrica de karts de Cláudio Daniel Rodrigues e 6 meses depois já estavam produzindo o chassi deitado que alcançou bastante destaque na época, depois venderam a “Mini-Kart” para Emerson, que produzia o volante “Formula 1”, que para isso se associou com os irmãos Mário e Cezar de Carvalho, fabricantes do motor “Riomar”.

Começou o ano de 1966 competindo com um velho Renault 4CV (Rabo-Quente) da Equipe Torke, equipado com um motor de quase 1.000cc., na categoria Força Livre.
Por essa época a família já havia se mudado para o Bairro do Morumbi e Emerson comprou uma Alfa Romeo 1300 GTZ. Com ela fez duas corridas, mas não conseguiu bons resultados, uma delas, o “II Mil Quilômetros de Brasília”, em dupla com José Carlos Pace, entortaram 4 rodas durante a corrida, como eram rodas italianas e não havia reservas, pararam.
No mesmo mês (maio) voltou a pilotar pela equipe Willys (4 provas), mas em outubro correu mais uma vez com o Renault 4CV e em novembro foi convidado pela equipe Dacon para correr a “VIII Mil Milhas Brasileiras”, apesar de a equipe possuir possantes Karmann Ghia/Parsche ele foi designado para correr de VW 1.6, então recusou e se associou com o amigo Jan Balder, e correram com um DKW/Malzoni. A equipe Vemag havia encerrado, Jorge Lettry já havia saído, mas alguns pilotos, técnicos e mecânicos montaram uma equipe, quase um cooperativa, batizada de Equipe Brasil, tendo o preparador Miguel Crispim como chefe de equipe e usando ainda o material da extinta equipe, mas com todas as despesas (inscrição, pneus, rodas, óleo e combustíveis) bancadas por cada piloto, Emerson conseguiu patrocínio da Bardahl e da Saturnia e Jan das Rodas Mangels, viabilizando a participação dos dois, foi uma corrida épica, tiveram problemas na largada, motor dois tempos, o óleo decantou e o carro não pegou, largaram em último, mas com um bom plano na metade da corrida já estavam em 2º e assim foram até que faltando 20 voltas o Karmann Ghia/Porsche da dupla Pace/Totó Porto quebrou um terminal de direção e então passaram a liderança, mas por poucas voltas, um cilindro deixou de funcionar e a vitória ficou para a carretera de Camillo Christofaro e Eduardo Celidonio, ainda perderam a 2ª posição para outro DKW/Malzone da mesma equipe, o de Marinho e Scuracchio.

Com esse mesmo carro também correram a prova “I Mil Quilômetros da Guanabara” onde no final o cambio encavalou e Emerson teve que correr usando apenas a 3ª marcha, mesmo assim chegaram em 4º lugar.

1966 - Renault "Rabo Quente"

1966 - Alfa 1300 GTZ

1966 - Mil Quilômetros da Guanabara

No ano seguinte, 1967, com 20 anos, fez algumas corridas pela equipe Dacon, agora com os Karmann Ghia/Porsche, mas com a criação da categoria Formula Vê, monoposto equipado com motor 1.200cc e diversos outros itens originais Volkswagen, construiu na fabrica de karts um modelo bastante estreito, completamente diferente do que se fazia no mundo todo na época, o carro ficou muito bom e resolveram produzir em série, aí vendeu a fábrica de karts para os sócios e abriram, ele e Wilsinho, uma empresa que em 1967 produziu aproximadamente 35 carros, reservaram 3 carros, montaram uma equipe e Emerson sagrou-se campeão brasileiro da temporada.

1967 - 3 Horas do Rio de Janeiro

O protótipo Fitti-Vê

1967 - 500 Km de Interlagos Wilson e Emerson

1967 - 3ª Etapa de F-Vê

“- Nesse ano, resolvi voltar minhas energias para vencer o maior evento automobilístico do Brasil na época, a “Mil Milhas de Interlagos”. Cresci assistindo a prova. Meu irmão e eu resolvemos construir, na fabrica de Formula Vê em Interlagos, um carro esporte. (Uma vida em alta velocidade - pág. 66)

