Uma visão dos nossos históricos anos sessenta e um pouco antes

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Pilotos:
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Roberto Gallucci Roberto Gomez Salvador Cianciaruso Toninho Martins Victorio Azzalin Vitório Andreatta Waldemar Santilli Zoroastro Avon
Preparadores e/ou construtores:
Anísio Campos Jorge Lettry Miguel Crispim Nelson Brizzi Toni Bianco Victor Losacco    
Pioneiros:
Ângelo Juliano Benedicto Lopes Chico Landi Chico Marques Gino Bianco Hermano da Silva Ramos Irineu Correa João R. Parkinson
Manuel de Teffé Nascimento Junior Norberto Jung Sylvio A. Penteado Villafranca Raio Negro    

 

 

Página acrescentada em 22 de outubro de 2005.  Atualizada em setembro de 2020.

Alfredo Santilli 
por Paulo Roberto Peralta

Clique aqui e veja uma entrevista com esse ex-piloto, em 1958

Trofeu Mil MIlhas 1960

Nasceu no bairro da Barra Funda em São Paulo no dia 21 de setembro de 1921.
Filho de imigrantes italianos foi o caçula entre 18 irmãos.
Seu pai tinha uma oficina mecânica por onde passaram todos os irmãos homens, a mecânica parecia ser uma vocação da família. Era irmão de Antonio Santilli que era pai de Waldemar Santilli, seu sobrinho (cinco anos mais novo que o tio) que também corria de automóveis, muitas reportagens da época os tratavam como irmãos Santilli.

Carro de Benedicto Lopes na oficina de seu pai
Alfredo ao lado do carro com a mão no capo

Primeiro contato com a pista de Interlagos em 1940

Um cliente famoso na oficina de seu pai foi Benedicto Lopes, piloto que comprou a Alfa Romeo 8C-2300 Monza com que a francesa Hélle-Nice se acidentou em 1936 no “GP Internacional Cidade de São Paulo” disputado nas ruas do bairro Jardim América em São Paulo.

Depois de trabalhar e aprender bastante com o pai e os irmãos, abriu sua própria oficina em 1941, isso com quase 20 anos, mesma idade com que tomou contato com as pistas, andou com um velho carro Alfa Romeu modelo “Grand Prix” provavelmente emprestado  por Benedicto Lopes.
Casou-se em 1942 e tiveram um filho e duas filhas.

1956 - Ferrari 250MM com que iniciou a correr

Finalmente em 1956, aos 35 anos, passou a correr com regularidade.
Numa entrevista ao Jornal HP de 09 de maio de 1958 ele dizia:
”- Em fins de 1956 o automobilismo em São Paulo estava ressurgindo pela influencia de Ângelo Juliano e, nessa época, o Pedro Santalúcia (ACB) era diretor da Retifica Eclipse, que iria patrocinar uma prova futura. Ele solicitou à mim e ao Waldemar para que participássemos. Entusiasmei-me e entrei na pista pela primeira vez, oficialmente.”

Nesse início usou um carro esporte Ferrari 250 MM de 2490cc. ano 1951 que comprou de Arnaldo Borghi, amigo entusiasta do automobilismo e político em Campinas. Depois de duas corridas comprou um carro modelo Mecânica Nacional construído por Victor Losacco com chassi tubular de construção própria, motor Oldsmobile Rocket V8 com quatro carburadores duplos Solex entre outras coisas, ficou conhecido como Eclipse Especial/Oldmobile e sua estréia foi numa prova em homenagem ao ex-piloto campineiro Benedicto Lopes, correu com ele até 1960 quando vendeu para Jaime Guerra.

 1956 - Premio Benedicto Lopes
Legenda: "Primeira vez em Interlagos com o Oldsmobile"

Acidente na I Mil Milhas em 1956, mas voltaram e terminaram em 11º lugar
Carretera Cadillac

1956 - Premio Santos Dumont
Curva do Pinheirinho
Legenda "5º lugar"
Premio Santos Dumont
Legenda: "Primeira vitoria com o Cadillac" (carretera)

Em 1956 correu em dupla com o sobrinho Waldemar Santilli a “I Mil Milhas Brasileiras”, com uma carretera Cadillac que Waldemar havia comprado no Rio Grande do Sul, mas um problema com a roda dianteira tirou-lhes a chance de uma melhor colocação, chegaram em 11º lugar, mas na prova seguinte que participou, venceu.
“- Na Mil Milhas eu fazia a curva da Ferradura, quando se soltou a roda dianteira. Felizmente consegui dominar o carro e larguei novamente, quando solta-se, para desespero meu, outra roda dianteira. Interessante que nesta prova eu estava testando umas rodas de fabricação nacional. (Jornal HP - 09/05/1958)

Depois da Mil Milhas participou do "Premio Santos Dumont" correndo em 2 provas, a primeira para Mecânica Nacional onde chegou em 5º lugar, e depois da prova para Carreteras onde obteve sua primeira vitória. Ano seguinte fez participação dupla em outras duas provas.

