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Página acrescentada em 04 de dezembro de 2025.
 
Pedro Victor De Lamare

Nascimento:  15/06/1936  -  Falecimento:  - - -

~1967

Pedro Victor De Lamare nasceu em Santos, no litoral Paulista, em 15 de junho de1936, filho de Eduardo Victor De Lamare, advogado e político (www.camarasantos.sp.gov.br/14-legislatura). Lá passou a infância e a adolescência. Desde cedo já tinha interesse pela velocidade.

1936 - Pai, Eduardo Victor De Lamare

Em 53 conheceu Luiz Pereira Bueno, que ainda não era piloto de corridas mas tinha várias ligações no meio automobilístico, era cunhado de Cláudio Daniel Rodrigues, e foi quem introduziu de Pedro Victor no automobilismo, apresentando à ele um MG que estava sendo preparado na oficina em que trabalhava testando os carros que o cunhado preparava.
Naquele ano ele havia ganho um VW zerinho do pai, como prêmio por ter passado no vestibular na faculdade de direito de Santos, aliviou o peso do VW para correr, mas ainda não era o carro que ele idealizava. Trocou o VW por um MG-TC 1949, que preparou na oficina de Cláudio Daniel Rodrigues.
O teste do MG foi feito na estrada velha de Santos com o parceiro Luiz Pereira Bueno.
A primeira disputa em velocidade foi no circuito de “rachas” da Rua Augusta, na região da Av. Paulista, o oponente era Pascoal Nastromagario com outro MG mais leve e com melhor performance. Como resultado Pedro Victor resolveu partir para as corridas de verdade.

Ele tinha quase 22 anos de idade quando alinhou para disputar a segunda prova do evento "II Cinquentenário do Automóvel Clube do Brasil", em Interlagos. Chegou em 9º lugar na geral e foi o 6º colocado na categoria-esporte até 2000 cc. Paschoal Nastromagario, com quem fez sua primeira disputa num "racha", finalizou na sua frente com um MG TD (8º na geral e 4º na Sport-2.0. Já nesta corrida Pedro Victor adotou uma de suas marcas da trajetória nas pistas: o número 84!

No ano seguinte (58) disputou o “500 Quilômetros de Interlagos” em dupla com outro santista, Marivaldo Fernandes, mas não conseguiram terminar por quebra do carro. Pedro Victor teve problemas financeiros para correr como muitos dos pilotos da época, por isso e por conta da pressão familiar para que concluísse a faculdade de direito, De Lamare ficou um bom tempo afastado das disputas.

No período em que esteve afastado, Pedro Victor conheceu a mulher de sua vida: Marlene Kampmann. Casaram-se em 1964, Gigi, como era conhecida, abraçou a paixão do marido e passou não só a acompanhá-lo nas pistas como assumiu a gestão da carreira do piloto quando ele retornou às disputas, após concluir o curso de direito, no final daquele ano. Com o apoio da esposa, passou a dedicar-se integralmente a carreira, sendo ela até sua cronometrista. O problema da falta de dinheiro persistia, mas ele não desistia.

1965 - Perseguindo carro de Emerson - Ilha do Fundão

Em 65 ele preparou um Renault 1093 que tinha, para uso no dia-a-dia, na oficina Torke do amigo Luiz Pereira Bueno (que nessa época já tinha uma carreira no automobilismo). Com esse carro impressionou pela rapidez com que andou em Interlagos. Luiz Antonio Greco, chefe da equipe Willys, viu a performance e convidou Pedro a correr pela equipe, e com salário!
Ainda naquele ano correu 2 provas em dupla com Luiz Fernando Terra Smith, o "1600 Quilômetros de Interlagos" e o "500 Quilômetros da Guanabara", com um 6º e 7º lugares respectivamente. Entre as duas provas correu também a primeira do Campeonato Carioca, na Ilha do Fundão, prova onde estreou o futuro campeão mundial da Fórmula 1, Emerson Fittipaldi.
Em outras duplas chegou em 6º na "12 Horas de Interlagos" com Waldemyr Costa (6º) e na "Mil Milhas Brasileiras" com Totó Porto Fº. (35º lugar). Com Ludovino Perez e em uma Berlineta foi 5º lugar nas “6 horas de Curitiba”.

