Página acrescentada em 02 de junho de 2006. Toni Bianco (Ottorino Bianco) por Paulo Roberto Peralta
Toni
nasceu na cidade de Concórdia Sagittaria, província de Veneza, na
Itália, em 08 de janeiro de 1931. Quando jovem trabalhou como
aprendiz na oficina mecânica de um primo, mas como na Europa pós-guerra
os empregos rareavam, resolveu tentar a sorte no Brasil, um pais
promissor, na época.
Chegou em fevereiro de 1952 com 21 anos, sozinho, e foi para Ribeirão
Preto, interior de São Paulo, trabalhar numa retífica. Depois
decidiu tentar a sorte e foi trabalhar com a fabricação e montagem
de casas de madeira. Ficou nessa atividade por 2 anos, como não era
sua área, em 1954 aos 23 anos, aproveitando seus conhecimentos mecânicos,
foi trabalhar na oficina de Oliviero Monarca na Rua Manoel Dutra,
bairro da Bela Vista (o famoso bairro do Bexiga)
Em 1955 participou, entre outros, da construção de um carro esporte, projeto dos
irmãos Monarca, para Celso Lara
Barberis, piloto que começava a
despontar e que viria a se tornar o primeiro tri-campeão da prova
500 Quilômetros de Interlagos. Pelo final desse ano conhece outro piloto,
Ciro Cayres, que impressionado
com a qualidade de seu trabalho o convida para
trabalhar com carros
de corrida e tendo um chassi
Maserati biposto
e um motor Corvette,
pede à Toni que o transforme num monoposto.
Aos 26 anos, 1957, Ciro o levou para trabalhar na oficina de Nicola e
Victor Losacco, onde passou
a trabalhar
exclusivamente com carros de corrida. Reformou, por exemplo, o Mecânica
Nacional Maserati/Corvette de Luiz Américo Margarido e
criou para
Ciro Cayres um chassi próprio onde foi instalado um motor Corvette. Com
esse carro Ciro Cayres estabeleceu o recorde de volta da
categoria em Interlagos,
3’37’’, recorde que demorou quase dez anos para ser batido, além
de muitos outros carros.
Trabalhou em todos carros da equipe, que tinha, além dos já
citados, os pilotos Eugenio Martins e
Fritz D’Orey, além de
outros eventuais. Na Tubularte, ele e Perego partram para a construção
de outro F-Jr. que planejado inicialmente com motor DKW acabou
saindo com motor Stanguellini, para Jean Bergerot, piloto da equipe.
No ano de 1962, montou com Chico Landi, Luis Greco e Eugenio Martins a “Indústria de Automóveis Brasil Ltda.” instalada no galpão nos fundos da casa de Chico na Rua Afonso Brás no bairro da Vila Nova Conceição e começam a produção dos F-Jr, agora com motores nacionais. Após ter construído dois com motor Gordini, um com motor DKW e mais um chassi equipado com motor Simca V8 de 2.550cc, enquadrado como Mecânica Nacional e como Chico estava sem carro para correr o 500 Quilômetros, Toni então resolveu construir um usando o chassi do F-Jr mas equipando com motor FNM/JK de 1975cc, ou seja, categoria Mecânica Nacional também. Detalhe: entre a decisão de fazer o carro e ele ficar pronto foram menos de 20 dias, e o carro ficou pronto na véspera do treino de classificação onde Chico se classificou em 4º lugar, mas a corrida não terminou por causa de uma junta de cabeçote queimada.
Com motor maior (quase o dobro de
cilindrada) precisava de uma área maior de refrigeração, Toni
vendo uma foto da Ferrari 156 F1 "Shark Nose" do ano
anterior, tomou emprestada a solução da frente do carro e a
adaptou, pois não havia tempo para desenvolver e testar uma solução
própria. E a solução ficou boa, estética e funcionalmente.
Seu primeiro trabalho foi nos Alpines A-110 importados, que aqui no Brasil aqueciam demais, como os radiadores eram traseiros ele os trouxe para a dianteira o que obrigou a refazer toda a frente do carro, em seguida construiu o primeiro Fórmula 3 brasileiro, o “Gávea”, com Romeu Brizzi que cuidou do motor de 1300cc.
Construiu em 1966 o
Mark I, esse foi um carro que nasceu de dentro para
fora, a partir do habitáculo de um Renault Alpine construiu
o
chassi e depois de instalar a mecânica, montou a carroceria,
fazendo também outro exemplar que passaram
a se
chamar Willys Mark
I.
Em 1969, Vitório Massari, um dos sócios da
Camionauto, o convidou
para construir um protótipo de competição baseado no motor do FNM/JK
e já no início de 1970 “nascia” nas oficinas
da Camionauto
o
protótipo “Fúria”, com chassi tubular, suspensão por braços
triangulares, motor FNM/JK de 2.150cc, câmbio Hewland e freios
Girling. Estreou na 1000 Quilômetros
de Brasília de 1970 com Ugo Galina e Jayme Silva, e liderou até
ter problemas no distribuidor, mesmo assim terminou em 5º lugar.
Na “Toni Bianco Competições” aberta em 1974 na Av. João Pedroso Cardoso, bairro do Aeroporto, passou a dedicar-se à preparação de carros de corrida. Equipou a Alfa T-33 de Afonso Giaffone com motor Maverick, e nesse tempo também desenvolveu a versão urbana do “Fúria”, agora usando a plataforma e o motor Volkswagen e no Salão do Automóvel de 1976 apresentou o “Bianco S”. Sucesso total. Esse carro foi seu maior sucesso comercial.
Desenvolveu para a Corona Veículos S/A, em 1976, um esportivo
baseado no modelo italiano X 1/9 (A carroceria era de aço
estampado, com duas portas, dois lugares, motor na posição
central à frente do eixo traseiro), aqui foi
lançado com o nome de
“Dardo”, com um chassi exclusivo desenvolvido por Toni para uma carroceria de fibra-de-vidro, com motor do Fiat 147
Rallye, de
Clique aqui e veja mais sobre Toni Bianco. Legenda das
fotos 01 - Toni Bianco a bordo de um “Bianco S” em 2005 |
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