O Automóvel Clube do Brasil foi fundado em
1907 com o objetivo de despertar o interesse pelo automóvel entre
os brasileiros, a meta principal do clube era dar orientação aos
proprietários dos veículos que chegavam ao Brasil.
Existiam cerca de 30 veículos em circulação na cidade, o que já
causava um pouco de confusão.
A diretoria do A.C.B. na fundação foi: Eng. Dr. Aarão Leal de
Carvalho Reis, presidente, e Dr. Marciano Aguiar Moreira,
vice-presidente.
A primeira corrida oficial no Brasil
foi o "Circuito de Itapecerica", em São Paulo (SP) no dia 26 de julho de 1908
e a segunda
corrida oficial no Brasil foi o "Circuito
de São Gonçalo" (RJ), realizado
em 19 de setembro de 1909. A idéia era realizar a corrida
no Alto da Boa Vista, mas o prefeito Souza Aguiar proibiu sua realização na cidade, levando o
Automóvel Clube do Brasil a transferi-la para o município
vizinho.
A
imagem é de uma das primeiras provas oficiais no RJ, realizada em 1925
e
promovida por ocasião da 1ª Exposição Automobilística do Rio de
Janeiro, mas não há referência alguma a que tipo de prova era.
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Foto de uma das
diversas competições de automóveis que aconteceram na 1ª
Exposição Automobilística do Rio de Janeiro utilizando-se os
fundos da antiga área da Expo de 1922, mas em 1925,
praticamente concluído o processo de aterro no trecho do
Calabouço até a Rio Branco.
No canto esquerdo da imagem vemos os fundos de diversos
pavilhões, notadamente o de Portugal, ou seja praticamente
no leito da Av. Beira Mar e os pavilhões no leito da Av.
Pres. Wilson.
Fonte:
www.rioquepassou.com.br
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Rio
de Janeiro foi palco de diversas provas automobilísticas, em sua
maioria provas de Quilômetro de arrancada, Quilômetro lançado e
Subidas de Montanha,
em 1924 teve uma prova na Gávea (praia de
Ipanema, av. Niemeyer e Estrada da Gávea), em 1932 a primeira
prova de Subida de Montanha. Provas de circuito eram poucas e
raras, até que em 1933 foi realizado o "I Grande Premio Cidade
do Rio de Janeiro" na Gávea, mas mesmo assim as Subidas e os Quilômetros
eram as mais realizadas por serem mais fáceis de organizar, faltavam locais adequados para as corridas.
Desde 1926 o A.C.B. era filiado e representava a FIA no Brasil,
era o mandante exclusivo das competições automobilísticas no
país.
Na
primeira metade do século XX o Circuito da Gávea foi um evento
automobilístico de grande expressão no Brasil e relevância
internacional. Este circuito aconteceu de 1933 até 1954, com pequeno intervalo entre os anos de 1942 a 1946 devido a Segunda
Guerra. O circuito era de grande importância, toda a cidade
via-se envolvida com o acontecimento que chegava a atrair 250
mil espectadores para assistir pilotos em suas máquinas correndo
pelas ruas dos bairros da Gávea e do Leblon, na Zona Sul da
cidade. (clique e veja filme
da corrida de 1934)
Devido a posição de destaque que atingiu no calendário
automobilístico a corrida da Gávea manteve o Rio de Janeiro
como centro do automobilismo no país por décadas. Nos anos 40 foi construído o Autódromo de
Interlagos em São Paulo, que mesmo se constituindo como local
adequado para a prática do automobilismo suas corridas não
conseguiam fazer sucesso igual ao do Circuito da Gávea.
O esporte, no Rio de Janeiro, não se desenvolvia e a perda de
prestígio agravada pelas corridas em locais cada vez mais
impróprios mostrava que cada vez se tornava mais difícil
realizar provas em ruas devido ao aumento do numero de carros
e do tráfego, e com o aumento da população os protestos contra a interdição das vias
aumentavam.
