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			Página acrescentada em 1 de outubro de 2018.
 Anísio Campos
          
			(José Anísio Barbosa de Campos)
 
            
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				Anos 60 e anos 2000 |  
			José Anísio Barbosa de Campos, ou Anísio 
			Campos como assinava e ficou conhecido no meio automobilístico 
			nasceu em 6 de março de 1933 em São Paulo (SP), filho do meio de Dr. 
			Paulo Barbosa de Campos Filho e Maria Quinta Moraes de Campos.A família morava no bairro do Jardim Paulista, mas por desejo de sua 
			mãe mudaram para o bairro de Vila Mariana para ficar próximo da 
			escola onde estudavam os filhos do casal, Colégio Arquidiocesano.
 Aos 13 anos seu lado artístico e criativo já se mostrava presente, 
			pintou um quadro de sua mãe.
 
			Seu pai era professor da faculdade de direito, 
			então a tendência era ele seguir para essa área também:
			
			“-  ... meu pai era professor de 
			direito. Foi diretor jurídico na prefeitura, depois foi indicado e 
			nomeado para o Tribunal de Justiça. Então terminou como 
			desembargador. E tinha o tio dele, que era o Estêvão de Almeida, que 
			também era professor de direito... até, quando estudava no Colégio 
			do Carmo, ali na rua do Carmo, eu passava em frente a um tribunal, e 
			eu andei assistindo alguns júris. Então eu fiquei muito interessado 
			pelo direito criminal. O advogado defendendo seus clientes. Teve um 
			momento que eu gostei muito disso.”
			- Entrevista em 2005
 Quando terminou o ginásio (Ensino Fundamental) ficou no dilema de 
			cursar o científico ou o clássico (Ensino Médio) onde o científico 
			era voltado para exatas e clássico era para humanas, mas adolescente 
			já havia desenvolvido uma predileção pelo desenho e por carros:
 “- ... eu tinha os meus 16 
			anos, eu e o Brito  A gente ficava lá em casa desenhando. Ia 
			para escola, voltava da escola, desenhava. A gente desenhava 
			automóvel. Só automóvel. E a gente já estava fazendo uns desenhos 
			assim muito bonitos, do ponto de vista de apresentação... depois 
			teve o problema da faculdade, que eu faço, não faço. Direito eu já 
			tinha colocado de fora. Achava que a coisa que eu podia me ajeitar 
			melhor era arquitetura e urbanismo. Eu achava interessante. Mas 
			também quando muito eu tinha 18 anos... e eu fui deixando. A 
			faculdade prometida não saiu e como eu era sempre muito ligado a 
			automóvel, a corrida de automóvel, eu quis entrar em Interlagos.” 
			- Em 2005
 
			Aos 21 anos (1959) Anísio ainda não havia 
			iniciado nenhuma faculdade, filho de uma família rica tinha um 
			Jaguar Mark 5 e não precisava trabalhar para sobreviver, então vivia 
			de sua arte. Mas interessado que era em automóveis procurava se 
			desenvolver frequentando e trabalhando em oficinas que construíam 
			carro:
			
			“... Então eu tinha uns amigos que andavam com 
			os carros dos pais e a gente acelerava lá. Era uma coisa 
			absolutamente particular. Não ia ninguém no autódromo. E eu comecei 
			a me interessar por corrida, mesmo porque o primeiro carrozzieri, 
			vamos chamar assim, que eu conheci, no Bexiga, Bela Vista, 
			chamava-se Oliviero Monarca. E no Monarca eu era um que chamavam na 
			época de sapo de oficina. Então ali, naquele bairro, na rua 13 de 
			Maio tinha o 
			Victor 
			Losacco. O 
			Toni Bianco, que fazia carro de 
			corrida. E eu convivi com aquilo.”
			 - Entrevista em 2005
 1958 - Participou pela primeira vez, aos 25 anos, de uma competição 
			automobilística: "Subida da Montanha", na antiga estrada para Santos 
			(Caminho do Mar), promovida pelo Jornal HP, largava um competidor 
			por vez, sendo vencedor o carro que, em cada categoria, fizesse o 
			percurso em menor tempo.
 “Na categoria até 1.300 
			cc., a que teve o maior número de concorrentes, o vencedor foi o 
			gaúcho Flavio Del Mese, com um DKW, no ótimo tempo de 8' e 4", vindo 
			a seguir o Simca de J. A. Barbosa de Campos, com 8' e 10".”
			- O Estado de São Paulo 
			(02/08/1958)
 
 Depois dessa prova só voltou a competir em 1962: 
			
			"- ... eu tinha um Jaguar, que era meu 
			carro de sonho , um Mark 5. Com a questão de corrida de automóvel, o 
			que eu ia fazer com o Jaguar? Nada! Então eu vendi o Jaguar e 
			comprei um DKW usado, um 58. E como eu tinha muitas amizades ... o 
			meu DKW foi preparado pelo melhor preparador disponível... era o 
			Sérgio Cabelereira. O Sérgio e o Reis eram dois preparadores. E eu 
			corri com esse DKW 58, que era meu carro de uso. Fiz umas corridas e 
			me sai bem...”  
			- Entrevista em 2005
 
			
				
					| 
					TABELA DE PARTICIPAÇÕES E RESULTADOS  (Colaboração 
					de Ricardo Cunha) |  
					| 
					
					
					Data | 
					
					
					Prova | 
					
					
					Carro | 
					Dupla | 
					
					
					Nº | 
					
					
					Classificação |  
					| 
					
					
					10/08/1958 | 
					Subida da Montanha - Estrada de Santos 
					(Caminho do Mar) | 
					Simca |  | 
					? | 
					
					2º na  T-1.3 |  
					| 
					
					
					08/12/1962 | 
					500 Milhas de Interlagos 
					
					(SP) | 
					DKW Vemag | "Cacaio" | 
					35 | 
					
					
					10º lugar |  
					| 
					
					
					10/03/1963 | 
					12 Horas de Interlagos | 
					DKW vemag | Antônio Sceppa | 
					35 | 
					
