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Federação
Paulista de Automobilismo (FPA) - A História
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Até
o final dos anos 50 o automobilismo brasileiro vivia uma situação
anômala, pois o ditador Getulio Vargas, sim ele já havia instituído
em 1937 através de um golpe, o “Estado Novo”, regime totalitário
de inspiração fascista, nada democrático, pois bem, ele baixou
em 1941 o Decreto-Lei 3199/41 que organizava o esporte pelo
sistema de confederações, sendo que o automobilismo ficou como
uma exceção, o “mando” ficou, ou melhor, continuou com o
A.C.B. que desde sua fundação em 1907 geria o automobilismo e
era desde 1927 filiado à F.I.A. e seu representante nas terras
tupiniquins. Mas pelo decreto de Getulio três clubes podiam
fundar uma federação e três federações uma confederação.
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- Havia
muita gente contra o monopólio do A.C.B., em Brasília Ramon
Buggenhout, ex- funcionário do A.C.B. por muitos anos, e
declaradamente um desafeto do Gen. Santa Rosa fundou o Automóvel
Clube de Brasília, passando depois a visitar diversos estados, e
convencendo os de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Minas Gerais e Paraná a fundarem suas federações.
Em São Paulo Eloy Gogliano, presidente do Centauro Motor Clube, e
Wilson Fittipaldi, eram confederacionistas, e no dia 14 de julho
de 1961 foi realizado nas dependências do Centauro, à Av. São
João, 1151, uma assembléia que foi presidida por Claudio Daniel
Rodrigues, do Auto Sport Clube, onde foi proposta, votada e
aprovada a fundação da tão desejada Federação Paulista de
Automobilismo (F.P.A.), foi também aprovado o estatuto elaborado por
Renato Lima Pedreira, do Automóvel Clube Piratininga, além de
também elegerem a primeira diretoria, que tinha Paulo Machado de Carvalho
Filho como presidente e Eloy Gogliano como vice. A recém fundada
federação tinha sua sede no mesmo endereço do Centauro.
Estiveram
presentes na reunião de fundação: Eloy Gogliano, do Centauro
Motor Clube, Fernando Palmério, do Automóvel Clube do Estado de
São Paulo, Renato Lima Pedreira, do Automóvel Clube Piratininga,
Antônio Carlos Avallone, do Automóvel Clube de Jundiaí e,
ainda, Aloísio Assumpção Fagundes, Roberto Oliveira Rocha,
Alfredo Ferreira da Costa, Wilson Fittipaldi, Mário Macedo Júnior,
Paulo
Machado de Carvalho Filho, José Brescia, José C. Martinez,
Caio Marcondes Ferreira, Araguay Vieira Ribeiro, Gilberto Muniz, Agnaldo
de Araújo Góes Filho e Ramon
Buggenhout, de Brasília, que foi o incentivador.
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Eloy
Gogliano (1963) |
- Paulo
Machado eleito em julho pediu afastamento em agosto, assumindo seu vice,
Eloy, que cumpriu o mandato até o final, tendo
participado juntamente com Automóvel Clube de Brasília, Federação
Carioca de Automobilismo, Federação Gaúcha de Automobilismo,
Federação Mineira de Automobilismo, Federação Paranaense de
Automobilismo e Automóvel Clube de Blumenau, da fundação da Confederação
Brasileira de Automobilismo (C.B.A.) em 7 de setembro de 1961
em Brasília, a nova capital federal, por influencia de Ramon
Buggenhout, o grande articulador da criação da Confederação.
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Wilson
Fittipaldi (1957) |
- Aí
começou a disputa pelo “mando” no automobilismo, de um lado o
A.C.B. representado em São Paulo pelo Automóvel Clube Estadual
de São Paulo, de outro a C.B.A. representada em São Paulo pela
F.P.A., que em novembro de 1963 mudou sua sede para o Departamento
de Educação Física do Estado. Nesse mesmo ano (63) foi eleito
presidente Wilson Fittipaldi tendo Eloy como vice. Depois eles foram
reeleitos em 1965, mas Fittipaldi pediu afastamento por motivos de
saúde nesse mesmo ano, assumindo Eloy, que em 1966 levou a F.P.A.
para seu novo endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 119, no bairro de
Pinheiros.
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Marazzi
(1966) |
- Como
nos anos 60 estava acontecendo uma grande popularização do
esporte atraindo muitos jovens para as pistas, o jornalista,
engenheiro e piloto, Expedito Marazzi montou em 1966 nas dependências
da Federação um curso de pilotagem para melhorar o nível e a
segurança das corridas, o “Curso Marazzi de Pilotagem”. Por
esse curso passaram diversos nomes que se consagraram no
automobilismo.
Em 1967 Wilson Fittipaldi reassumiu e foram realizadas eleições
onde foram eleitos: Mário Amato como presidente e Antônio Sílvio
da Cunha Bueno como vice. Nesse ano o prefeito Faria Lima
autorizou amplas reformas no Autódromo de Interlagos, entre
outubro e novembro foi feito todo o recapeamento da pista
permitindo a realização da “IX Mil Milhas Brasileiras” em
dezembro, prova que teve a vitória de Luis
Pereira Bueno em dupla com Luiz Fernando Terra Smith,
depois Interlagos fechou para a tão desejada reforma.
