Senador
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Essa
história me foi contada por um dos envolvidos,
Luiz Américo
Margarido, e não há por que duvidar de sua veracidade, mas mesmo
assim tentei saber a versão do outro envolvido. Fiz contato com a
assessoria do senador, mas apesar de responderem, não foi possível
agendar um contato com ele, mesmo telefônico.
Então, aí vai a história na versão para mim contada por
Margarido.
No ano de 1956, quando
Wilson Fittipaldi (o “Barão”) e Eloy Gogliano, do Centauro Motor Clube, criaram a
"Mil Milhas
Brasileiras", Wilson era amigo de Luiz Américo Margarido, que mesmo
sendo proprietário de uma frota de táxis ainda guiava um deles. O
"Barão", conhecendo suas habilidades ao volante, o
convidou e incentivou a participar.
Margarido começou então, de táxi mesmo, a dar umas voltas na
pista para ir já se acostumando. Numa dessas vezes conheceu um
rapaz boa pinta, tipo playboy mesmo, que o desafiou para um
“racha” pela pista. Ele topou, afinal era uma chance de se
confrontar com um adversário real, e olha que o rapaz estava com um
Buick novo, do ano, e ele com um Chevrolet 54 ou 55, táxi, ou seja,
bem rodado.
O “racha” consistia em sair dos boxes e dar uma volta pelos oito
quilômetros da pista. E lá foram eles. Margarido ganhou a parada.
Largaram novamente, Margarido ganhou. Então partiram para a última
volta, Margarido ganhou novamente.
O rapaz, meio desapontado, foi embora e pelo visto desistiu de fazer
carreira como piloto de competição. Tinha 15 anos o moço, nasceu
na cidade de São Paulo, em 21 de junho de 1941.
Sim, esse rapaz era
Eduardo Matarazzo Suplicy, que pertencia a uma
das mais tradicionais famílias da burguesia paulista da época, e
anos depois se tornou um dos políticos mais influentes do Brasil pós-64.
Formado em Economia e Administração pela FGV, foi deputado
estadual pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Depois, pelo
PT (Partido dos Trabalhadores), foi deputado federal, vereador em São
Paulo e senador eleito em 1990 com 4.229.706 votos, que
representaram 30% dos votos válidos. Seu mandato teve início em
fevereiro de 1991 e se encerrou em janeiro de 1999. Foi reeleito
para o segundo mandato com 6.718.463 votos, ou seja, 43,07% dos
votos válidos, e sua duração vai de fevereiro de 1999 a janeiro
de 2007.
Perdeu o automobilismo um piloto, mas ganhou o Brasil um político
exemplar.
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