Pistas fechadas (autódromo) seriam a solução. Em 1950 começaram a
aparecer as primeiras notícias da construção de um autódromo,
antigo desejo de piloto e aficionados.
Recebi recortes dos jornais:
“A Noite”, “A Manhã” e “Correio da Manhã”, de 1950 e do
Rio de Janeiro, sobre os planos de construção de um autódromo em Deodoro em
1951.
Segundo eles, o Cel. Sylvio Américo Santa Rosa, que na época era
do C.N.D. (Conselho Nacional de Desportos), que corresponde hoje
à Secretaria Nacional de Esportes de Alto Rendimento, do
Ministério dos Esportes, e vice-presidente do A.C.B., anunciou
durante um almoço de confraternização a construção em 1951 de um
autódromo no bairro de Deodoro, na cidade do Rio de Janeiro.
Para vocês verem com essa história de Deodoro é velha!
Nada
aconteceu! Mas passados uns anos o assunto do autódromo voltou
a ser cogitado.
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Jornal A
Manhã (RJ) 1950 - Acervo Napoleão Ribeiro |
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Ao lado,
Jornal A Noite(RJ) 1950 - Acervo Napoleão Ribeiro
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Texto no "O Globo Sportivo" de 1951 com algumas
considerações sobre o assunto |
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1953
- Foi
João Ruiz Parkinson,
membro do Conselho Deliberativo e presidente da Comissão
Desportiva, que com sua formação de contador e experiência
como corretor imobiliário, idealizou e organizou a Vila
Automóvel Clube em uma área que o A.C.B. comprou ao redor da
que o presidente do A.C.B., Gal. Sylvio Américo de Santa
Rosa conseguiu por doação de Adriano Mauricio de Almeida, em
Adrianópolis, região de Nova Iguaçu, para a construção de
um Autódromo, antiga aspiração do clube.
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Jornal dos
Sports (RJ) 1953 |
Ultima Hora
(RJ) 1953 |
Flan O
Jornal da Semana 1953 |
O "GP
Cidade do Rio de Janeiro", tradicionalmente realizado na Gávea,
enfrentava dificuldades para ser realizado pois os dirigentes do A.C.B. solicitaram
ao prefeito Negrão de Lima
locais para realização da prova no final do ano que contaria
com a presença de pilotos internacionais. A Quinta da Boa Vista
e a Praia de Botafogo, foram vetados. A
primeira por se tratar de um parque de uso público em
vias de restauração, a segunda por ser uma artéria de ligação
com grande tráfego que não podia ser fechada ao público. A prova
acabou acontecendo em janeiro de 1954 na Gávea mesmo.
Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já eram metrópoles,
tornando a realização de corridas de automóveis pelas ruas em um
evento perigoso e inadequado às novas necessidades e aspirações
da população, além da complexidade de sua organização.
De 1954, última corrida na Gávea, até1966,
inauguração do autódromo de Jacarepaguá, as corridas passaram a
ocupar diferentes locais da cidade. Distantes dos centros
urbanos os: Circuito da Barra da Tijuca, da Ilha do Fundão ou
Cidade Universitária e Subida da Estrada de Furnas, passaram a
ser os locais escolhidos para as corridas pois impactavam menos
a rotina da população. Outras localidades, como a região do
estádio do Maracanã e o Aterro da Glória também eram utilizados
como locais de corridas.
1954
- O
projeto do “Autódromo de Adrianópolis”, publicado em uma revista
de outubro de 1954, era um alento para os automobilistas depois
do fim do Circuito da Gávea e das precariedades das corridas na
região do Maracanã. O plano era construir o Autódromo, um clube
de campo para os associados e a Vila Automóvel Clube para ser
loteada, vendida e assim financiar as obras do autódromo.
Recebida a doação do terreno começou o trabalho coordenado por
João R. Parkinson, que consistia em abrir as ruas do
loteamento, providenciar o melhoramento das estradas de acesso
e as pistas do autódromo propriamente dito.
Anunciava-se que o autódromo teria nove pistas diferentes,
restaurantes, boas arquibancadas e estacionamento, além de um
Clube de Campo.
