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					1962  | 
				
			
			
			Rio Negro era o apelido 
			adotado por Fernando Antonio Mafra Moreira quando começou a correr 
			de automóveis em 1960. Ele só voltou às pistas em 1962 e só é 
			lembrado por seu acidente fatal em Interlagos, pouco se sabe dele e 
			de sua carreira.
			
				
					
						
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						Essas eram 
						as únicas fotos sobre o "Rio Negro" | 
					
				
			 
			
			Essa eram as imagens mais conhecida dele. Na Internet talvez as únicas.
			
			Ele nasceu em 8 de maio de 
			1936 na cidade de Agudos (SP), filho de Ignácio Cabral Moreira e 
			Dna. Nair Mafra Moreira. Era casado com Dna. Áurea e não teve 
			filhos. Formou-se em técnica de contabilidade, gostava de 
			automobilismo desde garoto e somente participou de uma 
			competição: uma Gincana automobilística no Guarujá.
			Confessa que foi 
			bancário, ocupou posto de gerencia em uma agência do Banco 
			Meridional, e que deixou essa profissão para se dedicar à venda de 
			carros, abrindo uma loja na Av. General Olimpio da Silveira (SP) , e 
			que também gosta de motonautica e pratica equitação
			
				
					
						
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						Reportagem 
						sobre os estreantes no "500 Quilômetros"  | 
					
				
			 
			
			Em 1960 comprou de Agnaldo de 
			Góes Filho. que tinha uma loja de carros chamada sugestivamente 
			de  "Speed"  
			(a 
			primeira a comercializar somente carros esportes e de corrida), uma 
			Maserati com motor Corvete e fez sua estréia no "III 500 Quilômetros 
			de Interlagos", em 1960, correndo em dupla com o então também 
			jovem piloto Bird Clemente, 
			chegaram em sexto lugar. Nesse ano só fez essa corrida e esse 
			resultado lhe deu o décimo lugar no Campeonato Paulista na 
			Categoria Mecânica Nacional Força Livre.
			
			Não sei o que fez desse carro, 
			deve ter vendido, o que se sabe é que só voltou a correr em 1962, e 
			de Volkswagen, fez duas corridas uma com resultado ruim e outra com 
			um segundo lugar.
			
				
					
						
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						Maserati/Corvete 
						com Bird ao volante  | 
					
				
			 
			
			Pedi 
			a algum tempo atrás (antes de 2023) ajuda aos amigos Bird 
			Clemente e 
			Napoleão Ribeiro. 
			O Bird, gentilmente, me enviou foto dele no carro de "Rio Negro" 
			(assinalado na foto) num dos treinos para o "III 500 Km de 
			Interlagos", de 1960, e também umas palavras sobre o amigo:
			"- O Fernando foi um bom amigo, competente companheiro. Tive o 
			prazer de fazer dupla com ele nos 500 quilômetros, na tal Maserati 
			Corvette que ele comprou do Agnaldo. Ele guiava muito bem. Guardei 
			boa lembrança dele como um bom piloto. Na foto ele está no meu lado 
			esquerdo apoiado no carro." (Bird Clemente).
			Já o Napoleão me mandou e-mail com as participações dele em provas:
			"- Rio Negro estreou nos 500 Km de 
			Interlagos em 07/09/1960, formando dupla com Bird Clemente ao 
			volante de uma antiga Maserati Corvette, tendo conquistado o 6º 
			lugar na geral.
			Passou o restante de 1960 e o ano inteiro de 1961 sem correr, 
			retornando ao automobilismo em 1962, tendo participado das seguintes 
			provas:
			25/01/1962 - 12 Horas de Interlagos - VW 1200 em dupla com Ari Iasi, 
			tendo se classificado em 10º lugar.
			25/02/1962 - Festival de Marcas, preliminar do Prêmio Victor Losacco, 
			com VW 1200, ficou em 2º lugar.
			25/02/1962 - Prêmio Victor Losacco 
			(em Interlagos), com VW, ficou em 15º lugar.
			20/05/1962 - Festival Automobilístico 
			do ACESP (prova para carros esporte) - Ferrari 290/250 TR, quando 
			sofreu o acidente fatal."
			
