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Página acrescentada em 04 de dezembro de 2025.
 

Antônio Castro Prado (Antônio de Castro Prado Neto)

Nascimento:  24/07/1948  -  Falecimento:  03/10/1981

1980

Antônio de Castro Prado Neto nasceu em São Paulo em 24 de junho de 1948. Filho único de Plínio de Castro Prado e Daisy Whitaker de Castro Prado, era o herdeiro de uma rica e aristocrática família paulista. Seu avô, que lhe deu o nome, era industrial e também fez fortuna durante o auge das plantações de café no Brasil, no final do século XIX e início do século XX.
Ainda criança, Castro Prado mudou-se para Ribeirão Preto, uma próspera cidade a cerca de 290 quilômetros de São Paulo, onde seu pai possuía uma grande fazenda.

Castro Prado foi preparado para administrar os negócios agrícolas da família. Dividia seu tempo entre duas atividades: aprender o ofício e cultivar sua verdadeira paixão: carros e motocicletas, assuntos pelos quais demonstrou grande interesse desde cedo. Sua infância foi confortável e ativa, mas ele sofreu com a perda inesperada do pai aos doze anos, em junho de 1961.
Isso fez com que Castro Prado herdasse uma grande quantia, e ele começou a sair de casa às escondidas para participar de rachas com outros jovens, e um deles, Paulo Gomes, se tornaria um amigo próximo e influenciador pelo resto da vida.

Tendo adquirido experiência nas largas estradas de Ribeirão Preto e arredores, Castro Prado decidiu embarcar em uma carreira no automobilismo. Embora sua mãe fosse contra esses planos. A herança da família significava que ele não enfrentaria dificuldades financeiras para competir. Aliás, Castro Prado costumava dizer que seu maior problema não era dinheiro, mas sim os cerca de 300 quilômetros entre sua fazenda e Interlagos, o circuito mais próximo. Portanto, entre 1968 (não há registros dessa época), quando estreou no esporte, aos vinte anos, e 1971, Castro Prado não competiu mais do que quatro ou cinco vezes por temporada.
Por volta dessa época, a namorada de Castro Prado, Dulce Barioni, engravidou. Os dois se casaram e, em novembro de 1970, nasceu uma filha, Daisy.

1972 - Alfa GTA -Circuito do Mineirão

Em 1972, Castro Prado percebeu que teria mais chances de alcançar resultados melhores se associando a uma equipe já estabelecida, em vez de administrar a sua própria. Graças a uma conexão iniciada por Gomes, Prado foi contratado pela Equipe Jolly para pilotar um Alta Romeo GTA 1600 em corridas de turismo. Tratava-se de um esquema verdadeiramente profissional, no qual Castro Prado era pago para pilotar, em vez de ter que trazer dinheiro para competir, mas durou pouco a parceria.

Castro Prado e Marcus Zampoi

Ele se saiu bem na Jolly; seu talento foi notado pela primeira vez no Festival de Roncos, uma série de corridas realizada em Interlagos em 30 de abril de 1972. O fato de o Alfa ser realmente um bom carro não ajudou Castro Prado na qualificação: as posições de largada foram determinadas por sorteio, e ele teve o azar de ficar com a última vaga no grid de largada. Isso, porém, não o desanimou. Castro Prado usou as primeiras voltas da corrida para se familiarizar com o Alfa e, em seguida, começou a ultrapassar um competidor após o outro. Na oitava volta, ele ultrapassou o FNM 2150 de José Pedro Chateaubriand e, pouco depois alcançou Cyro Cayres, o piloto mais experiente que participava da corrida. Para surpresa de Cayres, Prado não esperou pela curva interna estreita para aproveitar ao máximo seu Alfa; em vez disso, Castro Prado ultrapassou o Opala de Cayres com uma manobra ousada na entrada da veloz Curva do Sol.

No ano seguinte (73), Castro Prado competiu no Campeonato Brasileiro da Divisão 3 com um Chevrolet Opala, obtendo um notável segundo lugar na classificação final. Seu nome começou a circular como um dos jovens pilotos brasileiros mais promissores e, no início de 1974, foi convidado pelo experiente Luiz Antônio Grecco para ser um de seus pilotos na Equipe Bino, uma das equipes de maior sucesso da época. Prado aceitou a oferta de Grecco e vendeu seu Opala para Reynaldo Campello, que o utilizou no Campeonato da Divisão 3 com sua equipe Itacolomy.

1973 - Chico Landi e Castro Prado 1973 - Maverick
Castro Prado/Chico Landi e Luiz Landi

Foi seu conterrâneo Paulo Gomes que o incentivou quando o Ford Maverick estava sendo lançado, Castro Prado correu fazendo dupla com ninguém menos que Chico Landi, que tinha então 66 anos. Chegaram em terceiro na prova "25 Horas de Interlagos" de 1973.

1974 - Avallone/Ford

Grecco colocou Castro Prado e Paulo Gomes para correrem juntos em um programa duplo: com um Ford Maverick GT no Campeonato Brasileiro do Grupo I (carros de turismo) e com um Avallone/Ford no Campeonato Brasileiro da Divisão 4 (carros esportes). Os dois ribeirão-pretanos não decepcionaram, obtendo uma série de resultados impressionantes, incluindo uma vitória nos 1000 km de Brasília. Ao final da temporada de 1974 os jovens conquistariam o título do Grupo I e também vice-campeonato da Divisão 4.