					6º 
					 
					
					lugar |  
					| 
					
					
					30/06/1963 | 
					II Prêmio Aniversário ACESP - MN - 
					Interlagos (SP) | 
					Landi/Bianco/DKW  |  | 
					? | 
					
					6º 
					 
					
					lugar |  
					| 
					
					11/08/1963 | 
					II 6 Horas de Pelotas (RS) | 
					
					Gordini | Rui Bastian | 
					33 | 
					
					1º na  
					
					Cat. A |  
					| 
					
					
					25/08/1963 | 
					II Circuito de Araraquara (SP) - Grupo 
					I | 
					Renault 1093 |  | 
					42 | 
					Não conhecido |  
					| 
					
					
					01/09/1963 | 
					3 Horas de Velocidade - Interlagos 
					(SP) | 
					Renault 1093 |  | 
					  | 
					Não conhecido |  
					| 
					
					
					10/11/1963 | 
					1500 Quilômetros de Interlagos  
					(SP) | 
					Renault 1093 | José Carlos Pace |  | Não conhecido |  
					| 
					
					
					15/08/1964 | 
					Mil Quilômetros de Interlagos (SP) | 
					Renault 4 CV | João Batista Bravo Caldeira | 
					4 | 
					Quebra |  
					| 
					
					
					10/10/1964 | 
					Premio Simon Bolivar - Interlagos (SP) | 
					Renault 4 CV |  | 
					6 | 
					Quebra |  
					| 
					
					
					28/03/1965 | 
					1600 Quilômetros de Interlagos (SP) | 
					DKW Vemag | Norman Casari | 
					12 | 
					15º lugar |  
					| 
					
					
					16/05/1965 | 
					500 Quilômetros do Rio de Janeiro - 
					Barra da Tijuca (RJ) | 
					GT Malzoni DKW | Norman Casari | 
					  | 
					
					12º Lugar   |  
					| 
					
					
					18/07/1965 | 
					II 6 Horas de Interlagos (SP) | 
					DKW Vemag |  |  | 11º Lugar |  
					| 
					
					
					
					08/08/1965 | 
					
					V Circuito de Piracicaba (SP)  | 
					DKW Vemag |  | 
					  | 
					
					11º Lugar |  
					| 
					
					
					15/08/1965 | 
					
					I GP Rodovia do Café - 
					Curitiba-Apucarana-Curitiba/PR | 
					DKW Vemag |  | 
					  | 
					
					16º Lugar |  
					| 10/101965 | I 
					Festival Interclubes - Interlagos (SP) | GT Malzoni DKW |  | 6 | 3º 
					Lugar |  
					| 31/10/1965 | VIII 500 Quilômetros de Interlagos (SP) | GT Malzoni DKW |  | 6 | Quebra |  
					| 11/12/1965 | II 6 Horas de Curitiba (PR) | Simca Tufão | José Fernando Lopes Martins | 64 | 3° na geral e 1° na T+1.3 |  
					| 27/11/1966 | VIII Mil Milhas Brasileiras - Interlagos (SP) | Karmann Ghia/Porsche | Francisco Lameirão | 6 | Quebra |  
					| 19/03/1967 | 12 
					Horas de Interlagos (SP) | Karmann Ghia/Porsche | José Carlos Pace | 2 | 1º Lugar |  
					| 03/12/1967 | IX 
					Mil Milhas Brasileiras - Interlagos (SP) | Karmann Ghia/Porsche | José Carlos Pace |  | Quebra |  
					| 28/08/1968 | 500 Quilômetros da Bahia - Salvador (BA) | BMW 1600 | Pedro Victor de Lamare | 18 | Quebra |  
					| 08/03/1970 | 1500 Quilômetros de Interlagos (SP) | Opala 3800 | Bird Clemente | 80 | Não conhecido |  
					| 01/05/1970 | Torneio Sulamericano - Interlagos (SP) | Opala 3800 |  |  | 1º Lugar na II Bateria |  
					| 03/05/1970 | 200 Milhas de Interlagos (SP) | Opala 3800 | Pedro Victor de Lamare |  | Quebra |  
					| 07/09/1970 | XI 
					500 Quilômetros de Interlagos (SP) | AC 
					Porsche | Marinho Antunes | 6 | Quebra |  
					| 23/11/1970 | Torneio Ford Corcel - I Etapa - Interlagos (SP) | Ford Corcel |  |  | Quebra |  
					| 06/12/1970 | Torneio Ford Corcel - II Etapa - Jacarepaguá (RJ) | Ford Corcel |  |  | 9º 
					Lugar |  
					| 27/12/1970 | Copa Brasil - IV Etapa Interlagos (SP) | AC 
					Porsche |  |  | Quebra |  
					| 04/07/1971 | 6 
					Horas de Interlagos (SP) | Porsche 908/2 | Luiz Pereira Bueno | 11 | Quebra |  
					| 01/08/1971 | 300 Quilômetros de Tarumã (RS) | Porsche 908/2 | Luiz Pereira Bueno | 11 | 2º Lugar |  
					| 07/09/1971 | XII 500 Quilômetros de Interlagos (SP) | Porsche 910 | Francisco Lameirão | 12 | 2º Lugar |  
					| 22/04/1972 | Campeonato Brasiliense - II Etapa Brasili (DF) | Porsche 910 | Alex Dias Ribeiro | 12 | 2º Lugar |  
					| 30/04/1972 | Festival de Roncos e Motores - Interlagos (SP) | Porsche 910 |  | 12 | 4º 
					Lugar |  
					| 07/05/1972 | Campeonato Brasileiro I Etapa - Tarumã (RS) | Porsche 910 |  | 12 | 5º Lugar |    
			1962 - Em sua primeira prova em Interlagos 
			teve um episódio com o “Bino” (Christian 
			Heins): 
			