Fitti/Porsche spyder

1967 - IX Mil Milhas Brasileiras antes da largada

Wilsinho comprou de Marivaldo Fernandes o chassi de um Porsche 550 1500 RS que já havia sido de Christian Heins e estava jogado nos fundos da oficina de Chico Landi, Emerson fez os desenhos do novo carro, estudava desenho à noite. Como só precisavam da suspensão dianteira cortaram ao meio e modificaram o chassi, e com a ajuda do funileiro Francisco Picciutto fizeram a carroceria de um GT, foram 3 meses de puro trabalho artesanal. Batizado de Fitti/Porsche, saiu na versão spyder, sem teto, mas depois antes da prova em Brasília, Picciutto construiu o teto e fez também as portas que abriam para cima, tipo asa de gaivota.
Na estréia, já nos treinos da "Mil Milhas", bateram o recorde da pista, primeiro Wilsinho, 3m32s4, depois Emerson, 3m31s8, o recorde anterior: 3m37s0 era de Cito Cayres (15/01/1961) e que já durava quase 7 anos.
Na corrida Wilson largou e tomou a dianteira, mas parou no meio da pista na 24ª volta, depois de demorados reparos, Emerson assumiu e foi descontando o tempo perdido nos boxes até que um princípio de incêndio provocou nova parada no box, e pouco mais tarde a quebra de uma homocinética tirou o Fitti/Porsche da prova.
“- Nessa corrida, antes do incêndio, percebi que tinha ido o mais longe possível competindo no Brasil... Ali, sentado no carro, tomei uma decisão. Era hora de começar a correr na Europa...Só faltava descobrir como chegar lá”. (Uma vida em alta velocidade - pág. 68)

Em 1968 com Interlagos fechado para reformas Emerson correu uma prova no Paraná, Rodovia do Xisto, mas o Fitti/Prsche dechapou 5 pneus, ultrapassaram o limite de velocidade do fabricante ( 240 Km/h ), e depois acabou quebrando, venceu em seguida uma prova extra-campeonato de Formula Vê em Campinas (SP), circuito de rua. Em abril fez dupla com Lian Durte na “Mil Quilômetros de Brasília” onde conseguiram o 3º lugar, seu melhor resultado com o Fitti/Porsche, que até já havia ganhado o apelido de “carro madrinha”, porque sempre largava na frente e acabava abandonando. Aliás foi a única corrida que o carro concluiu.
Em abril participou da "3 Horas da Guanabara"com o Fitti/Porsche e novamente não vai bem, 11º lugar na geral, cruzou a linha de chegada empurrando (e sem ajuda externa).

1968 - Com o amigo Bird Clemente no Shopping Iguatemi 1968 - 3 Hporas da Guanabara 1968 - 3 Horas da Guanabara
empurrando para cruzar a chegada
1968 - F-Vê em Campinas (SP)

No final do ano, já decidido à ir para a Europa, fez 2 corridas com um VW Sedan 1600 e venceu, na categoria, em Jacarepaguá (RJ) em dupla com Nathaniel Towdsend e em Porto Alegre (RS), “12 Horas de Porto Alegre”, corrida de rua, em dupla com Wilsinho venceram na geral
No final do ano, já decidido à ir para a Europa, faz 2 corridas com o VW Sedan 1600 e vence na categoria em Jacarepaguá (RJ) em dupla com Nathaniel Towdsend e na “III 12 Horas de Porto Alegre”, corrida de rua, em dupla com Wilsinho vence na geral.

1968 - 12 Hs de POA (RS)

Chegando em Porto Alegre (RS), instalaram-se num galpão da revenda Panambra, que revendia os Fórmula Vê no Rio Grande do Sul.
O grid foi definido por sorteio, na largada estava uma chuva fina e contínua que prosseguiu madrugada a dentro exigindo muita perícia dos pilotos.

“- Parti bem, mas não havia o que fazer, a rua estava entupida de carros, era noite e chovia, de repente todo mundo brecou e tive que meter o pé no freio com toda força para não bater no carro da frente, Pace vinha atrás de mim e não conseguiu parar. Bang! Ele entrou no motor do VW e atingiu o distribuidor, que quebrou. Fui obrigado a parar. (Voando sobre rodas - pág. 74)
Emerson então correu até o box (a pé), onde arrumaram uma tampa nova emprestada e
correu de volta, com um mecânico, até o carro, perderam 2 voltas, que recuperaram durante a noite, e na meia hora final Emerson disputou com Bird Clemente a vitória.
Pouco antes dessa corrida Emerson havia acompanhado a temporada argentina de Fórmula 2 e conhecido Frank Willians, que na época era piloto, e admirado o esquema das equipes, bem diferente do que se fazia no Brasil de então.