1975 - Monza - March 74S/Ford

Castro Prado correu na Europa em 1975, inicialmente fazendo dupla com Pedro Victor De Lamare em um March 74S Ford, depois, solo ou com outros parceiros, com um March-BMW de Fórmula 2, mas atendendo o pedidos, especialmente de sua mãe, D. Daisy, voltou ao Brasil para ficar, mas continuou no automobilismo, correndo de Fórmula Super Vê e depois Fórmula 2 sul-americana. Nessas duas categorias se destacou, vencendo diversas provas.

Nesse tempo ele morava numa confortável casa na sua fazenda em Valinhos, que transformou em base operacional dos carros de corrida. Seu preparador era o famoso Anésio Hernandes.
 

1977 - Cascavel, seguido por Pedro Muffato e
Ronaldo Ely na Fórmula VW 1600

1978 - Prado preparando-se para a etapa final do Brasileiro

1980 - Treinando como Stock Car nº 8 em Interlagos

No dia 3 de outubro de 1981, um sábado, ao final da sessão de qualificação no Autódromo de Guaporé (RS), a equipe de manutenção da pista colocou um pesado tronco de eucalipto apoiado em blocos de concreto para fechar o pit lane. Castro Prado, chamado de "Pradinho" pelos amigos, saiu para almoçar com sua equipe e depois quis experimentar o carro apenas na reta para ver se a vibração havia acabado. De bermudas mesmo, colocou o capacete e saiu para pegar a pista pela rampa normal de saída. Não viu que a saída estava fechada por uma tora de eucalipto e seus mecânicos, entre eles o Anésio, ainda gritaram para avisá-lo que deveria seguir pelo box na contramão e pegar a pista pela entrada de boxes, mas ele não ouviu, acelerou e bateu na tora com a queixeira do capacete integral, esmagando a cabeça. Já morto, com toda certeza, seu corpo continuou como estava, ou seja, acelerando o F-2, que entrou na pista e a cruzou batendo no guardrail do outro lado.
Antôno de Castro Prado Neto estava morto. Tinha só 33 anos. Grande piloto! Pilotava totalmente à vontade, andar num carro de corrida era uma

coisa natural para ele.

1981 - Carro Polar com que se acidentou 1981 - Maverick socorrendo e esposa correndo desesperada Castro Prado

Com o coração pesado, as equipes imediatamente interromperam as atividades e retornaram ao Hotel Topo Gigio, onde os competidores estavam hospedados. Um choque para toda a comunidade do automobilismo.

As corridas continuaram conforme o planejado, mas, em respeito a Castro Prado, todas as comemorações foram canceladas. Na manhã de domingo, foi celebrada uma missa em sua memória na Igreja Matriz de Santo Antônio; todos os pilotos e equipes estiveram presentes e, em seguida, seguiram juntos para o autódromo, nos arredores da pequena cidade. Um minuto de silêncio foi observado antes do início da primeira bateria, às 11h. A frenética atividade típica do automobilismo foi então retomada – com exceção do box 17, ocupado pela equipe de Castro Prado, cujos mecânicos partiram para São Paulo nas primeiras horas daquela manhã chuvosa.

Antônio de Castro Prado Neto foi sepultado no Cemitério Bom Pastor, em Ribeirão Preto. Ele deixou mãe, esposa e filha. Infelizmente, as duas faleceram ainda jovens, Dulce aos 34 anos e Daisy aos 26.

"Pradinho", um dos pilotos brasileiros mais populares da época, havia conquistado, com um número recorde de vitórias, o Campeonato Brasileiro de Super Ve no ano anterior (80).
No ano 2000, um moderno kartódromo foi inaugurado na cidade natal de Castro Prado, Ribeirão Preto, e no ano seguinte a pista foi renomeada em sua homenagem. Além disso, uma praça no bairro Jardim Palma Travassos, em Ribeirão Preto, e uma rua no Jardim Alto da Colina, em Vinhedo, São Paulo, também levam seu nome.
 

TABELA DE PARTICIPAÇÕES E RESULTADOS  (Colaboração de Ricardo Cunha)