			“- ... numa 
			competição que eu fiz em Interlagos com o DKW, e corria o Christian 
			Hein ... e eu me lembro que em uma das voltas ele vinha se 
			aproximando. O carro dele andava mais, a berlinette, e eu falei “na 
			curva ele não vai me passar”. Então nós fizemos a Curva do Sol... 
			Descemos para o Sargento, que era uma descida também, difícil de 
			passar, mas ele chegou bem próximo, ai eu falei “no Sargento ele não 
			vai passar”. Então eu fui até lá dentro, fui lá dentro e não me dei 
			bem. Ficou muito apertado, saí um pouco do traçado e me compliquei. 
			Eu fiz uma curva muito difícil de negociar, e ele fez com suavidade 
			e velocidade. passou com facilidade. Ele passou e fez um sinal assim 
			com o dedo na nuca, enrolando o dedo, como dizendo “está louco?”, ou 
			alguma coisa assim. Mas aí ficou quase que prometido que “não, você 
			vai andar lá pela Willys”...”
			
			-
			
			Entrevista em 2005Por essa época foi ao departamento de estilo da Willys, chefiado por 
			Roberto Mauro de Araújo, mostrar seus desenhos que foram muito 
			apreciados: “- 
			... no desenho de automóvel, acho que o que vale muito também é a 
			idéia, a criação. E o meu desenho, tenho certeza, marcou presença 
			lá. Tanto que o Roberto falou “não, você aguarda a vaga”. Então eu 
			estava aguardando.” 
			- 
			Entrevista em 2005
 
			1963 - Em junho Christian faleceu em um 
			acidente na “24 Horas de Le Mans” e Luiz Antônio Greco assumiu a 
			chefia da Equipe Willys. Nesse mesmo mês Anísio fez uma corrida com 
			um carro de Formula Junior.Greco que já sabia do interesse de Christian o convidou para a 
			Equipe Willys: 
			“- 
			... e  o meu início profissional estava destinado a ser na  
			Willys, desenhando lá para o Roberto Araújo. Enquanto eu aguardava 
			uma vaga, eu fui chamado pelo Grecco, na competição, e eu achei 
			melhor ir para a competição do que para o desenho. Talvez fosse 
			mesmo esse enfoque que eu tinha sobre o automóvel, mecânica.” 
			- Entrevista em 2005
 Sua estréia na equipe foi na “II 6 Horas de Pelotas” (RS) onde 
			venceu em sua categoria: 
			“- ... ganhei a corrida em 
			Pelotas e ai o Greco me convidou para, além de piloto, ficar como 
			assistente dele no departamento de competição. Então eu fiquei... 
			funcionário da Willys... e foi uma escola realmente muito 
			interessante...” - 
			Entrevista em 2005
 Em agosto participando de uma prova em Araraquara (SP) ficou 
			conhecendo Rino Malzoni, criador do GT Malzoni/DKW.
 
				
					
						|  |  |  |  |  
						| Premiação da 
						Subida da Montanha - 58 www.novomilenio.inf.br
 | 500 Milhas 
						de Interlagos - 62 Fonte: Livro "Interlagos 1940 a 1980"
 | 6 Horas de 
						Pelotas (RS) - 63 Fonte: Livro "Automobilismo Gaucho"
 | II Circuito 
						de Araraquara (SP) - 63 Calendário Mahle Metal Leve
 |  
			1964 - Greco o havia convidado para assistente na equipe, mas em 
			1964 Anísio acabou saindo da Willys e nesse mesmo ano correu duas provas 
			com um  
			
			
			Renault 4CV com motor 1000cc. Na prova 
			Simon Bolivar “Marinho” correu com o GT 
			Malzoni/DKW ainda em chapa, foi quando 
			Jorge Lettry, chefe da Equipe Vemag, o chamou para ajudar no 
			desenvolvimento do carro devido ao seu conhecimento com fibra de 
			vidro já que havia trabalhado na produção dos Willys Interlagos.
 Aprovado o modelo, foi constituída uma empresa para sua produção em 
			fibra de vidro, bem mais leve, a Lumimari Ltda. Iniciada a produção 
			em 1965, a equipe Vemag comprou as três primeiras carrocerias, que 
			foram preparadas por 
			Lettry 
			e Miguel 
			Crispim. Além da versão espartana 
			vendida para competições existia uma versão "de rua" com acabamento 
			melhorado, produzida até 1966, foram produzidas 35 unidades.
 
			1965 - Passou a integrar a Escuderia Vemag e já em março fez sua 
			estréia fazendo dupla com  
			Norman Casari. 
			O primeiro GT Malzoni/DKW com carroceria de 
			fibra de vidro, 150 kg mais leve, estreou em Recife, em março de 
			1965 pilotado por Marinho.
 Nesse ano Lettry resolveu dar um destino ao Formula Jr que estava 
			encostado no Departamento, não havia mais corridas da categoria, 
			então surgiu a idéia: estabelecer um recorde de velocidade, e deu 
			início à construção de um carro (streamlined) para realizar a 
			tentativa.
 Foram 8 meses de muito trabalho e o carro desenhado por Anísio 
			Campos e construído por Rino Malzoni em chapa de alumínio sobre o 
			chassi do Fórmula Junior fabricado em 1962 por 
			Toni Bianco. 
			Nos primeiros testes na estrada entre Matão e 
			Taquaritinga (SP) Lettry mesmo pilotava.
 
			
			“- ...
			