Em 1957 foi Campeão Paulista de Força Livre (Carreteras)

Exercitando seu lado musical em festa de automobilistas

Descendente de italianos (oriundi) era um músico nato, excelente tecladista. Em todas as festas, confraternizações ou churrascadas com pilotos, mecânicos e dirigentes, lá estava ele com seu acordeom alegrando a festa.

No ano de 1957 usando a carretera Cadillac sagrou-se Campeão Paulista na categoria Turismo Força Livre (nova denominação das Carreteras) em uma disputa acirrada com Luiz Américo Margarido.
Entusiasta de mecânica e de automobilismo, sempre preparou seus carros usando a Retifica Eclipse como base.
Em sua própria oficina foi se especializando e passou a trabalhar com câmbios, mudando a razão social para Cambio Técnico, que hoje é tocada por seu filho, ainda no Bairro da Barra Funda.

1957
Campeão Paulista

Disputando as “Mil Milhas Brasileiras” de 1957 e ocupando a primeira posição atropelou um cavalo, perigo comum em Interlagos daqueles tempos, nessa mesma prova Djalma Pessolato perdeu a vida em um capotamento causado também por um cavalo. Os amigos pilotos lhe deram então um troféu extra-oficial: "Cavaleiro da Pista".
“- Passei alguns sustos, mas o mais grave foi quando atropelei um animal na Mil Milhas de 57. Entrei a 170 Km/h no “bicho” e por milagre não aconteceu coisa pior, para mim, porque para ele.... (Jornal HP - 09/05/1958)
Abandonou as pistas depois dessa prova e em uma entrevista em maio de 1958 ao Jornal HP, respondendo à uma pergunta se abandonara mesmo e porque, explicou os motivos de tal decisão:
"- Lamento responder, mas por diversos motivos afastei-me completamente. Todavia o certo é que a gente depois de entrar na pista pela primeira vez nunca fica sabendo se abandonou ou não.

Mas no mesmo ano da entrevista retornou, correu a terceira edição da "Mil Milhas Brasileiras" em dupla com o sobrinho Waldemar na carretera Cadillac, mas não terminaram a prova.

Abertura Camp. Paulista de 1957, na primeira fila Caetano Damiani e Alfredo Santilli 1957 - III Prova do Cinqüentenário do ACB - Prova de carreteras
Santilli, Margarido e Damiani

Grid da III Prova do Cinqüentenário do ACB em 1957 Prova de Mecânica Nacional

Estado da carretera depois de atropelar um cavalo na Mil Milhas de 1957

Só em 1960 voltou para disputar a prova da inauguração de Brasília em abril e em novembro a “V Mil Milhas Brasileiras” com a intenção de parar definitivamente de correr. Correu em dois carros, fazendo dupla em um com Waldemar Santilli, seu sobrinho, na carretera Cadillac (nº 84), abandonam por problemas mecânicos; e em outra carretera com Ivo Rizzardi (nº 88), chegaram em segundo lugar naquela prova que ficou histórica por ter sido a primeira vitória de um carro nacional, o FNM/JK com Chico Landi e Christian Heins. Mas poderia ter sido diferente, estavam disputando o primeiro lugar quando uma barra estabilizadora se soltou e o tempo perdido no conserto os alijou da disputa pelo primeiro lugar, sem no entanto perder o segundo lugar. Depois dessa prova parou de correr.

1960 - Sinalizando para Ivo Rizzardi
V Mil Milhas Brasileiras

1960 - Tomando a curva do “Esse”
V Mil Milhas Brasileiras

Conserto da barra estabilizadora
V Mil Milhas Brasileiras de 1960

1960 - Participou nesse carro também, com Waldemar Santilli
   

1970 - X Mil Milhas Brasileiras com Antonio Versa

Mas dez anos depois retornou mais uma vez e participou da “X Mil Milhas Brasileiras” em novembro de 1970 em parceria com o também veterano Antonio Versa na carretera Chevrolet, mas não foram bem, chegaram em 23º lugar na classificação geral e 15º lugar na categoria Div. 4, aí sim, encerrou definitivamente sua carreira de competições aos 49 anos de idade.

Parou com as corridas mas continuou em sua oficina “Cambio Técnico”, no bairro da Barra Funda, a prestar assistência aos carros comuns e aos carros de competição.