Data

Prova

Carro

Classificação

23/03/1969 Prova Pres Artur da Costa e Silva - Pinhais (PR) VW Seda 84 5º lugar
20/04/1969 V Mil Quilômetros de Brasilia (DF) - Eixo Monumental - c/Renato Correa VW Sedan 84 AB
29/06/1969 IV 3 Horas da Guanabara - Jacarepaguá (RJ) VW Sedan 84 INSCR.
23 e 24/05/1970 IV 24 Horas de Interlagos (SP) - c/Afonso Claudio Tarlá Ford Corcel 65 20º lugar
28/10/1970 Prova Manoel dos Reis - Goiânia (GO) BMW 2000 TI 84 7º lugar
08/08/1971 Prova Henrique Santilo - Anápolis (GO) VW Sedan 2000 87 7º lugar
30/04/1972 Festival do Ronco - Interlagos (SP) Alfa Romeo GTA 93 1º lugar
20/08/1972 200 Quilômetros Brasileiros - Circuito Mineirão (MG) Alfa Romeo GTA 93 3º lugar
19/05/1973 1ª do Camp. Brasileiro Div.3 - Tarumã (RS) c/Leopoldo Abi Eçab Opala 122 27º lugar
03/06/1973 2ª Etapa do Brasileiro de Brasileiro Div 3 - Pinhais (PR) Opala 122 8º lugar
22/07/1973 3ª Etapa do Brasileiro de Brasileiro Div 3 - Interlagos (SP) Opala 122 2º lugar
29/07/1973 4ª Etapa do Brasileiro de Brasileiro Div 3 - Cascavel (PR) Opala 122 7º lugar
05/08/1973 5ª Etapa do Brasileiro de Brasileiro Div 3 - Interlagos (SP) Opala 122 Não participou
25 e 26/08/1973 I 25 Horas de Interlagos (SP) - c/Chico Landi e Luiz Landi Maverick 5 3º lugar
09/09/1973 XIV 500 Quilômetros de Interlagos (SP) - c/Luiz Landi Maverick 4 4º lugar
30/09/1973 6 Horas de Tarumã (RS) - c/Luiz Landi Maverick 44 4º lugar
21/10/1973 Camp. Paulista de Turismo Div 3 - Interlagos (SP) Opala 122 AB
08 e 09/12/1973 XI Mil Milhas Brasileiras - Interlagos (SP) - c/Antônio Cláudio Tarlá Opala 45 43º lugar
16/12/1973 6ª Etapa Camp. Paulista de Turismo Div 3 - Interlagos (SP) Opala 45 2º lugar
30 e 31/03/1974 VII Mil Quilômetros de Brasília (DF) - Autódromo - c/Paulo Gomes Maverick 4 1º lugar
25 e 26/05/1974 II 25 Horas de Interlagos (SP) - c/Paulo Gomes e Paulo Martinelli Maverick 2 AB
27/07/1974 Inauguração Autódromo de Goiânia (GO) Avallone/Ford 6 1º lugar
28/07/1974 I 12 Horas de Goiânia (GO) - c/Paulo Gomes Maverick 1 2º lugar
31/08/1974 2ª Etapa do Camp. Paulista - Sport Div 4 - Interlagos (SP) Avallone/Ford 22 1º lugar
29/09/1974 IV Mil Quilômetros de Brands Hatch (ING) c/Pedro Victor De Lamare March 74S Ford 38 AB
06/10/1974 6 Horas de Tarumã (RS) - c/Paulo Gomes Maverick 12 1º lugar
23/03/1975 Mil Quilômetros de Mugello (ITA) - c/Pedro Victor De Lamare Lola T294 Ford 25 AB
06/04/1975 800 Quilômetros de Dijon (FRA) - c/Pedro Victor De Lamare Lola T292 Ford 21 21º lugar
20/04/1975 XI Mil Quilômetros de Monza (ITA) - c/Colin Andrews March 75S Ford 39 AB
04/05/1975 X Mil Quilômetros de Spa-Francorchamps (FRA) - c/Roy Johnson March 75S Ford 31 AB
01/06/1975 XXIII Mil Quilômetros de Nurburgring (ALE) - c/Nicha Cabral March 75S Ford 24 AB
22/06/1975 1ª Etapa Camp. Europeu de Sport 2L - Brands Hatch (ING) March 75S Ford 29 5º lugar
03/08/1975 11ª Etapa Camp. Europeu de F2 - Silverstone (ING) March 732 BMW 24 15º lugar
14/09/1975 12ª Etapa Camp. Europeu de F2 - Zolder (BEL) March 732 BMW 21 9º lugar
29/09/7975 13ª Etapa Camp. Europeu de F2 - Nogaro (FRA) March 732 BMW 28 NQ
04/12/1977 Prova dos Campeões - Jacarepaguá (RJ) - Formula VW 1600 Polar 22 5º lugar
26/05/1978 4ª Etapa Camp. B5asileiro Formula VW 1600 - Brasilia (DF) Polar 8 1º lugar
23/07/1978 5ª Etapa Camp. Brasileiro Formula VW 1600 - Jacarepaguá (RJ) Polar 8 1º lugar
21/10/1979 Camp. Brasileiro de Formula VW 1600 - Cascavel (PR) Polar 8 1] lugar
23/07/1978 5ª Etapa do Camp. Brasileiro de Formula VW 1600 - Jacarepaguá (RJ) Polar 8 1] lugar
10/09/1978 7ª Etapa do Camp. Brasileiro de Formula VW 1600 - Tarumã (RS) Polar 8 6º lugar
23/08/1981 5ª Etapa do Camp. Brasileiro de Formula VW 1600 - Cascavel (PR) Polar 8 1º luag
         
  Faltam provas de 1980 e 81.      
         
03/10/1981  Acidente fatal no treino da prova de F2 do dia seguinte, em Guaporé (RS)    

 


 

  
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