			Então, eu estava 
			muito entusiasmado 
			com o projeto de carro de recorde. Naquele 
			momento me veio um convite para conversar com o presidente da Simca 
			do Brasil. No contato que eu tive na sala do presidente, ali na via 
			Anchieta, ele me convidou para fazer um carro esporte para Simca. 
			Então o interesse do Carcará ficou secundário."
			- Entrevista em 2005 
			Ele foi chamado para a Simca a fim de desenhar 
			e fazer o protótipo de um carro esporte, e lá perguntou à 
			
			Chico Landi:
			
			“- E as corridas? Não? 
			Ao que Chico Landi respondeu: 
			“Vamos lá, entra na equipe.” Sua primeira corrida pela 
			nova equipe foi em dezembro 
					
					2º com Simca Tufão fazendo 
			dupla com José Fernando Lopes Martins, 
			o "Toco".
 
				
					|  |  |  
					| 
					Duas das 
					propostas apresentadas por Anísio - 65 |  
			
			
			“- 
			Eu estava vivendo, produzir, desenhar, um carro esporte que a Simca 
			pretendia fazer. Então nós íamos fazer um carro, usando uma 
			plataforma encurtada da Simca, com motor da Simca, suspensão e tudo, 
			um carro esportivo menor, um cupê.  E eu estava fazendo esse 
			trabalho na época do Carcará,  tanto que naquele momento do 
			recorde 
			eu fui para o evento com o Chico 
			Landi, era o homem que tomava conta do 
			departamento de competições da Simca, onde eu estava engajado...
			
			
			
			Chegou a mais ou menos metade da construção. E 
			aí a Simca foi absorvida pela Chrysler, que simplesmente não se 
			interessava por nenhum projeto... O projeto se chamava Xangô, 
			o nome que eu dei... a capota abria em cima, que era chamada de 
			T-Roof, um conversível que tem uma targa e a targa está ligada no 
			cajado do pára-brisa. Então esses dois tetinhos em cima de cada 
			banco dianteiro saíam. Esse ficou no meio do caminho...”
			
			-  
			Entrevista em 2005. 
			1966 - Pouco antes da prova "III 24 Horas de Interlagos" (maio) 
			sofreu acidente num treino da Equipe Simca: 
			
			
			“- ... 
			
			
			O 
			acidente foi uma titubeada. Eu estava andando, num dia do “vamo vê”: 
			“...  cada um dá cinco voltas, vamo vê quem é o mais rápido. E 
			eu estava fazendo a Um quase pé embaixo ... E nessa última volta que 
			eu fiz... eu fiz a Um e entrei na Dois, entrava forte mesmo. A Dois 
			era uma curva de alta velocidade, uma inclinação muito gostosa, e 
			você apoiava o carro naquele élevé, naquela elevação, e ficava 
			tranquilo, e continuava com o pé embaixo. E aí escapou, o cinturatto 
			deu uma dobrada, uma escorregada e saiu  de traseira,  eu puxei ao 
			contrário a direção... E aí ele voltou no pêndulo e nisso eu já 
			tinha saído do asfalto e fui parar lá embaixo, na entrada da curva 
			do Sol, uma altura de três, quatro metros... E aí, depois não sei de 
			quanto tempo, me acharam embaixo do carro... caiu em cima de mim. 
			Caiu com as quatro rodas no chão e eu fiquei embaixo...  o “Toco” 
			conta bem essa história. Ele me falou “Anísio, ninguém achava você”, 
			falou “Cadê ele, cadê o Barbosa?”. Aí ouviram “aai”, “está embaixo 
			do carro”, aí levantaram o carro de um lado só e me puxaram. Fui 
			para as Clínicas. Isso de tarde, de noite eu estava em casa, 
			recebendo visitas.”
			- 
			
			Entrevista em 2005
 Tinha o apelido de “Barbosa” entre os pilotos devido ao seu 
			sobrenome.
 
			O Carcará ficou pronto e em 29 de junho 
			de 1966 no início da BR-2 Rio-Santos (atual Av. das Américas) 
			Norman 
			Casari 
			assumiu e o Carcará atingiu na primeira 
			tentativa, 214,477 km/h e na segunda 211,329 km/h, obtendo a média 
			de 212,903 km/h, foi a primeira marca brasileira e sul-americana de 
			velocidade em linha reta de acordo com a regulamentação da FIA: 
			 
			“- 
			... Rino ficou como construtor do Carcará. E eu que fiquei como 
			designer. Então o projeto, o desenho é todo meu. Ele só falava “ah, 
			gostei”, “não gostei”. Claro, participava. Mas ele ficou nessa 
			retaguarda. Ele é o construtor, no Malzoni está inscrito: 
			“Construção: Malzoni, Carroceria: Anísio Campos”, alguma coisa 
			assim, que a Vemag botou..." 
			
			- Entrevista em 2005 
			Jorge Lettry 
			saiu da Vemag e em agosto entrou para a Lumimari Ltda como sócio (no 
			lugar de Marinho que saiu da sociedade), 
			ocupando a diretoria técnica e de desenvolvimento. Assim que entrou 
			pediu ao Anísio um reestudo das formas do carro e também sugeriu a 
			mudança de nome para Puma: 
				
					
						| 
						
						 |  
						| 
						Foto 
						promocional da época |  
			
			"- Ah, o Puma DKW, foi 
			refeito porque o molde que nós tínhamos era muito ruim. Então nós 
			fizemos o 
					
					2º 
			molde. Para o 
					
					2º 
			molde nós corrigimos um monte de coisas e eu consegui colocar o 
			Anísio dentro da fábrica, e realmente ele fez um carro muito bonito, 
			limpo, bem acertadinho. O nome, eu disse: Olha, eu tenho uma 
			sugestão: vamos mudar esse nome, faço uma sugestão: um felino, 
			rápido, agressivo, de todo continente americano, você encontra os 
			Pumas desde Fairbanks, no Alaska, até Usuhaia, na Terra do Fogo. 
			Outra coisa: é um bicho de montanha, um bicho rápido. Outra coisa, o 
			nome é bissílabo. E outra: você pronuncia em qualquer língua: PUMA. 
			E o carro? Puma GT." 
			- Jorge Lettry em 2005 
			Então a razão social passou para Puma Veículos 
			e Motores e o carro: Puma GT. Redesenhado pelo Anísio Campos e com 
			um acabamento mais esmerado, foi lançado no V Salão do Automóvel. O 
			esportivo ganhou o prêmio de 4 Rodas como o melhor projeto de carro 
			brasileiro.
 Saindo da Simca foi convidado por seu amigo Paulo Goulart, da Dacon 
			(Distribuidora de Automóveis, Caminhões e Ônibus Nacionais), 
			concessionária Volkswagen que a partir de 1967 passou também a 
			representar a Porsche no Brasil.
 