Antonio Carlos Avallone, piloto paulista, havia ido para a Inglaterra em março de 1968, feito o curso da Escola de Pilotagem de Jim Russel, necessário para tirar carteira do RAC (Royal Automobile Club) uma vez que o ACB não emitia Carteira Internacional em virtude do litígio que mantinha com a CBA, e começou a correr na categoria Formula Ford (lançada no ano anterior e que logo se tornou a grande coqueluche do automobilismo europeu) mudando logo em seguida para Formula 5000 (V8 de 5000cc). Ricardo Achcar, piloto carioca, também foi para a Inglaterra, em maio, e com Carteira emitida pelo RAC (Royal Automobile Club) conseguiu já na sua estréia em julho a vitória na prova “International Tourist Trophy” de F-Ford na pista de Oulton Park, a primeira de um piloto brasileiro, depois de quase 20 anos da vitória de Fritz D’Orey com Christian Heins em segundo fazendo dobradinha em Messina (Itália), numa prova de Fórmula Jr.

Emerson conversou muito com esses dois pilotos e também com Gerry Cunningham, amigo e fornecedor, que havia feito algumas corridas amadoras e falava muito sobre a nova categoria Fórmula Ford, seu baixo custo, e também que conhecia algumas pessoas da categoria que poderiam ajudar. Ao comentar que viajaria novamente para a Inglaterra em fevereiro de 1969 Emerson visualizou uma oportunidade e sugeriu ir junto, a temporada inglesa começava em março, acertou de viajar com o amigo, tirou passaporte, carteira internacional de motorista, vendeu seu carro, seu Formula Vê, equipamentos e conseguiu o suficiente para comprar um Formula Ford e ficar 3 meses por lá.

Emerson não falava inglês, então o amigo Gerry o ajudou enquanto esteve lá, levou-o até Frank Willians que representava o chassi Titan, mas tinha 2 meses de espera, aí o levou até Dennis Rowland que preparava motores e ele propôs uma troca, o motor por trabalho, Emerson o ajudaria a polir cabeçotes, modificar carburação e tudo o mais para preparar os motores dos Ford Cortina que equipavam a categoria, levou-o por último à Merlyn, que por sorte tinha um chassi disponível pois tinha havido uma desistência, Emerson comprou.

Sua primeira corrida foi Zandvoord (7/4/69), na Holanda, pelo Campeonato Europeu e Wilsinho, seu irmão, que havia ido à Europa comprar peças Porsche estava presente. Liderava a prova quando quebrou uma biela e abandonou.
Na próxima corrida, Snetterton (4/5/69), Inglaterra, pelo Campeonato Britânico, obteve sua primeira vitória em terras estrangeiras. Foram 9 corridas de Formula Ford com 3 vitórias, 2 segundos e 2 terceiros e apenas um abandono, a partir do maio, dois outros brasileiros começaram a competir na categoria: Luiz Pereira Bueno e Ricardo Achcar, que foram logo em seguida de Emerson para a Europa.

1969 - Emerson e Chico Rosa na Europa

1969 - Pista de Crystal Palace
Livro "Uma vida em alta velocidade"

1969 - Em dezembro Fitti/Fusca 2 motores

1970 - Torneio BUA de F-Ford
Livro " Voando sobre rodas"

Antonio Carlos Avallone apresentou Emerson à Jim Russel e sugeriu que Jim cedesse um carro de Formula 3 para Emerson correr, foi então feito um acordo, Emerson vendeu seu carro de F.Ford e comprou um chassi de F.3 e Mike Warner da Lotus cedeu motor, e assim apenas 5 meses depois de ter chegado na Inglaterra estreava na Formula 3. Fez 11 provas na categoria e venceu 8, e mesmo tendo iniciado atrasado venceu o Campeonato Britânico de Formula 3.
No inicio do ano de 1970 Emerson participou no Brasil do Torneio BUA de Formula Ford, pelo prazer de pilotar em seu país retrocedeu de categoria. E venceu o Torneio.