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Mario
Amato (1967) |
- Em
1969, foi reeleito Mário Amato, mas tendo como vice Mário Glauco
Pati, nesse ano ainda a Federação mudou sua sede para a Rua
Arruda Alvim, no mesmo bairro de Pinheiros.
Em março de 1970 houve a reabertura do Autódromo de Interlagos
com a realização da prova final do Torneio Internacional BUA de
Fórmula Ford, vencido por Emerson
Fittipaldi. Foi nesse ano que a Federação adquiriu sua sede
própria à Rua Luiz Góes, 718, na Vila Mariana, onde está até
hoje.
Mas o principal acontecimento de 1970 foi a tão esperada pacificação
entre o A.C.B. e a C.B.A. Um acordo verbal foi acordado entre os
presidentes da C.B.A., Mauro Salles e do A.C.B., Gal. Silvio Américo
de Santa Rosa, acordo esse reclamado desde 1962 pelo C.N.D.
presidido pelo Gal. Eloi Menezes.
“Até 1962 o Automóvel
Clube do Brasil era reconhecido oficialmente como a “entidade
dirigente do automobilismo brasileiro em todos os seus
aspectos”. Tal fato foi considerado uma anomalia perante a
legislação esportiva brasileira, Decreto-Lei 3199 de 14 de abril
de 1941, que estabelece as bases de organização dos esportes em
todo o País, determinando que todas as modalidades esportivas
sejam dirigidas por Confederações Nacionais...” (Folha de
São Paulo - 13/05/1970).
Esse acordo foi assinado em 26 de maio de 1970 por Mário Amato
representando o presidente da C.B.A. Mauro Salles que por razões
profissionais estava nos EUA e pelo presidente do A.C.B., Gal.
Silvio Américo de Santa Rosa. Com esse acordo a filiação
esportiva junto à F.I.A. passava à C.B.A. ficando os assuntos
relativos à circulação internacional de veículos de turismo
com o A.C.B., uma vez que, por decisão judicial, o mando nas
corridas nacionais já era da C.B.A. desde 1965.
Nas eleições de 1971 foi eleito Evânio Leme Nunes Galvão e Mário
Cintra Gordinho Filho como vice, até 1973 quando o presidente
eleito foi Reinaldo Giannattazzio da Motta tendo Luciano Falzoni
como vice, mas uma falha na publicação do edital de convocação da
Assembléia, que não incluiu o Automóvel Clube de
Sorocaba apesar de estar com seu alvará em dia, levou a C.B.A. a
nomear um interventor: Ângelo Yannes Mendes Correa. E em novembro
daquele ano foi realizada nova eleição onde foram eleitos: Wadih
Helou e Ângelo Yannes Mendes Correa como vice.
Em 1975 os eleitos foram Rubens Carpinelli e Camillo
Christofaro como vice, Carpinelli foi reeleito em 1977, mas
dessa vez tendo Orlando Casanova como vice.
Nas eleições de 1980 e 1983 Orlando Casanova foi eleito
presidente, tendo como vice Marco Antonio Lellis em 80 e Jair
Santiago em 83. Foi no segundo mandato de Orlando que a Federação
Paulista de Automobilismo passou a se chamar Federação
de Automobilismo de São Paulo (F.A.S.P.), isso ocorreu em 22
de junho de 1984.
Como candidatos de oposição, Marcos Augusto Corsini e Luiz Evandro
Pimenta de Campos (Águia) foram eleitos em 1986, sendo que
Corsini foi reeleito em 1989 tendo como vice Carlos Roberto
Montagner, mas em 1990 o presidente renunciou e em novas eleições
foi eleito novamente Rubens Carpinelli que cumpriu um mandato tampão
até 92. Foi reeleito em nova eleição em 1992 e nos dois teve
como vice Orlando Casanova. Nas eleições de 1996 e 2000 foi
reeleito tendo como vice Paulo Enéas Scaglione que em 2001
assumiu a presidência da C.B.A. sendo substituído na vice-presidência
por Élcio de São Thiago.
Em 2004 e novamente em 2009 Rubens Carpinelli foi reeleito tendo
José Aloizio Cardoso Bastos como vice, cargo que ocuparão até
2013 quando ocorrerão novas eleições.
Carpinelli trouxe estabilidade à F.P.A., mas não modernidade, a
entidade ainda funciona nos moldes dos anos 70, muito realizou
nesses anos todos de presidência, mas a comunidade automobilística
paulista merecia uma Federação mais atuante, mais moderna e ágil.
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Sede
da FASP desde 1970: Rua Luiz Góes, 718 na Vila Mariana |
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Fontes:
Site: http://faspnet.com.br/historia.php
Revista da FASP numero 1 de julho/agosto de 2009
Jornal Folha de São Paulo, edições da época
Revista Quatro Rodas, edições da época
Acrescentada dia 1 de março de 2012
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