Era a esperança para mudar o rumo do automobilismo carioca.
Em 17
de setembro de 1954 foi lançada a
pedra fundamental da Vila Automóvel Clube em uma cerimônia que contou também com a inauguração de
um trecho da estrada que ligaria a Rodovia Presidente Dutra com
a vila pelo então governador, Alm. Ernani do Amaral Peixoto, na
presença de inúmeras autoridades do governo, jornalistas, toda a
diretoria do A.C.B. e pilotos. Foi servido um almoço à comitiva.
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A Luta
Democratica (RJ) 17/09/1954 |
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Jornal do
Brasil (RJ) 17/09/1954 |
Jornal dos
Sports (RJ) 18/09/1954 |
O entusiasmo era grande com o autódromo, já se cogitava
inclusive realizar em dezembro um rallye partindo da sede do A.C.B.
até o Autódromo, com direito a churrasco, uma volta na pista e
sorteio de um lote na Vila Automóvel Clube.
Dizia-se que pilotos
uruguaios estariam interessados em participar. Mas a corrida não
se realizou e foi transferida para janeiro
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Ultima Hora
(RJ) 20/11/1954 |
O Jornal
(RJ) 02/12/1954 |
Jornal dos
Sports (RJ) 08/12/1954 |
1955
- Nas eleições do A.C.B. o Cel Sylvio Américo de Santa Rosa foi
reeleito, e, entre outras mudanças convidou Segadas Viana para
substituir João R. Parkinson na presidência do Departamento
Esportivo, que assim ficava livre para tocar as obras do
autódromo:
“...
vamos realizar, assim, o antigo sonho do presidente, cel. Santa
Rosa, desde os tempos em que era presidente da Comissão
Desportiva. Num terreno avaliado em 50 milhões de cruzeiros que
nos foi doado pelo conselheiro Adriano Mauricio de Almeida
estamos construindo a Vila Automóvel Clube e o autódromo, sem
qualquer subvenção oficial, apenas com recursos provenientes da
venda de áreas.”
- O
Jornal - RJ (23/03/1955)
O rallye foi transferido para janeiro de 1955, e novamente não
foi realizado, ficando sem previsão para ser realizado. Ficou só
na a intenção.
O ano passava, os problemas persistiram, e o autódromo não
tinha suas obras bem explicadas. Mas para Parkinson ia tudo bem:
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O Jornal
(RJ) 07/01/1955
João R. Parkinson assume exclusivamente a
administração das obras da Vila Automóvel Clube
e do Autódromo de Adrianópolis. |
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Entrevista
com João R. Parkinson sobre o Autódromo no Diário da
Noite (RJ) 10/02/1955 |
A
Imprensa sempre se referia às obras com adjetivos elogiosos,
talvez seguindo os releases passados pelo Automóvel Clube e não
por observações "in-loco". Só que as obras pareciam não avançar.
Alguns jornalistas até começaram a questionar e a fazer chacota.
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A Luta
Democratica (RJ) 20/02/1955 |
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O Jornal
(RJ) 23/03/1955 |
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Jornal do
Brasil (RJ) 29/10/1955 |
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Correio da
Manhã (RJ) 09/12/1954 |
Jornal dos
Sports (RJ) 19/06/1955 |
Em meados de 55 foi organizada uma
caravana para uma visita "in-loco" para que jornalistas e pilotos
pudessem acompanhar o avanço das obras. Até então não se tinha
noção da grandeza da obra ali realizada. Partindo de um terreno
montanhoso e coberto de matas, para criar-se a Vila Automóvel
Clube foi preciso abrir-se as ruas e demarcar-se os lotes,
criando assim o loteamento. Depois preparou-se a área do Clube
de Campo e o autódromo. A venda dos lotes não revertia toda para
as obras do autódromo, parte ia para o proprietário, parte para
o Automóvel Clube e parte para as obras do autódromo.