Quando regressou à Europa passou para a Fórmula 2 e em março de 1970 iniciou o Torneio Europeu, em abril casou-se com Maria Helena, o primeiro de seus três casamentos, com Maria Helena teve os filhos: Andréa, que morreu horas depois do nascimento, Juliana; Jayson e Tatiana. Em junho, foi convidado por Colin Chapman da equipe Lotus para testar uma Lotus F-1. Seu desempenho nos testes foi muito bom e foi chamado para correr pela equipe com um 3º carro, uma Lotus 49, enquanto os pilotos titulares já usavam a Lotus 72. Passou a intercalar suas provas de Fórmula 2 com as de Fórmula 1. Jochen Rindt, 1º piloto da equipe, sofreu um acidente fatal nos treinos da prova de Monza (Itália) e a Lotus não participou da prova e nem da seguinte, Canadá, só retornando em Watkins Glen (EUA) onde Emerson com quase 24 anos venceu sua primeira prova de F1 dando o título de campeão (póstumo) à Rindt e à equipe Lotus. Neste ano de estréia, marcou 12 pontos e terminou a temporada em décimo lugar.

1971 - Buenos Aires

Em dezembro de 1970 participou e venceu a Copa Brasil, correndo com uma Lola T 210, de 2.000cc, em seguida, janeiro de 1971 participou do “Mil Quilômetros de Buenos Aires” em dupla com Carlos Reutmann, mas na parada nos boxes um mecânico derrubou óleo sobre a embreagem e não tiveram condições de continuar, Reutmann nem chegou a pilotar na prova.

O ano de 1971, na F-1, foi ruim para Emerson, com o Lotus quebrando em muitas provas. Mas, apesar desses problemas, terminou a temporada em sexto, com 16 pontos.

Na temporada de 1972 venceu cinco GP’s (Espanha, Bélgica, Inglaterra, Áustria e Itália) e conquistando o título de campeão mundial com duas provas de antecedência. Aos quase 25 anos de idade se tornou o mais jovem campeão mundial de F-1.

O ano de 1973 começou muito bem para Emerson, as vitórias nas duas primeiras provas (Argentina e Brasil), deram a impressão de que o bicampeonato seria praticamente certo. Mas, não foi bem assim, Colin Chapman contratou Ronnie Peterson que dividiu com ele o status de primeiro piloto. No GP da Itália, antepenúltima prova do ano Emerson estava em segundo lugar e precisava da vitória para continuar com chances de chegar ao título. O líder da corrida era justamente Peterson e o boxe não deu ordem para a inversão de posições, acabou como vice nesse ano. Após este episódio, descontente com a Lotus, resolveu se transferir para a McLaren, onde despontou, mais uma vez, como o grande favorito para o ano de 1974, mas só conseguiu ser campeão na última prova e com apenas três pontos a mais que o suíço Clay Regazzoni, que corria pela Ferrari.

1975 - Emerson com a Bultaco que ganhou pelo campeonato de 1974

Em 1974 por influencia de seu amigo desde os tempos do kart, Tite Catapani, comprou 100 alqueires e começou, sempre em sociedade com o irmão Wilsinho, a cultivar laranjas e a cada ano comprando mais terras, sempre na região de Araraquara (SP).
Emerson passou mais um ano na McLaren, conquistando duas vitórias (Argentina e Inglaterra) e um vice-campeonato mundial. Em 1976, aceitou o desafio de correr numa equipe brasileira, a Copersucar,  criada no ano anterior por seu irnão Wilson Fittipaldi, sabia que estava deixando de lado suas aspirações de chegar ao terceiro título mundial. O brasileiro correu na Fitti F1 até 1980, sendo que sua melhor colocação foi um segundo lugar no GP do Brasil, em 1978. Por dois anos ainda continuou como chefe da Equipe Fittipaldi, mas ao final de 1982, endividados, resolveram fechar a equipe.

Em 1983 casou-se com Tereza e com ela teve os filhos Joana e Luca. Participou, também nesse ano, de um torneio de Superkart onde se sagrou campeão paulista e do Torneio Close-up, espécie de campeonato brasileiro com provas no Rio de Janeiro e São Paulo.