				
					|  |  
					| 
					Empurradinha 
					amiga - 1967 |  
			Paulo Goulart observou que os pontos de 
			encaixe do motor do Porsche 904 Boxer eram os mesmos do motor do 
			Karmann Ghia produzido no Brasil e que era apenas uma questão de 
			adequar freios, suspensões e câmbio para se ter um carro de 
			corridas. Anísio entrou com a técnica, escolado com anos trabalhando 
			com fibra de vidro, projetou a estrutura tubular e a carroceria em 
			fibra de vidro para aliviar o peso do carro. Foram preparados dois 
			carros com o motor 2.0 e dois com o motor 1.6. Anísio também fezr 
			parte da equipe como piloto, estreou na “VIII Mil Milhas 
			Brasileiras”. 
			1967 - Já tinha 34 anos quando venceu a “IV 12 
			Horas de Interlagos” ao lado de “Moco” (José Carlos Pace) num 
			Karmann Ghia/Porsche 2.000cc. Mas houve muita polemica pois o carro 
			quebrou e foi empurrado por outro competidor até a linha de chagada. 
			(clique 
			e conheça toda a história).Construiu, ajudado por seu amigo 
			Miguel Crispim 
			e por Henrique Payá Martinez um carro de 
			Formula Vê, o AC-Vê, lançado no inicio de 68.
 
				
					
						|  |  |  |  |  
						| Anisio 
						experimenta F-Vê | Chiquinho 
						Lameirão em Campinas - 68 | Chiquinho em 
						Campinas - 1968 | Norman 
						Casari em Rio - 68 |  
						| Fonte: 
						Revista Auto Esporte de janeiro, fevereiro e março de 
						1968 |  
			  
			1968 - Apesar dos planos de Anísio em fabricar 
			alguns exemplares do F-Vê para vender, só foi fabricado um, que 
			pilotado por Chiquinho Lameirão em 
			Campinas (fevereiro) e por 
			Norman Casari no Rio de Janeiro 
			(março), chegaram 6º e 4º lugar respectivamente.  
			Participou de uma prova em Salvador (BA),  
			com uma BMW 1600 TI, da Equipe CBE de 
			Eugênio Martins e 
			Chico Landi.Nas instalações da Puma Anísio criou o AC, seu  
			
			primeiro esporte-protótipo de 
			competição brasileiro: 
			
			“- O AC (sigla das minhas iniciais) foi o 
			primeiro “esporte protótipo de competição” projetado e construído em 
			serie para atender a demanda (pequena na época) das corridas 
			oficiais (Divisão 4) do nosso calendário desportivo... O estilo 
			“racing-car” acompanhava a moda CAN AM (corridas nos países Canadá e 
			América)..." 
			
			
			 -  
			
			
			http://www.anisiocampos.com.br
 O AC era um spyder biposto com 
			estrutura tubular e carroceria de plástico reforçado com fibra de 
			vidro, caracterizado pelo volante e alavanca de câmbio à direita e 
			pelo par de vistosos faróis retangulares. Com 2,30 m de distância 
			entre-eixos, recebia motor Volkswagen 1600 montado na traseira, 
			preparado com componentes Puma; a suspensão dianteira era VW e a 
			traseira independente com molas helicoidais; freios a disco apenas 
			na dianteira. A apresentação do AC foi no VI Salão do Automóvel, 
			onde ocupou parte do stand da Puma (encarregada da produção dos 
			cinco exemplares construídos).
 
			
			
			Puma VW: “- O 
			Rino fez o Puma Volkswagen. No Puma Volkswagen eu só dava uns 
			palpites e alguma coisa. Ele me chamava. A gente sempre trocou muita 
			ideia, lanterninha faz assim, a ventilação põe na vertical, fica 
			melhor, todos esses detalhes... Foram produzidos 22.000 Pumas em 20 
			anos de atividades.” 
			- 
			
			http://www.anisiocampos.com.br 
			
			"- ... Então eu tinha as idéias e o Rino sabia 
			aproveitar. Quando ele fez o Puma, ele fez o Puma olhando o Miura. 
			Só que ele ia ajeitando. Ele tinha muito jeito para isso. Ele 
			chamava o funileiro e falava “é aqui, assim”, bararabarara, e então 
			saiu o Puma Volkswagem.” 
			- Entrevista em 2005Na época do AC Anísio tinha um Simca modificado por ele que era 
			apelidado de “O Forno” pelos amigos pois o carro tinha uma frente 
			tipo Mercedez-Bens.
 
 
			1969 - A Kadron, uma empresa de escapamentos e amortecedores 
			encomendou um projeto de Buggy ao Anísio que o desenvolveu nas 
			oficinas da Puma, que depois ficou com a produção (terceirizada). 
			Batizado com o nome “Tropi”, esse buggy foi o primeiro com projeto 
			nacional, tinha um inédito santantônio encoberto com fibra de vidro, 
			formando um arco tipo targa, e uma dianteira onde os faróis ficavam 
			encaixados sob umas “pestanas”. Comercializado pela Kadron foi 
			lançado em fins de 1969 com o nome de Buggy Kadron, e em 1971 passou 
			a ser fabricado em instalações próprias.
 