No ano seguinte (66) conseguiu o seu primeiro pódio: 3º lugar no “II Mil Quilômetros de Brasília”, com Ludovino Peraz Jr. numa berlineta. Naquele ano ainda, correu com Waldemyr Costa em um Renault 1093 as “24 Horas de Interlagos” e foram 7º lugar. Correu de DKW (a carretera nº 11 de teto baixo) em dupla com Roberto Dal Pont na "VIII Mil Milhas Brasileiras" e conseguiram o 21º lugar.

Em 1967 começou a Fórmula Vê no Brasil e foi realizado o primeiro Campeonato Brasileiro da categoria. De Lamare conquistou o terceiro lugar numa prova no  Rio de Janeiro, com um Fitti-Vê, particular, preparado pela concessionária Mecanova, pertencente aos irmãos Otto e Fritz Jordan.

Naquele mesmo ano surgiu a idéia de montar a primeira escola de pilotagem do Brasil, e ele, em sociedade com Wilsinho Fittipaldi e patrocínio da Bardahl, fundou a Escola de Pilotagem Bardahl. A Escola ficava em frente ao autódromo de Interlagos e era administrada por Gigi (esposa) tendo Pedro Victor como principal instrutor. O sucesso foi grande e imediato, vários que viriam a ser pilotos de renome frequentaram a escola. Tamanho sucesso levou o casal a abrir uma filial em Porto Alegre.

Pedro Victor e Gigi ao fundo	Um F-Vê da escola	Casal trabalhando junto

1957 - "500 Quilômetros de Interlagos"

Em 1967 a tradicional prova "500 Quilômetros de Interlagos" foi realizada com os carros da nova categoria, ele participou em dupla com Ricardo Achcar com o Aranae F-Vê nº100, mas não terminaram a prova. Na "12 Horas de Interlagos", única corrida que não correu  com o Fórmula Vê, pilotou a carretera Gordini em dupla com o também santista, Marivaldo Fernandes, chegando na sexta posição.

Entre 1968 e 1969 Interlagos ficou fechado para reformas, corridas só no interior (pistas de rua), em outros estados ou no exterior.

Em 68 com o fim da equipe Willys, foi correr na equipe CBE de Eugênio Martins e Chico Landi com as BMW, na “500 Milhas da Guanabara” conquistou a sua primeira vitória, em dupla com Jan Balder, em uma BMW Alpina 2002 TI, nº 3.

Em 69 foi para a equipe Jolly-Gancia correr com as Alfa Romeo, onde em dupla com Mário Olivetti foi 2º lugar no “Mil Quilômetros de Brasília”, pilotando uma Alfa GTA. Já na "Mil Quilômetros da Guanabara" De Lamare , correndo com o AC VW da equipe de Olavo Pires, e em dupla com ele, abandonaram na volta 57 de 185 previstas.

Em 1970 criou a sua própria equipe, a “DeLamare Competições”, no mesmo endereço da escola de pilotos.
"Com seus carros de cor azul-escura, PV montou uma equipe com bons patrocinadores (Banco Emissor, Eletroradiobraz, Zona Sul, Ideal Tintas) e fez história com seus carros com o motor “seis canecos”, tanto o de quatro como o de duas portas, muito bem preparados pelo Caíto. Não bastasse isso, o piloto também andou na Fórmula Ford e na Divisão 4, primeiro com um Fúria Chevrolet (que também teve motor BMW) e depois com um Avallone - sem contar um estranho protótipo argentino chamado Trueño Sprint." (Blog A Mil Por Hora)

Furia Chevrolet	Avallone Chevrolet	Trueño Sprint Chevrolet

O Opala de Pedro Victor, preparado por Caito, primo de Marinho Camargo, virou referência, era o carro a ser batido. Na prova de inauguração de Tarumã conquistou tudo com o Opala: fez a pole, melhor volta e liderança de ponta a ponta. Recebeu naquele ano o troféu “Victor”, da revista "4 Rodas", que lhe foi entregue por Colin Chapman da Lotus.