Não se desfez da carretera
e a reformou,
então classificada como Turismo Div. 5, e em 1971 a cedeu para Antonio Carlos Aguiar, outro veterano também parado, com “carta branca” para ele fazer o que acredita-se ser melhor. Aguiar participou de 3 provas e por ultimo do "Festival de Recordes", na Base Aérea de Cumbica, que acabou sendo a ultima participação de uma carretera em provas automobilísticas. 184,302 Km//h (4º na geral e 1º na Div.5)

Detalhes da replica

1992 - Replica concluída

Perto de completar 70 anos de idade iniciou a construção de uma réplica da BMW M1, com motor Corvette V8 preparado, carro que consumiu dois anos de muito trabalho, e que quando pronto pretendia inscrevê-lo na “Mil Milhas Brasileiras” de 1992, mas mudou de idéia:
"- Depois de toda a dedicação de dois anos de trabalho, não tive coragem de colocá-lo nas pistas, mas apetite o carro tinha, chegava aos 260 Km/h”. Justificava


Alfredo faleceu em 12 de junho de 2002 aos 81 anos de idade



Participações em provas (com a colaboração de Napoleão Ribeiro)

08/04/1956 - Temporada do Automóvel Clube do Brasil - Interlagos/SP - Ferrari 250MM nº 10 - 2.490cc - 5º na geral e 3º na cat. SP+1.5
17/06/1956 - 2 Horas de Velocidade 7º Aniversário do Centauro - Interlagos/SP - Ferrari 250MM nº 10 - 2.49cc - 2º na eral e 2º na cat. SP+1.5
12/08/1956 - I Prêmio Benedicto Lopes - Interlagos/SP - Eclipse Especial Oldsmobile -
2º na geral e 2º na cat. MN
16/09/1956 -
Prova 49° Aniversário do ACB - Interlagos/SP - Eclipse Especial Oldsmobile nº 90 - 4.000cc - MN 7º Lugar
24/11/1956 - I Mil Milhas Brasileiras
- Interlagos/SP - Com Waldemar Santilli - Cadillac nº 90 - 5.442cc - 11º Lugar
16/12/1956 - Prêmio Santos Dumont - Mec. Nac. - Interlagos
/SP - Eclipse Especial Oldsmobile nº 19 - 3.800cc - 5º Lugar
16/12/1956 - Prêmio Santos Dumont - TFL - Interlagos
/SP - Cadillac nº 96 - 5.441cc - 1º Lugar
Participou em duas provas nesse dia.
09/02/1957 - Abertura do Campeonato Paulista - MN - Interlagos
/SP - Eclipse Especial Oldsmobile nº 19 - 4.000cc - 5º Lugar
09/02/1957 - Abertura do Campeonato Paulista - TFL  - Interlagos
/SP - Cadillac nº 96 - 5.442cc - 1º Lugar
Participou em duas provas nesse dia.
07/04/1957 - II Prova Cinqüentenário do ACB - Interlagos/SP - Cadillac nº 96 - 5.200cc - TFL - 2º Lugar
23/06/1957 - III Prova Cinqüentenário do ACB - Mec. Nac.- Interlagos/SP - Eclipse Especial Cadillac nº 19 - 5.200cc -
5º Lugar
23/06/1957 - III Prova Cinqüentenário do ACB - Turismo - Interlagos/SP - Cadillac nº 96 - 5.200cc - TFL 4º Luga
Participou em duas provas nesse dia.
25/08/1957 - IV Prova Cinqüentenário do ACB - Turismo - Interlagos/SP - Cadillac nº 96 - 5.200cc -
TFL 3º Lugar
07/09/1957 - I 500 Quilômetros de Interlagos/SP - Com Ruggero Peruzzo - Eclipse Especial Cadillac nº 96 - 5.200cc - 17º Lugar
19/10/1957 - V Prova Cinqüentenário do ACB - Turismo - Interlagos/SP - Cadillac nº 96 - 5.200cc -
TFL 1º Lugar
23/11/1957 - II Mil Milhas Brasileiras
- Interlagos/SP - Com Waldemar Santilli - Cadillac nº 96 - 5.200cc - AB
01/12/1957 - VI Prova Cinqüentenário do ACB - Interlagos/SP - Eclipse Especial Cadillac nº 19 - 3º lugar
22/11/1958 - III Mil Milhas Brasileiras
- Interlagos/SP - Com Waldemar Santilli - Cadillac nº 96 - 5.200cc - AB
23/04/1960 - I G. P. Juscelino Kubitschek - Eixo Rodoviário Sul - Brasília/DF - Eclipse Especial Cadillac nº 96 - 5.290cc 16º na geral e 9º na cat. Mec. Nac. 
Corrida junto com a categoria esporte.

26/11/1960 - V Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Com Ivo Rizzardi - Chevrolet nº 88 - 4.500cc -
2º Lugar
26/11/1960 - V Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Com Waldemar Santilli - Ford V-8 nº 84 - 4.200cc - AB
Participou em dois carros nessa prova.
                                Reformas em Interlagos - 1968/69

22/11/1970 - X Mil Milhas Brasileiras - Interlagos/SP - Com Antonio Versa - Chevrolet nº 78 - 4.999cc -
23º na geral e 15º na Div.4

Campeonatos:

1957 = Campeão Paulista na Categoria Turismo Força Livre (carreteras)

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