"A caravana petropolitana ficou entusiasmada com o que já está
feito e nós conseguimos verificar que uma pequena cidade se
ergue em torno do Autódromo, graças, em grande parte, ao
governador Miguel Couto Filho, que isentou de impostos, durante
o período de dez anos, as industrias que se instalarem no local.
Resultado: as áreas a elas destinadas já estão todas tomadas.
Trabalha-se sem cessar e o Autódromo vai surgindo aos poucos. Já
há uma pista que, com poucos meses mais, estará inteiramente
pronta..."
- Diário da Noite (RJ) - 21/06/1955
Parkinson dizia que de tão adiantadas iam as obras iria realizar
ainda em 1955 provas no autódromo (em terra), e sua
inauguração oficial com a pista pavimentada, seria em 1957com uma prova de nível internacional. Para custear a pavimentação da pista ao Automóvel Clube
iria lançar, só dependia de aprovação dos órgãos competentes, uma campanha
chamada "Lajeota". A mesma campanha
seria
aproveitada para dar ao povo o direito de votar e escolher um
nome para o Autódromo.
Não consegui informações se a campanha foi aprovada e lançada, e
se foi, qual seu resultado.
Em junho Parkinson foi à São Paulo mostrar aos paulistas os
planos e projetos do Autódromo de Adrianópolis:
"Esteve em São Paulo o sr. João Parkinson, ex-presidente da
Comissão Nacional de Automobilismo, idealizador e administrador
Geral do Autódromo de Adrianópolis..."
-
Diário Popular (SP) - 21/06/1955
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O Jornal
(RJ) 19/05/1955 |
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Diário
Popular (SP) 21/06/1955 |
1956
- A realização da corrida "Mil Milhas Brasileiras" no Autódromo
de Interlagos (SP), substituiu o Circuito da Gávea como a maior
corrida do calendário nacional, embora não tivesse a mesma
importância, afinal não era uma prova internacional e era de uma
categoria regional das Américas.
Foi conseguido junto ao governador Miguel Couto Filho a isenção
de Impostos de transmissão de propriedade inter-vivos para a
área doada ao Automóvel Clube, notícia divulgada como sendo de grande ajuda.
Parkinson promovia vez ou outra churrascos no Autódromo e abria
visitação todo final de semana, mas a frequência era pequena,
faltavam
principalmente os pilotos.
As comemorações do 49º aniversário do A.C.B. foram iniciadas pelo clube com uma festa no Autódromo, ainda
em 1955, e encerradas em 1956 com mais um evento na área das
obras do Autódromo, dessa vez com a
pista já aberta e franqueada à quem quisesse experimentar.
Parkinson continuava espalhando esperanças, pela foto abaixo
publicadas na revista "Carro a Vista" pode-se ver que a pista
ainda estava "crua":
"Temos
pouca gente trabalhando e numero relativamente irrisório de
operários. Mas vamos indo a passo
firme... o empréstimo das máquinas que nos foram prometidas pelo
governador...possibilitar a realização de sensacional prova
internacional em 1957."
- Diário da Noite (RJ) 30/04/1956
Em seu pronunciamento na XVI Assembléia da FIAC (Federação
Internacional de Automóveis Clubes), realizada no Chile, o Cel.
Santa Rosa já sinalizava com a inauguração do Autódromo de
Adrianópolis:
"Foi recebida com palmas a informação de que o Automóvel
Clube do Brasil faria inaugurar, ainda no próximo ano, o
Autódromo de Adrianópolis, com características para figurar
entre os melhores do mundo."
- O Jornal (RJ) 23/11/1956
Abaixo,
matéria da revista "Carro a Vista" de setembro de 1956 |
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1957
- Em fins de janeiro foi realizada uma corrida de motos nas
pistas de terra do autódromo e já se anunciava a inauguração
definitiva para setembro daquele ano em comemoração aos 50 anos
do Automóvel Clube.
Em maio era anunciada para 02 de junho a primeira corrida em
Adrianópolis, em terra, ainda chamado de Autódromo de
Adrianópolis, uma vez que a campanha para escolha do nome pelo
povo não havia acontecido.