Em setembro de 1983 recebeu convite de Ralph Sanchez para correr no primeiro Grande Prêmio de Miami em fevereiro de 1984. Correu em dupla com Tony Garcia, cubano-estadunidense, com um March 82G, e fez a pole e só não completou em segundo porque o cambio quebrou no final. Dias depois da corrida, ainda nos EUA, recebeu o convite de Pepe Romero para correr na Indy 500 de 1984, aceitou, mas fez uma exigência, correr pelo menos 2 provas antes para se adaptar. Estreou na F-Indy no GP de Long Beach, chegando em quinto, nesse ano de estréia, sua melhor colocação foi um quarto lugar em Mid-Ohio. Participou de apenas nove das quinze provas da temporada, terminando o ano em 13º lugar. Começou a obter bons resultados em 1985, já morando em Miami (EUA) e correndo pela Patrick Racing, foi quando venceu as 500 Milhas de Michigan.

E
m janeiro de 1984 fez um teste com o Spirit101-Hart de Fórmula 1 no autódromo de Jacarepaguá (RJ) quando as equipes de F1 vinham treinar no Brasil, mas o carro era muito fraco, ficou com o 17º tempo entre os 22 pilotos que treinaram.

Em 1986, ganhou em Elkhart Lake, chegou em segundo em Meadowlands e em terceiro em Phoenix. Venceu duas provas em 1987 (Cleveland e Toronto), ficando com o décimo lugar na classificação geral do campeonato. No ano seguinte, conseguiu resultados mais expressivos, vencendo em Mid-Ohio e em Elkhart Lake, e terminando em 2º na “500 Milhas de Indianápolis”.

A consagração de Emerson Fittipaldi na F-Indy veio em 1989. Foram cinco vitórias, sendo que uma delas em Indianápolis, dois segundos lugares, um terceiro e o título de campeão da F-Indy. Nos anos seguintes, Emerson andou sempre entre os primeiros, lutando pelas vitórias e pelos títulos. Em 1993 venceu novamente a "500 Milhas de Indianápolis", confirmando sua competitividade e sua condição de um dos melhores pilotos que já passou pelo automobilismo mundial.

Após um gravíssimo acidente em 1996, quando sofreu fratura em uma vértebra ao se acidentar na prova “Michigan 500” em um choque com o canadense Greg Moore, resolveu abandonar a vida de piloto e se dedicar apenas aos seus negócios.

Em 2002 casou-se com Rosana e foi pai pela sexta vez, nasceu Emerson, e depois Vitória, sua caçula.

Fez algumas corridas na GP Masters, categoria criada para aproveitar o prestígio dos velhos campeões. Seu duelo com Nigel Mansell em Kyalami, na África do Sul, na primeira prova em 13 de novembro de 2005, mostrou que sua perícia estava intacta, mas em 2007 a categoria acabou.

 