				
					
						
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						Conversa de 
						Zoroastro e Rio Negro  | 
					
				
			 
			
			A "12 
			Horas de Interlagos" 
			foi disputada no dia 25 de janeiro de 1962, como parte das 
			comemorações do Aniversário da Cidade de São Paulo.
			36 carros iniciaram a prova, cuja bandeirada de largada foi data 
			pelo então Prefeito de São Paulo, Sr. Prestes Maia. 
			Achei material 
			sobre o "Rio Negro" e sua participação na prova "12 Horas de 
			Interlagos", na revista 4 Rodas, que mostra um dialogo entre ele e o 
			piloto Zoroastro Avon, que 
			trabalhava na Simca do Brasil e já havia feito duas corridas e uma 
			subida de montanha com carros Simca, mas que nessa prova correu com 
			o DKW Vemag do "Áquila" (Sergio Medeiros), chegando em 12º lugar na 
			geral e em 6º na categoria. Depois dessa prova ele voltou aos carros 
			Simca. "Rio Negro" correu em dupla com Ari Iasi com Volkswagen e 
			chegou em 10º lugar na geral.
			
				
					
						
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						Lancha de 
						Rio Negro na represa Eldorado  | 
					
					
						
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			Fernando tinha uma lancha na 
			represa de Eldorado, e foi pra lá em 17 de fevereiro de 1962 com 4 
			amigos, pelo menos um do automobilismo, Adalberto Iasi, irmão de 
			parceiro dele na "12 Horas", e foram na "Boate Oásis" se 
			divertirem e depois, com 
			três "pastoras" de uma escola de samba que se exibia na boate, 
			saíram na madrugada de sábado para domingo e foram para a lancha 
			afim de continuar a diversão, foi quando aconteceu a tragédia: foram todos jogados na água. 
			Dentre os oito ocupantes, 
			três morreram afogados. Um amigo dele e duas das "pastoras".
			
			Era uma semana exata antes da 
			segunda corrida preliminar do Prêmio Victor. 
			Como preliminares foram 
			realizadas corridas divididas por marcas e modelos dos carros 
			fabricados no Brasil, que recebeu o título de “Festival de Marcas”. 
			Ele pode participar pois a policia classificou como acidente o 
			ocorrido na represa. Correu na bateria de VW, terminou em 2º lugar. 
			No mesmo dia participou do "Prêmio 
			Victor Losacco", onde só os melhores de cada marca alinharam para uma largada única, ai ele chegou em 15ºlugar
			
			Em maio de 1962, na 
			realização da prova "Festival Automobilístico do ACESP" ele 
			pediu para Agnaldo de Goes Filho um 
			carro emprestado para participar, já que Agnaldo não poderia 
			participar. 
			A terceira corrida era destinada aos carros da categoria “Sport” e 
			dos quatro inscritos, apenas três estavam no autódromo para a 
			largada, o que faria com que a prova fosse cancelada. Foi então que, 
			se aproveitando do fato da Ferrari 290/250TR estar no autódromo, “Rio Negro”, solicitou a Aguinaldo, 
			o proprietário, que permitisse ele 
			participar da prova, apenas para completar o grid,
			
			pois só 
			haviam 3 carros inscritos e o mínimo para a largada eram 4,
			e com isso 
			permitir a realização da corrida.
			
				
					
						
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						Grid de 
						largada da fatídica prova  | 
					
				
			 
			
			Nas 
			vésperas do "Festival Automobilístico do ACESP", em maio, 
			Agnaldo quebrou o braço jogando futebol, outra de suas paixões, e 
			foi para a fazenda em Ribeirão Preto, lá recebeu um telefonema do 
			piloto "Rio 
			Negro" pedindo a Ferrari emprestada,  Aguinaldo relutou, 
			mas diante da 
			insistência, disse:
			
			“- Tá, 
			faça então a largada, entra nos boxes e deixa os três correrem”.
			
			Conseguido o carro, ele arrogantemente declarou:
			"- Chegou a minha hora de vencer uma corrida. Vejam só: Camillo 
			tem um Porsche de apenas 1600cc, Eduardo Celidonio tem uma Ferrari, 
			mas ela só tem um motor de 2000cc. O único competidor forte será 
			Celso, com uma Maserati de 3000cc, potência semelhante à minha 
			Ferrari."
			