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Jornal dos
Sports (RJ) 12/05/1957 |
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O Jornal
(RJ) 06/02/1957 |
O Jornal
(RJ) 25/05/1957 |
A Noite (RJ)
01/06/1957 |
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A corrida foi realizada e transcorreu tudo bem.
Foi uma inauguração "oficiosa", não oficial, pois a
pista ainda não estava asfaltada, e para não levantar
muita poeira e também porque as pistas eram estreitas,
as largadas foram feitas carro a carro, corrida contra o
relógio, não em uma corrida entre os concorrentes.
Foram disputada três provas: Turismo até 1.300cc,
Turismo até 2.00cc e mais uma chamada de Categoria
Especial para carros de até 4.000cc.
Mas alguns jornalistas ainda continuavam fazendo
chacota: |
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Diário
da Noite (RJ) 01/04/1957 |
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Tribuna
da Imprensa (RJ) 03/06/1957 |
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Diário da
Noite (RJ) 20/07/57 |
Diário
da Noite (RJ) 03/06/1957 |
Fotos do dia
da corrida de inauguração (02/06/1957) |
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Bandeirinha? |
Torcida
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Painel
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Carro de
Mario Olivetti recebendo a bandeirada |
Carro de
"Mister X" ??? |
Á esquerda
da foto a esposa de Parkinson no almoço |
Acervo: Maria
Elizabeth Parkinson |
1958 - Foi um ano com poucas notícias sobre o Autódromo, em
julho Parkinson
"... dirigiu um convite à Comissão Desportiva, extensivo aos
volantes e representantes da imprensa para uma visita às obras,
já que as pistas já estão delineadas dentro do projeto
original..."
- Jornal dos Sports (RJ) 20/07/1958.
Esperava-se
a presença de 20 pessoas mas só compareceram sete, nenhum
piloto, talvez porque
na corrida realizada no ano anterior a decepção com a pista
estreita e quase sem condições técnicas foi grande e não tenha
animado muita gente a comparecer.
Apesar da estrada de acesso ao autódromo ainda estar em
péssimo estado os visitantes encontraram
"... aquilo tudo completamente transformado. Não há uma única
pista modesta e acanhada de há um ano atrás. A pista central com
3.800 metros, está bem adiantada. Dentro de dez dias, mais ou
menos, estará concluída a preparação do piso na grande curva..."
- Jornal dos Sports (RJ) 25/08/1958
Em São Paulo a notícia que se tinha é de que nas obras poderiam
levar ainda um ano para serem concluídas.
"Dentro de um ano, no máximo, estarão concluídas as obras do
Autódromo de Adrianópolis..."
- Folha da Tarde (SP) 22/06/195
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Jornal
dos Sports (RJ) 10/12/1958 |
Foi em dezembro que se voltou a falar sobre a realização de um
rallye ao Autódromo, como evento de encerramento do ano. Foi
também constituída uma Comissão
de
Pavimentação do Autódromo, sendo uma de suas funções escolher entre uma pavimentação provisória ou uma definitiva,
mais cara. Outra função era encontrar, urgente, formas de
financiamento da obra, chegou-se a sugerir
"... ser cedido em caráter de arrendamento o autódromo por um
prazo determinado em troca do financiamento da pavimentação..."
- Jornal dos Sports (RJ) 21/12/1958
Embora as corridas continuassem a ser realizadas estava se tornando
quase impossível realizar corridas em circuitos de
rua.
"Muito embora a conquista do novo campo de corridas tenha sido
recente, bem se sabe que, dentro de dois ou três anos, ou, no
máximo quatro, terá que desaparecer o Circuito da Barra da
Tijuca para dar lugar ao desenvolvimento, que já se vem fazendo
sentir de forma impressionante, a exemplo do que ocorreu com o
velho e tradicional Trampolim do Diabo."