Participações em provas

11/04/1965 - Camp. Carioca - 1ª Etapa - Ilha do Fundão/RJ - Renault 1093 845cc nº 77 - 5º na geral e 1º na T-850
26/04/1965 - III 12 Horas de Brasília - Trampolim do Eixo - Renault 1093 845cc nº 41 - C/Danilo de Lemos/Delamare/Terra/Mancal - 8º na geral e 1º n T-850
26/04/1965 - III 12 Horas de Brasília - Trampolim do Eixo - Renault 1093 845cc nº 42 - C/Danilo de Lemos/Delamare/Terra/Mancal -
9º na geral e 2º na T-850
26/04/1965 - III 12 Horas de Brasilia - Trampolim do Eixo - Renault 1093 845cc nº 40 - C/Danilo de Lemos/Delamare/Terra/Mancal - 14º na geral e 4º na T-850
23/05/1965 - III 12 Horas de Interlagos - Interlagos/SP - Willys Interlagos 998cc nº 22 - C/Wilson Fittipaldi Jr/Luiz Terra Smith -
20º na geral e 8º na T-1.6
08/08/1965 - 3ª Etapa do Camp. Carioca - Ilha do Fundão/RJ - Renault 1093 845cc nº 1 - 4º na geral e 1º na T-850 (capotou)
24/10/1965 - IV 3 Horas de Velocidade - Interlagos/SP - Renault 1093 845cc nº 40 -
8º na geral e 3º na T-850
31/10/1965 - VIII 500 Quilômetros de Interlagos/SP - Interlagos/SP - Willys Interlagos 998cc nº 12 - 4º na geral e 3º na PT/GT
07/11/1965 - Camp. Carioca - Gr. II - 4ª Etapa - Ilha do Fundão/RJ - Renault R8 1.108cc nº 21 -
1º na geral e 1º na T-1.3
07/11/1965 - Camp. Carioca - Gr. III - 4ª Etapa - Ilha do Fundão/RJ - Willys Interlagos 998cc nº 12 - 3º na geral e na T-1.3
27/11/1965 - VII Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Renault 1093 998cc nº 16 - C/Antonio Versa -
18º na geral e 8º na T-1.3
27/02/1966 - Camp. Paulista - TFL - 1ª Etapa - Interlagos/SP - Renault 4CV 998cc nº 77 - 4º na geral e na TFL
20/03/1966 - Camp. Paulista - Grupo III - 3ª Etapa - Interlagos/SP - Alfa Romeo GTZ 1.290cc nº 77 -
11º na geral e 7º na T-1.3
01/05/1966 - II Mil Quilômetros de Brasília - Eixo Monumental - Alfa Romeo GTZ 1.290cc nº 77 - C/José C. Pace - 16º na geral e 5º na PT/GT
28/05/1966 - III 24 Horas de Interlagos - Interlagos/SP - Renault 1093 845cc cc nº 77 - C/Lian Duarte -
5º na geral e 1º na T-1.3
12/06/1966 - GP IV Aniversário APVC - TFL - Interlagos/SP - Carretera Gordini 1.108cc nº 47 - 4º na geral e na TFL
03/07/1966 - Prova Aniversário ACESP - Interlagos/SP - Willys Interlagos 998cc nº 12 -
6º na geral e na TFL
10/07/1966 - GP Governador Negrão de Lima - Jacarepaguá/RJ - Willys Interlagos 998cc nº 22 - 5º na geral e 2º na GT
16/10/1966 - Camp. Paulista - TFL - 4ª Etapa - Interlagos/SP - Renault 4CV 998cc nº 77 -
3º na geral e na TFL
19/11/1966 - VIII Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - DKW Malzoni IV 1.089cc nº 7 - C/Jan Balder - 3º na geral e 2º na PT/GT
18/12/1966 - I Mil Quilômetros da Guanabara - Jacarepaguá/RJ - DKW Malzoni IV 1.089cc nº 7 - C/Jan Balder -
4º na geral e na PT
25/01/1967 - 2 Horas de Volkswagen - Interlagos/SP - VW Sedan 1.192cc nº 7 - 1º Lugar
19/03/1967 - IV 12 Horas de Interlagos - Interlagos/SP - Karmann Ghia/Porsche 1.966cc nº 77 - C/Wilson Fittipaldi Jr. - 17º na geral e 5º na PT/GT
09/04/1967 - III 3 Horas da Guanabara - Jacarepaguá/RJ - Karmann Ghia/Porsche 1.966cc nº 77 - 2º na geral e na PT
23/04/1967 - III Mil Quilômetros de Brasília - Eixo Monumental - Karmann Ghia/Porsche 1.582cc nº 7 - C/Chiquinho Lameirão -
na geral e na PT/GT
14/05/1967 - Camp. Brasileiro F-Vê - 1ª Etapa - Jacarepaguá/RJ - Fitti-Vê 1.192cc nº 7 - 1º Lugar
11/06/1967 - III 6 Horas de Interlagos - Interlagos/SP - Karmann Ghia/Porsche - 1.966cc nº 7 - C/Wilson Fittipaldi Jr. -
1º na geral e na PT/GT
18/06/1967 - Camp. Brasileiro F-Vê - 2ª Etapa - Jacarepaguá/RJ - Fitti-Vê - 1.192cc nº 7 - 1º Lugar
13/08/1967 - Camp. Brasileiro F-Vê - 3ª Etapa - Interlagos/SP - Fitti/Vê 1.192cc nº 7 -
2º Lugar
20/08/1967 - Prova Extra Campeonato - F-Vê - Jacarepaguá/RJ - Fitti/Vê 1.192cc nº 77 - 1º Lugar
10/09/1967 - X 500 Quilômetros de Interlagos - Interlagos/SP - Fitti-Vê 1.192cc nº 7 -
4º Luga r
08/10/1967 - Prova Presidente Costa e Silva - Jacarepaguá/RJ - Fitti-Vê 1.192cc nº 7 - 2º Lugar
03/12/1967 - IX Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Fitti/Porsche 1.966cc nº 7 - C/Wilson Fittipaldi Jr. -
AB - PT/GT
17/12/1967 - Camp. Brasileiro F-Vê - 4ª Etapa - Jacarepaguá/RJ - Fitti-Vê - 1.192cc nº 7 - 1º Lugar - Campeão na F-Vê
                               