				
					
						|  |  |  |  |  
						| Buggy Tropi 
						- 68 Fonte: Jornal do Brasil
 | Buggy Kadron (Tropi) fabricado na Puma www.lexicarbrasil.com.br
 | Anísio 
						desenhando Fonte: Revista 4 Rodas
 | GT 4R criado 
						para a Revista 4 Rodas Fonte: Revista 4 Rodas
 |  
			No inicio do ano a revista Quatro Rodas lançou 
			um concurso que visava premiar três leitores com um carro exclusivo, 
			o “GT 4R”. Para materializar a idéia, chamaram Rino Malzoni, Anisio 
			Campos, Jorge Lettry e Milton 
			Masteguin, a equipe que fazia o Puma.Durante o primeiro semestre de 1969, os leitores puderam acompanhar 
			os passos da criação e construção do carro na oficina de Rino, em 
			Matão. Em janeiro daquele ano um primeiro esboço de Anísio foi uma 
			amostra de como seria o carro. Nas edições seguintes novas propostas 
			eram publicadas. A edição de julho já trazia o primeiro dos cupons 
			que depois de preenchidos deviam ser enviados pelo correio. Após o 
			sorteio, feito em três meses consecutivos, um carro por mês, foram 
			construídos mais dois exemplares.
 
			“- 
			... eu fiz um trabalho de criação, todo mês a revista apresentava 
			meus desenhos, 
			 uma frente, uma lateral, uma traseira, que 
			despertava a curiosidade. Inclusive o Rino dizia para mim “Olha, 
			gostei muito dessa tampa traseira do motor, acho que nós vamos 
			aplicar no carro”. E assim foi. E o carro acabou sendo, os faróis, 
			que eram retangulares, que eu já tinha usado no AC. Então, ficou um 
			carro construído pelo Rino Malzoni. Não que eu tenha assumido a 
			autoria do GT-4R, mas me foi dado esse título, de responsável pelo 
			desenho, porque realmente eu fui o responsável pelo desenho do 
			GT-4R, Rino, o construtor, e a Puma, o montador, o fabricante dos 
			carros em fiberglass, que naturalmente foram originários de um 
			molde, feito em cima daquele carro protótipo.”
			- Entrevista em 2005 
			  
			1970 - Em 6 de março, aos 37 anos, voltou a 
			pilotar em corridas. Nos meses de novembro e dezembro a Ford 
			realizou o “Torneio Nacional de Ford Corcel” para promoção desse 
			carro, os carros eram sorteados antes de cada prova, em São Paulo e 
			Jacarepaguá no Rio de Janeiro.  
			1971 - Equipe Hollywood: no final de 1970 o publicitário Walter 
			Uchoa teve a ideia de montar uma nova equipe em moldes profissionais 
			e conversou com Anísio Campos, José Carlos Pace, Chico Rosa e 
			Luiz Pereira Bueno, que aceitaram e então 
			foi feito um contrato e registrada uma empresa: a Equipe “Z”, Anísio 
			assumiu como chefe de equipe e comprou um Porsche 908/2, a equipe 
			tinha também dois F-Ford, além de outro Porsche, um 910 que Lian 
			Abreu Duarte comprou.
 
			Fizeram três provas como Equipe “Z” até que 
			ficou acertado a compra da equipe de Ricardo Achcar e dessa forma 
			ficar com o patrocínio da Souza Cruz que queria divulgar o cigarro 
			Hollywood, passando a se chamar Equipe Hollywood, em seguida veio o 
			patrocínio da Shell.Luiz 
			Pereira Bueno 
			lembra em seu livro “Paixão e Técnica ao 
			Volante” que estava com Anísio, Paulo Goulart e Pace quando pensaram 
			em montar uma equipe profissional: 
			“- Walter Uchoa de 
			Mendonça, meu amigo, rapaz muito batalhador da área de publicidade, 
			sugeriu que se formasse uma equipe como o Zé Carlos Pace, o Moco, e 
			o Chico Rosa para apoio. Isso foi feito com a Equipe Z. O nome era 
			simbólico e só seria utilizado enquanto não houvesse patrocínio... 
			Francisco Lameirão e Ricardo Achcar haviam formado uma equipe que 
			seria patrocinada pelos cigarros Hollywood... mas a parceria não 
			saiu... foi quando Luiz Pereira Bueno e Anísio Campos entraram na 
			jogada por intermédio da Agencia Salles, de Mauro Salles, e fecharam 
			com a Souza Cruz, que foi patrocinadora exclusiva da Equipe 
			Hollywood de 1971 a 1976.” - 
			Luiz Pereira Bueno - 2010
 “- Eu sempre vivi no meio 
			do automóvel, no meio das competições. Eu só não fiquei conhecido 
			pelo design de automóvel, para mim teve uma época na Equipe 
			Hollywood, que foi minha equipe maior, talvez, que implantou o 
			profissionalismo em competição...”
			
			
			-
			
			Entrevista em 2005
 
 
			  
			Na ultima prova como Equipe Z Anísio pilotou o Porsche 908/2 com 
			Luiz Pereira 
			Bueno, mas pararam por quebra de 
			rolamento na roda dianteira na segunda bateria. O Porsche 910 da 
			Equipe venceu.Em 1971 fez mais duas provas. Nesse ano a Equipe foi campeã e vice 
			campeã do Campeonato Brasileiro de Protótipos, com os pilotos Lian 
			Duarte e Francisco Lameirão. Ganhou diversas outras corridas com o 
			908/2 e com o 910. Na recém-formada Fórmula Ford, 
			Chiquinho Lameirão 
			ganhou três das quatro corridas sendo consagrado campeão brasileiro, 
			paulista e gaúcho de Fórmula Ford.
 