			O próprio Camillo Christofaro 
			foi outro a manifestar preocupação, disse que: "... 
			estar ao volante de um carro daqueles já era suficiente para 
			inspirar pavor a muitos 
			pilotos experientes, quanto mais a um novato..."
			
				
					
						
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						A parte 
						dianteira, ou o que sobrou dela  | 
					
					
						
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						Celso Lara 
						Barberis passa ao lado do corpo de "Rio Negro"  | 
					
				
			 
			
			“Rio Negro” acabou se empolgando 
			e resolveu dar pelo menos mais uma volta, e ao contornar a curva 1 
			(da pista antiga) perdeu o controle do carro, saiu da pista e se chocou, de lado, 
			contra os eucaliptos que ficavam ali. O carro se dividiu ao meio e o 
			piloto foi atirado fora do mesmo, já sem vida, e o  corpo ficou 
			estendido à beira da pista, coberto por um lençol até o final da 
			corrida, numa cena no mínimo macabra,  Mas a corrida 
			prosseguiu, com Celso Lara 
			Barberis tomando a ponta para vencer com dois segundos de 
			vantagem para Camillo 
			Christófaro, mas isso não é tudo, houve mais uma corrida depois 
			dessa, destinada aos carros da Mecânica Nacional, que foi disputada 
			sem nenhuma empolgação, com pilotos e presentes bastante abalados 
			com a morte do piloto “Rio Negro”, que permanecia ao lado da pista
			
			.Eduardo Celidonio que correu 
			nessa prova disse:
			"- 
			Eu vinha atrás dele, quase no vácuo, com outra Ferrari Testa Rossa. 
			Naquele modelo, a Ferrari instalou o acelerador no meio da 
			pedaleira. Pude ver com clareza que, ao nos aproximarmos da Curva 1, 
			ele aliviou o pé do acelerador, e em seguida, o pressionou de novo, 
			acreditando, acho eu, se tratar do freio, já que o pedal do meio, 
			normalmente, é o do freio."
			
			Faleceu com 26 anos de idade. Segundo diversos ex-pilotos da época, seu 
			corpo não pôde ser removido pois dependia de perícia técnica, e o 
			programa consistia de quatro provas, alem dessa faltava mais uma
			
			Ao consultar o blog "Histórias que Vivemos", 
			do nosso amigo Rui Amaral, vi que tinha uma foto da largada dessa 
			prova, enviada pelo meu amigo Romeu Nardini, acompanhando esse 
			e-mail:
			"Rui essas fotos que mandei, são do dia 20/05/62. Nessa prova morreu 
			o piloto Rio Negro, que partiu ao meio ao bater nos eucaliptos da 
			curva 1, a Ferrari 290MM, que era do Agnaldo de Góes. Na foto 2 além 
			do Camilo, estão o Rio Negro ao lado do Porsche 550,#8A, atrás o 
			Celso L. Barberis, com a Maserati #28 e ao lado dele o Celidonio com 
			outra Ferrari #66." - Romeu Nardini.
			
			No blog o Rui deixa o seguinte pensamento: 
			"- Sobre o acidente 
			já ouvi tantas histórias. Histórias de amigos mais velhos e que 
			correram em outras categorias no mesmo dia.
			Uma delas que é factível; Agnaldo não poderia correr por motivos 
			outros, cedeu a Ferrari ao Rio Negro apenas para completar o grid de 
			quatro carros, o mínimo para uma largada. E que o combinado foi que 
			ele largasse e desse apenas uma volta, para em seguida abandonar.
			Outra, conta que a Ferrari tinha a pedaleira com os pedais de freio 
			e embreagem invertidos, e ao frear para a curva Um ele havia 
			cometido algum engano. O certo é que na verdade a Ferrari, um 
			verdadeiro carro de corrida, complicado de pilotar. Diferencial 
			autoblocante, cambio seco, as marchas não eram sincronizadas, e por 
			aí vai."
				
					
						
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						Um excelente 
						resumo da Revista 4 Rodas sobre a corrida de "Rio Negro"  |