Reformas em Interlagos - 1968/69
04/02/1968 - Prova Rodovia do Xisto - Rodovia do Xisto/PR - Fitti/Porsche - 1.996cc nº 7 -
AB - PT/GT
18/02/1968 - GP de Campinas - Campinas/SP - Fitti/Vê - 1.192cc nº 7 - 1º Lugar
14/04/1968 - IV Mil Quilômetros de Brasília - Eixo Monumental - Fitti/Porsche 1.966cc nº 7 - C/Lian Duarte -
3º na geral e na PT
28/04/1968 - IV 3 Horas da Guanabara - Jacarepaguá/RJ - Fitti/Porsche 1.966cc nº 7 - 11º na geral e 2º n PT
18/08/1968 - Camp. Brasileiro F-Vê - 1ª Etapa - Jacarepaguá/RJ - Fitti/Vê 1.192cc nº 7 -
4º Lugar
27/10/1968 - Prova Santos Dumont - Jacarepaguá/RJ - Fitti/Porsche 1.966cc nº 7 - C/Marivaldo Fernandes - AB - PT
17/11/1968 - Prova Deputado Levi Neves - Jacarepaguá/RJ - VW Sedan 1.584cc nº 87 - C/Nathaniel Towdsend -
6º na geral e 1º na TFL
07/12/1968 - III 12 Horas de Porto Alegre/RS - VW Sedan 1.584cc
nº 7 - C/Wilson Fittipaldi Jr. - 1º na geral e na T-1.6

                A Partir de 1969 Emerson começou sua carreira internacional, bastante conhecida e documentada.

Resumo de sua carreira internacional

1969 - Formula Ford e Formula 3 (Campeão na F-3)
1970 - Formula 2 e Formula 1
18/07/1970 - GP da Inglaterra de F-1 - Brands Hatch - Lotus/Ford  49C 2.993cc nº 28 - 8º Lugar -
Primeira corrida na F1
04/10/1970 - GP dos EUA de F-1 - Watkins Glen - Lotus/Ford  72C 2.993cc nº 24 - 1º Lugar - Primeira vitória na F1
1972 -
Campeão da F1 (pela Lotus)
1973 -
Vice-campeão da F1 (pela Lotus)
1974 -
Bi-campeão da F1 (pela McLaren)
1975 - Vice-campeão da F1 (pela Lotus)
1976 - Passou a correr com Fittipaldi/Ford pela Coopersucar

1980 - Faz sua última participação como piloto na F1

05/10/1980 - GP dos EUA de F1 - Watkins Glen - Fittipaldi/Ford FD08  2.993cc nº 20 - 22º Lugar -
Última corrida na F-1
1981 e 82 - Chefe de equipe (Fittipaldi F1)

1983 - Torneio de Superkart (campeão)

1984 - Participa do Grande Prêmio de Miami com March 82G e é convidado para correr na Formula Indy

Resumo da carreira na Formula Indy

01/04/1984 - GP de Long Beach - WIT - March/Cosworth - F-Indy - 5º Lugar - Primeira participação na Formula Indy
27/05/1984 -
500 Milhas de Indianápolis - WIT - March/Cosworth - F-Indy - AB - 32º Lu gar - Primeira participação na Indy 500
28/05/1989 - 500 Milhas de Indianápolis - Patrick - Penske/Chevr - F-Indy - 1º Lugar - Primeira vitória na Indy 500
1989 - Campeão na F-Indy - Equipe Patrick
30/05/1993 -  500 Milhas de Indianápolis - Penske/Chevrolet - F-Indy - 1º Lugar - Segunda vitória na Indy 500
1993 - Vice-campeão da F-Indy - Equipe Penske
1994 - Vice-campeão da F-Indy - Equipe Penske
28/07/1996 - GP de Michigan - Hogan/Penske/Mercedes - F-Indy  - 25º Lugar - Última corrida na Formula Indy


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