Em 1971 a GM presenteou Pedro Victor com um Opala 4100 azul. Com este Opala conquistou facilmente o primeiro Campeonato Brasileiro de Turismo, vencendo todas as provas. Ilustrou até um anúncio do Opala para a GM. Com este carro chegou a tricampeão brasileiro da Div. 3, (1971, 1972 e 1973)  travando batalhas memoráveis com o amigo Luiz Pereira Bueno da equipe Hollywood, além de outros. Ainda em 71 foi vice-campeão brasileiro de F-Ford.

1972 - March-722 Ford. - F2

Em 1972 correu na F2 com um March-722 Ford. No torneio SUDAM com um protótipo Avallone foi 3º lugar em Buenos Aires.

Em 1973 Pedro Victor contratou Ricardo Divila para preparar seu Opala, e Wilsinho Fittipaldi para elaborar o plano de corridas. Seu Opala continuou com o nº 84, mas passou a ser amarelo devido ao novo patrocinador Eletroradiobraz que fundou o "Eletroradiobraz Team."

Em 1974 foi para Londres, "de mala e cuia", na companhia de sua esposa Gigi, das filhas Maria e Stella e do caçula Pedrinho, onde montou sua equipe para correr o campeonato de protótipos.

Com patrocínio da SPI (scuderiabrazil.blogspot.com/2013/02/pedro-victor-de-lamare-na-europa-1.html) por dois anos na Europa, Pedro Victor De Lamare abriu a sede da SPI Racing Team em Mourne End, a sessenta quilômetros de Londres. O chefe de equipe era Antônio de Souza e os mecânicos Luís Henrique de Almeida e Neal Croft da Surtees F2.
Pedro Victor De Lamare adquiriu um March 74 S com motor BMW e dois motores BMW de 280 hp, cada um, com assistência da March e um caminhão que tinha sido do piloto Graham Hill. Com o March conquistou 2 quartos lugares. Trocou os motores BMW por Ford (mais baratos). Terminou Vice-Campeão Europeu do Grupo 5 GT e Campeão  Inglês na categoria Protótipo 2 lts.

A SPI diminuiu o press-release para o Brasil e o carro da March não ficou pronto para 1975. Pediu emprestado um Lola T-294 de Roger Hire, para a prova do Mundial de Marcas em Mugello, fazendo dupla com Antônio Castro Prado e chefiado pelo ex-piloto Roger Hevens. Abandonaram por quebra do motor e na seguinte, em Dijon, eles correram com o Lola T-292 com que José Maria Juncadella correra em 1974. Foram desclassificados por terem sido empurrados no grid. Depois disso, Pedro Victor De Lamare não correu mais.

2006 - Presidente da CBA, Paulo Scaglione, cumprimenta Pedro Victor

De volta para o Brasil não voltou a correr e foi viver em Campos do Jordão para cuidar de uma outra paixão: os cavalos de raça, foi quando lançou o "hipismo rural". Mudou-se para o Rio Grande do Sul e em 1996 para o Uruguai onde administrou uma estância rural, próximo de Punta del Leste. Em 2001 voltou para São Paulo, onde vive até hoje e hoje, e os filhos: Stella, Maria e Pedro já estão formados.

Depois de pilotar Renault, Berlineta, DKW, Alfa Romeo, BMW; protótipos AC, Trueno Spirit, Fúria e  Avallone; fórmulas Vê, Ford, e 2, March, Lola e seus bonitos Opalas, Pedro Victor De Lamare foi merecidamente homenageado em 2006, ao receber do presidente da CBA, Paulo Scaglione, o Prêmio "Piloto Benemérito", que consistia em credenciar personalidades de destaques do automobilismo brasileiro

  
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