 
			1972 -  Fez, 
			nesse ano, sua ultima corrida como piloto, em Tarumã (RS), com o 
			Porsche 910: “ 
			- 
			
			
			E a 
			última corrida que eu fiz foi em Tarumã, guiando um Porsche 910. 
			Então eu guiei carros muito interessantes, muito bons. E parei 
			exclusivamente porque não era possível coordenar a equipe e guiar ao 
			mesmo tempo. Aí, eu era sócio proprietário da Equipe Z, que atuava 
			para a Hollywood, e falei “Não, eu vou parar de correr”, e parei. 
			Sem nenhuma saudade.” 
			-  Entrevista em 2005 
			  
			Em junho daquele ano Anísio aproveitou uma 
			pausa no calendário nacional e enviou o Porsche 908/2 à Stuttgard, 
			na Alemanha, para uma revisão de fábrica, mas com a intenção era 
			participar do “Mil Quilômetros da Áustria” no Autódromo de Zeltweg. 
			Luizinho fez dupla com Tite Catapani, largaram em 7º lugar, mas numa 
			disputa com Helmut Marko houve um pequeno toque que danificou a 
			suspensão obrigando ao abandono da prova. 
			  
				
					|  |  |  
					| Maverick-Berta Foto: Rogério P. de Luz
 | Hollywood-Berta-Ford Foto: Rogério P. de Luz
 |  
			1974 - 
			“Após 
			vencerem quase todas as provas do circuito brasileiro de 
			automobilismo a equipe Hollywood sofreu uma derrota com seu Opala 
			4100 que disputava a Divisão 3 de Turismo. Decidiram então construir 
			um carro à altura da competição... . Na Argentina o "Mago de Alta 
			Gracia", o famoso preparador hermano Orestes Berta recebeu a missão 
			de transformar o Ford Maverick com motor V8 de 302 polegadas cúbicas 
			em uma lenda sobre rodas que jamais fosse esquecida.” 
			- 
			
			www.papodehomem.com.br  
			O diabo tinha nome: Maverick-Berta, sua 
			estréia no autódromo de Cascavel (PR) em 1974 foi memorável. 
			 
			  
			1975 - A Equipe Hollywood encomendou um 
			protótipo ao “Mago de Alta Gracia” para o Brasileiro de Divisão 4, e
			assim surgiu o 
			Hollywood-Berta-Ford, que nas mãos de Luiz Pereira Bueno conquistou 
			o último certame da história daquela categoria na classe A.
 1976 - A Hollywood parou com seu patrocínio e a equipe encerrou as 
			atividades.
 
 
				
					|  |  
					| 
					Corcel Hatchback 
					- Revista 4 Rodas - 80 |  
			1980 - Corcel Hatchback, esse modelo 
			construído a partir do Ford Belina foi projetado por Anísio Campos e 
			saiu em 1980. A transformação de automóveis se tornara comum no 
			Brasil devido a proibição das importações e a empresa Souza Ramos, 
			concessionária Ford, contratou Anísio Campos para desenhar e 
			desenvolver um modelo do Corcel tipo Hatchback. 
				
					|  |  
					| 
					Dacon 828 - 
					Revista 4 Rodas - 82 |  
			1982 -
			
			Nesse 
			ano 
			a Dacon começou a trabalhar em um carro próprio, de motor traseiro, 
			chamado Dacon 828:
			 
			“... 
			Retomando a colaboração com Anísio Campos, que a partir daí viria a 
			participar da concepção de todos os novos lançamentos da empresa, 
			apresentou em 1982 o protótipo do 828, um mini carro com carroceria 
			de fibra-de-vidro, dois lugares e apenas 2,65 m de comprimento. O 
			carrinho, que buscava utilizar o máximo de componentes de origem VW, 
			trazia interessantes soluções construtivas: montado sobre plataforma 
			Fusca encurtada em quase 78 cm, levava pequenas rodas de 10 
			polegadas de diâmetro (depois substituídas por aro 13) e suspensão 
			traseira da Variant II.” 
			- 
			
			
			http://www.lexicarbrasil.com.br
			
			 
			
			Diz que o nome representa o ano em que o começou (1982) e o oitavo 
			projeto da Dacon,  porém também foi escolhido para claramente se 
			parecer com  
			
			Porsche 928. 
			Desenhado por Anisio Campos, teve os primeiros onze carros 
			fabricados pela Puma Veículos e Motores, 
			a partir daí (e até 1985, quando a produção foi encerrada), os 
			carros foram fabricados na unidade industrial da Dacon, em Santana 
			do Parnaíba (SP). Ao 
			todo, apenas 48 unidades foram concluídas. 
				
					|  |  
					| 
					PAG Dacon |  
					|  |  
					| 
					Nick Dacon |  
			1984 - A PAG, Projets d'Avant Garde Ltda foi 
			criada por Paulo Goulart, dono da Dacon, para a fabricação 
			de 
			carros próprios, como o Nick, o Nick L e o Chubby. 
			
			A PAG produziu veículos até 1991.“... PAG, sigla de Projects d’Avant 
			Garde – e também as iniciais de seu nome. No mesmo ano lançou o PAG 
			Dacon, reprodução em escala menor do Porsche 928, cuja traseira já 
			havia inspirado o Mini Dacon. Sempre desenhado por Anísio, o novo 
			carro tinha carroceria de fibra com quatro lugares, mecânica VW Gol 
			GT 1.8, caixa de quatro velocidades, tração dianteira e freios a 
			disco nas rodas da frente. Para construí-lo, foi aproveitada toda a 
			estrutura monobloco original do Gol, inclusive o para-brisa 
			dianteiro e o esqueleto das portas; o monobloco era então 
			“revestido” pelas partes de fibra-de-vidro, compondo um corpo de 
			desenho absolutamente diferente do carro do qual derivava. Faróis 
			vinham do Passat e lanternas traseiras da Kombi (como no 828). O 
			motor tinha a cilindrada aumentada para 2,1 litros e desenvolvia 99 
			cv; o acabamento era luxuoso e bem cuidado, como era usual nos 
			produtos da marca.
 No final de 1987 Anísio Campos e a PAG (a partir daí assumida como 
			marca dos veículos Dacon) voltaram ao tema do carro urbano com 
			o Nick, fabricado a partir da picape VW Saveiro, da qual era 
			aproveitada a totalidade da cabine, inclusive bancos, instrumentos e 
			acabamento interno; o restante da lataria era retirada (frente e 
			caçamba) e substituída por componentes moldados em fibra-de-vidro. O 
			balanço dianteiro era encurtado até o limite do radiador e o 
			entre-eixos e balanço traseiro reduzidos ao máximo, limitando o 
			comprimento total do carro a 3,08 m. Para baratear o projeto, o 
			para-brisa traseiro da picape foi mantido e o espaço acima do 
			bagageiro, entre a cabine e a traseira, foi preenchido com uma 
			espécie de gaiola de fibra, sem vidros. O acesso ao reduzido 
			porta-malas se dava por uma tampa vertical, ladeada pelas lanternas 
			traseiras, cedidas pelo VW Santana. Havia duas opções de motor: 1.6 
			do Gol e 1.8 do Santana.” 
			- 
			