- Diário da Noite (RJ) 30/12/1958
1959 - Foi realizada uma visita técnica ao Autódromo em janeiro
e mais uma vez os pilotos não apareceram para opinar:
"Com a visita de ontem a Comissão designada pelo Coronel Santa
Rosa para se desempenhar da árdua missão de conhecer, com
exatidão, o custo da pavimentação no Autódromo, entra em fase
decisiva a construção do campo de corridas em Adrianópolis, que
se arrasta há vários anos... temos verificado um certo
desinteresse dos volantes que não se compreende nem se
justifica. É que, a nosso ver, os mais interessados na questão
são justamente os corredores... nunca se vê um só volante,
espontaneamente ou aquiescendo a convite, comparecer ao
Autódromo... depois de tudo pronto, e quando não houver mais
lugar para qualquer providência, aí aparecerão os que farão suas
criticas e apontarão defeitos de todas as maneiras. Tal será
inevitável e quem viver verá."
- Diário da Noite (RJ) 28/01/1959
Não há indicação em que ano foi lançado esse folheto,
mas deve ter sido em 1959 pois já era chamado de
Autódromo Nacional de Adrianópolis.
Aqui mostro apenas a capa e contra capa, mas era
composto de 9 páginas, incluindo essas.
Acervo: Maria
Elizabeth Parkinson |
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Em
reunião promovida pelo presidente do A.C.B. para debater o problema
da pavimentação e com a participação da Comissão
de
Pavimentação, Parkinson falou sobre as promessas feitas pelo
então candidato à governador, Roberto Silveira:
"-
Tenho uma grata notícia a dar... há dias estive com o governador
e ele, sem que falasse no assunto, lembrou seu compromisso,
afirmando que o saberia cumprir. E demonstrando uma boa vontade
acima do esperado solicitou lhe fosse fornecido, com a maior
brevidade possível, uma ralação completa do que é preciso em
homens e material para apressar a construção do Autódromo."
-
Diário da Noite (RJ) 06/02/1959
A imprensa sempre lembrava que as estradas de acesso ao
autódromo necessitavam tanto quanto ele de pavimentação, pois de
nada adiantaria a pista pronta se não fosse possível ter acesso
à ela. A inauguração realizada em 1956 pelo ex-governador do
estado do Rio, Almirante Amaral Peixoto, se referia apenas à um
pequeno trecho no início, depois disso as obras pararam e em
1959 tudo continuava igual.
No dia 23 de fevereiro o arquiteto Sergio Bernardes, autor do
projeto, se reuniu em um almoço com os engenheiros que visitaram
a obra e ficou acertado dele marcar uns pontos para
serem feitas sondagens, e foi também divulgado um primeiro orçamento
para a pavimentação: Cr$ 15.000.000,00, ficando também
acertado como seria a pavimentação: primeiro: macadame, segundo:
cobertura asfaltica e terceiro: a base de concreto.
Sergio
Bernardes reafirmou:
"será o mais belo autódromo do mundo".
Em 06 de abril foram realizadas eleições no A.C.B. para escolha de
novo Conselho Deliberativo, dessa com uma chapa de
oposição, "Movimento Renovação", liderada por
Manuel de Teffé e
Segadas Viana (que havia se desligado da diretoria por ter
percebido que nada poderia fazer pelo esporte devido ao regime
ditatorial ali imposto). Ambas as chapas apresentavam como uma
das propostas o termino do autódromo a curto prazo. Depois
de conturbada assembléia venceu a chapa da situação, mesmo
depois do A.C.B. ter sido envolvido em investigações de contrabando de
automóveis.
Após as eleições Santa Rosa manteve as comissões do
Autódromo.
A Comissão Desportiva resolveu marcar finalmente o rallye ao
Autódromo, 5 de julho, e ficou acertado de chamá-lo "Rallye
Roberto Silveira" em homenagem ao governador que prometera ajuda
ao Autódromo, mas essa ajuda estava travada aguardando um
relatório a ser emitido por Sergio Bernardes ao DNER e que já
estava, em junho, com quatro meses de atraso, com isso não se
podia avançar com as obras.