			www.lexicarbrasil.com.br
 
			1986 - Primeiro projeto de Anísio para 
			a Engerauto, a caminhonete Escorpion foi lançada no XIV Salão do 
			Automóvel como a maior novidade da empresa.
 1987 - Na “V Brasil Transpo”, final de 1987, a Engerauto lançou o 
			veículo multi-uso MPV (multi-purpose vehicle) Topazzio, mais uma 
			criação de Anísio. Partindo da mecânica e estrutura da picape leve 
			Ford Pampa, ele projetou uma carroceria de fibra de vidro que, pelo 
			simples deslocamento de componentes, podia ser transformada em: 
			automóvel “esportivo”, cabine-dupla, picape targa ou três volumes. 
			Participou de outros, vários, lançamentos da Engerauto, sem, no 
			entanto ser o autor do projeto.
 
				
					
						|  |  |  |  |  
						| Engerauto Escorpion - 
						87 | Revista 4 
						Rodas - 87 | Desenho em 
						guardanapo do Topazzio - 87 | www.lexicar.com.br |  
					
						| . | . |  
						|  |  |  
						| Nick 
						reformulado | Chubby |  
				1990 - 
				
				“...Em 1990 o projeto do Nick foi revisto, passando a 
				utilizar o VW Gol GTI como base. O estilo da metade traseira também foi 
			alterado... A última criação da PAG, daquele mesmo ano, foi 
			o Chubby, este construído sobre o próprio Santana 2.0. Totalmente 
			equipado (teto solar, ar condicionado, toca-fitas, fechamento 
			automático das portas), o carro também tinha opção de câmbio 
			automático – e, como todos os modelos Dacon e PAG, seu preço 
			superava o do modelo do qual derivava.” 
			- 
			
			www.lexicarbrasil.com.br 
				 
				Não consegui confirmação se Anísio participou desses projetos.
 
 Com a reabertura da importação de automóveis a empresa perdeu 
			mercado e em 1991, após ter produzido cerca de 130 modelos Nick, a 
			PAG foi extinta.
 
 
				
					|  |  
					| 
					Anísio e o 828 - 
					20 anos |  
			2001 - A Obvio! Automotoveículos S.A. 
			foi criada em 2001, em Duque de Caxias (RJ), com o objetivo de 
			produzir, sob encomenda, automóveis urbanos com tecnologia de ponta. 
			O design de todos os carros ficaria a cargo de Anísio, um dos 
			quatro sócios proprietários da empresa. O primeiro modelo 
			apresentado foi o 828/2, atualização do Dacon 828, projetado por 
			Anísio em 1982. O pequeno carro foi relançado em 2003. 
			Enquanto isso, a empresa providenciava 
			um novo modelo, o mini esportivo 012 (zero-doze). Também de autoria 
			de Anísio, o carro era 40 cm mais longo do que o 828/2 (3,05 versus 
			2,65 m) e teria motor mais potente, em posição central com 163 cv e 
			seis marchas. A Obvio! pretendia lançá-lo até o final de 2005, 
			contando para isso com o retorno financeiro da venda das 50 unidades 
			mensais do 828/2. Que nunca aconteceu. 
			Em outubro de 2009, desacreditada, a 
			empresa anunciou sua “aquisição” pela Vrooom! Veículos Elétricos, 
			comandada pelos mesmos dirigentes da Obvio!. Mudaram a razão social 
			e a empresa transferiu o foco para a construção de carros elétricos, 
			ameaçando mudar-se para o México, Costa Rica ou Curaçau, caso até o 
			final de 2010 o governo federal não definisse um programa de 
			subsídios para veículos com tração elétrica. Não definiu até hoje. 
			A empresa foi adquirida em julho de 2010 pela 
			Cappadocia Funds Brazil, subsidiária do 
			
			
			Cappadocia 
			Investments, com sede na Inglaterra, 
			os carros não seriam mais vendidos, mas sim alugados por meio 
			de uma rede de compartilhamento, prática já em uso em alguns países. 
			Para tal foi criada a empresa conjunta DirijaJá, que seria a 
			proprietária da frota e responsável pela gestão do sistema. 
			2005 - Anísio desenvolveu o Obvio! 012, um 
			compacto high tech que não chegou a ter construído um protótipo, 
			ficou só no mock-up. Seria um carro elétrico.
 
			
			Anísio tem atualmente como companheira a artista plástica Ana 
			Maria Martins Ferreira, ele diz que “adora casar”, e este é seu 
			terceiro casamento. Dos dois primeiros, tem três filhos que já lhe 
			deram quatro netos. De seu casamento com Nanci Valadares, nasceu sua 
			caçula, Raquel Valadares, que produziu e dirigiu o documentário: 
			“Homem-Carro” sobre sua carreira, clique e conheça:  
			
			
			http://homemcarroofilme.com.br
 
 Anisio Campos faleceu aos 86 anos de idade em 14 de setembro de 2019 
			em São Paulo.
 
			  
          	Colaboração:Claudio Habara (SP)  Transcrição de centrevista com Anísio Campos em 
				2005 para seu livro "Biografia Do Automóvel Brasileiro"
 Ricardo Cunha (SP)
 
 
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