Em 17 de junho saiu a notícia da transferência do rallye para o
dia 12 de julho, e novamente não foi realizado, mas tanto Santa
Rosa como Parkinson prometiam uma corrida internacional no
20 de dezembro com a pista pavimentada.
Não podemos esquecer que a pista era para ter sido
inaugurada em 1957 no cinquentenário do A.C.B., portanto estava 2
anos atrasada. Mas para Santa Rosa e Parkinson estava andando
tudo bem...
"... o Governador Roberto Silveira sugeriu a data de 25 e
prometeu todo seu apoio à prova, não só dando a partida do
primeiro carro como, também, comparecendo ao Autódromo..."
- Jornal dos Sports (RJ) 04/10/195
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Jornal dos Sports (RJ) 23/11/1959 |
Dessa
vez parecia que seria realizado mesmo, tudo foi providenciado.
Mas não! O rallye foi mais uma vez adiado, previa-se então 8 de
novembro, mas da pavimentação não se dava notícias, em começo de
novembro a data do rallye foi remarcada para o dia 22 e
finalmente realizado
"Constituiu um dos pontos altos das comemorações do dia de Arariboia, ontem, em Niterói, a largada do "rallye"
automobilístico "Roberto Silveira", defronte ao Palácio do Ingá,
rumo ao município de Nova Iguaçu onde está localizado o
Autódromo Nacional de Adrianópolis, com as pistas já delineadas,
à espera da pavimentação..."
- Ultima Hora (RJ) 23/11/1959
Na cerimônia de premiação do rallye o A.C.B.
"...fez
a entrega simbólica da pista ao governador Roberto Silveira, a
cujo cargo estará a pavimentação da pista já preparada para
receber o piso definitivo... agora podemos informar que todos os
tramites preliminares foram concluídos e a firma vencedora na
concorrência deverá iniciar os trabalhos segunda feira... o
contrato com a firma prevê um prazo de 60 dias para a conclusão
dos trabalhos"
- Jornal dos Sports (RJ) 03/12/1959
Em dezembro o A.C.B. mudou o nome para "Autódromo
Roberto Silveira" em homenagem ao governador que tantas
promessas fazia ao autódromo.
1960 - No O Jornal do dia 22 de janeiro saiu uma notícia de que
impressionado com a construção do Autódromo o gov. Roberto
Silveira prometeu contribuir com a cpavimentação da pista.
Como assim? As obras não iam começar em 07 de dezembro e ficariam
prontas em 60
dias??
Pois é, em promessa de político só acredita quem quer.
Na elaboração do calendário de 1960 Parkinson prometeu
apresentar uma pista pronta em setembro!
Bem, nada disso foi cumprido e a pista ficou lá, parada, sem
obras, sem pavimentação e sem notícias.
1961 - Nesse ano não saiu nada na imprensa sobre o autódromo.
Mas convém lembrar que desde a doação do terreno em 1953 já se
haviam passado 8 anos e o autódromo continuava inacabado.
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Foto
publicada em 1962 |
1962 - A notícia seguinte conseguida foi de uma invasão nas
terras do Automóvel Clube:
"... o empreendimento, depois da inauguração de uma das pistas,
parou em meio, por motivos que não vêm ao caso. A paralisação
das obras possibilitou a convicção de que aquelas estariam
abandonadas, não só as do Automóvel Clube como as do Country
Clube de Adrianópolis e de particulares, motivando sua invasão
pura e simples.
Indivíduos armados, comunistas uns, e coisa nenhuma outros... os
legítimos proprietários, não obtendo apoio das autoridades
estaduais fluminenses, resolveram requerer ao Poder Judiciário a
reintegração de posse..."
- A Noite (RJ) 28/09/1962
Não há notícias de como isso foi resolvido. As matérias sobre o
autódromo não saíram mais.
1964 - A matéria seguinte
sobre o autódromo só saiu em 64 na revista 4 Rodas e também
saiu uma reportagem
muito reveladora no jornal Correio da Manhã:
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Correio da
Manha (RJ) 19/07/1964 |
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1972
- O Autódromo de Jacarepaguá havia sido inaugurado em 1966 com
o nome, "Autódromo
Nova Caledônia" e por questões de especulação
imobiliária foi fechado em 1969, foi preciso muita
mobilização dos pilotos para ele ser reaberto em 1977. Nesse
período o Rio ficou praticamente sem corridas.
Emerson Fittipaldi, que seria campeão mundial na F1, foi em
fevereiro com Evânio Galvão, presidente da C.B.A., seu irmão
Wilson Fittipaldi Jr. e outros elementos interceder junto ao
governador da Guanabara, Chagas Freitas, em prol da reabertura
do autódromo.
Em seguida, Emerson, Evânio Galvão e comitiva foram também
falar com o governador do Estado do Rio, Raimundo Padilha,
tentar a recuperação e pavimentação da pista do Autódromo de
Adrianópolis, ao que o governador respondeu:
"- Não afirmo que começarei imediatamente as obras, mas prometo
incluir a construção do autódromo como meta prioritária do meu
governo no setor esportivo."
- Jornal dos Sports (RJ) 06/02/1972
Em maio os integrantes da Associação Carioca de Volantes de
Competição (ACVC) foram apelar ao prefeito de Nova Iguaçu,
Bolivar Assunção, para que ele terminasse as obras do autódromo,
uma vez que ele vinha sendo utilizado de forma clandestina para
corridas. A recém fundada Associação Fluminense de Volantes de
Competição (AFVC) também fazia a mesma solicitação. O prefeito
colocou maquinas a disposição para acertos na pista e se
solidarizou para cobrar do governador o asfaltamento da pista:
"... porém não posso cooperar quanto à pavimentação asfaltica...
Proponho-me a integrar a Comissão para uma visita ao Governador
Raimundo Padilha, afim de cobrar o prometido quando da visita de
Emerson Fittipaldi ao Palácio do Ingá, em janeiro ultimo."
- Jornal dos Sports (RJ) 18/05/1972
Mas já em agosto os vereadores começaram a questionar as despesas
com o autódromo:
"... o prefeito tem coisas mais importantes em que pensar e que
o autódromo pertence a particulares que estão lucrando muito com
esse especial interesse do chefe do Executivo iguaçuano."
- O Fluminense (RJ) 15/07/1972
1973 - Com a pista pronta, mas ainda em terra, a AFVC promoveu
em fevereiro uma corrida onde correram, em sua maioria carros VW,
sendo que o vencedor foi o Bugre M-150 de Willian Jorge.
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Foto aérea
provavelmente dos anos 70 - Fonte: Internet (Fotolog) |
O Bugre
M-150 vencedor - Jornal do Brasil (RJ) 05/02/ 1973 |
A
AFVC programou o "I Torneio Fluminense de Novatos" com 4 etapas
no primeiro semestre de 1973 no Autódromo. O torneio foi
realizado, mas depois a pista novamente começou a passar
problemas com as corridas clandestinas:
"... a pista do Autódromo de Adrianópolis é de barro e os
carros, envenenados, derrapam com uma incrível facilidade.
Qualquer dia esse autódromo vai ser notícia, ou por causa dos
pilotos temerários ou por causa da assistência, que se mistura
aos carros em alta velocidade."
- Jornal do Brasil (RJ) 21/08/1973
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Google
Maps - O mato tomou conta |
O que
se sabe é que de uma forma ou de outra, com corridas
clandestinas, o autódromo "sobreviveu" até inicio dos anos 80,
houve algumas corridas de gaiolas, mas organizadas localmente, depois disso o mato tomou conta.
O Automóvel Clube do Brasil teve sua insolvência decretada em
1996 e fechou as portas. Desde
então nada se sabe, nem mesmo de quem são essas terras hoje em
dia.
O atual Automóvel Clube não é o mesmo clube original, só compraram
a marca e atualmente usam o nome Automóvel Clube, não são os
donos das terras.
Colaboração:
Maria Elizabeth Parkinson (RJ)
Napoleão Ribeiro (DF)
Acrescentada dia 15 de setembro de 2018
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