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Página acrescentada em 02 de dezembro de 2025.
 
Lulu Geladeira  (Luiz Pereira dos Santos)

Nascimento:  25/08/1927  -  Falecimento:  03/06/2015

1961

Luiz Pereira dos Santos nasceu em 25 de agosto de 1927 em Itapagipe (uma península em Salvador que separa a Baía de Todos-os-Santos do Oceano Atlântico). Não tenho o nome dos pais e nem em quantos irmãos eles eram, mas pelo menos uma irmã ele teve, Maria Eugênia Santos Seixas, que foi nada menos que a mãe do cantor e compositor Raul Seixas.
Clique aqui e veja um vídeo de Plínio Seixas, irmão de Raul, contando sobre um episódio com o Raul.

Foi casado com Margarida Gantois Santos e tiveram dois filhos: Luiz Carlos e Mario Luiz.
O apelido, meio alegórico, veio do trabalho que exercia ao lado do pai desde jovem, montando e consertando geladeiras (frigoríficos) na Bahia, o que lhe rendeu esse apelido que carregou por toda a vida, chegando mesmo a virar sua identidade.

Veio do Kart, tendo participado, e ganho, a primeira corrida da categoria na Lagoa do Abaeté.
Foi piloto da bem estruturada equipe AF - Adriano Fernandes - com o patrocínio da Puma, Lajes Volterrana, concessionárias VW e apoio da Mecânica Caria Ribeiro.  Lulu Geladeira pilotou muitos carros em diversos circuitos, as Provas do Farol da Barra e da Cidade Baixa são inesquecíveis, enquanto Ferrari, DKW e Jaguar fizeram parte do seu portfólio.

Inicio dos anos 60	1961 - Lulu Geladeira e Gil Ferreira dividindo a curva da Airosa Galvão	Jaguar com que supostamente invadiu uma casa após sair da pista	Deve ser final dos anos 50

Avesso aos pegas, que considerava um desrespeito total, foi um dos grandes nomes das corridas da Avenida Centenário, circuito de rua de sentido horário, na contra-mão, para desestimular as comparações de tempo com arruaceiros mecanizados.
Lulu Geladeira, foi uma figura dominante nas corridas de rua em Salvador durante os anos 50 e 60, onde competiu nos circuitos icônicos da Avenida Centenário (com 3.090 metros de extensão, geralmente 35 voltas); as Provas do Farol da Barra (circuito que ia até o Morro do Cristo e retornava pela Afonso Celso) e as Provas da Cidade Baixa.

Não encontrei nada que confirmasse, mas vários blogs e sites dizem ele ter começado nos anos 50 e relatam um acidente quando pilotava um Jaguar, na época sua fama já era grande, e que o acidente na Curva do Calabar, quando invadiu uma casa com o Jaguar, foi reconhecido e  imediatamente desculpado pelo assustado morador. Bastou pagar os prejuízos e dar um autógrafo.

Os raríssimos Pumas Espartanos eram, como sugere o nome, pumas aliviados e preparados para competição. Tinham a fibra afinada e detalhes escolhidos pelos pilotos, como as tampas ampliadas para facilitar o acesso à mecânica. Poucos foram fabricados, sendo o primeiro enviado direto para a Equipe A.F. em Salvador (BA).
O motor 1.8 foi convertido em 2.2 pelo próprio Lulu, que era o mecânico e afinador da "usina", tornando-se praticamente imbatível. O carter seco conduzia 40 litros de óleo, com radiador, no lugar dos 2.5 litros convencionais.

Lulu Geladeira era quem conduzia o antológico Puma amarelo nº 17 ou 71, primeiro Espartano a ser fabricado e que contava com  Jorge Lettry,  na assistência técnica oficial de fábrica.

1968 - Quando o Puma chegou	1968 - Puma em ação nas mão de Geladeira	1968 - Uma das corridas do Puma na Centenáio

Esse veículo inaugurou a série de carros “Espartanos” da Puma, preparados e com peso aliviado para corridas.  Foi o primeiro de 23 mil Pumas fabricados no Brasil em pouco mais de duas décadas, também foi o primeiro carro de corrida da Puma VW, que foi pilotado pelos célebres Lulu Geladeira e Norman Casari  em sua corrida de estréia, a "500 Quilômetros de Salvador", e o primeiro Puma VW a vencer uma corrida tinha Lulu Geladeira como piloto e o lendário Jorge Lettry como chefe de equipe.

Lulu afirmava que o carro pouco importava, sendo muito confiante no próprio talento. Participou de muitas competições no Nordeste, principalmente Recife, e Fortaleza, que já contava com autódromo de verdade. No automobilismo regional nordestino, Lulu Geladeira era o homem a ser batido e isso numa geração de bons pilotos..

Uma curiosidade: o "500 Quilômetros de Salvador" de 1969, prova de estréia do Puma Espartano nas pistas, pilotado pela dupla Lulu Geladeira e Norman Casari, terminou numa delegacia de polícia, devido a uma denuncia/acusação da turma de Brasília. A pancadaria nos boxes foi generalizada e sobrou até para Jorge Lettry.
"- Infelizmente devido à "politicagem de bastidores" o Norman foi desclassificado da prova devido a uma disputa de freada no final da reta do canal havendo um pequeno toque entre os carros, e o outro concorrente caído dentro no canal. Segundo o "filósofo" Paulão (Gomes): “Quem se inscreve numa corrida de carros está para correr e disputar e não para cortesias, se não que vá fazer inscrição em curso de Culinária".
Enfim, se esses detalhes de bastidores não tivessem ocorrido, provavelmente o Puma-W teria terminado em 2º lugar na sua estréia em corridas..."   José "Josamar" Martins
Para mais detalhes sobre a estréia do Puma nas pistas e entender esse incidente e a desclassificação do carro clique aqui e leia a reportagem da revista Autoesporte da época.

1969 - Inauguração do autódromo do Ceará

Lulu conquistou a primeira vitória oficial do Puma na prova seguinte, a da inauguração do Autódromo Internacional Virgilio Távora, em Fortaleza, que foi o primeiro a ser construído no Nordeste. Inaugurado em 12 de janeiro de 1969, com o Grande Prêmio Ministro Mário Andreazza, prova de 65 voltas. Nesta prova, 16 carros largaram e  teve como vencedor o piloto da Bahia Lulu Geladeira, pilotando o Puma Espartano. a média de velocidade de 97,5 km/h.

Lulu Geladeira, foi uma figura dominante nas corridas de rua em Salvador durante os anos 1950 e 60, onde competiu nos circuitos icônicos da Avenida Centenário (com 3.090 metros de extensão, geralmente 35 voltas); as Provas do Farol da Barra (circuito que ia até o Morro do Cristo e retornava pela Afonso Celso) e as Provas da Cidade Baixa, destacando-se por sua pilotagem limpa e habilidade em evitar táticas agressivas, competindo contra pilotos talentosos da região, e ele se destacou no automobilismo regional nordestino, incluindo corridas em Recife e Fortaleza, onde era considerado "o homem a ser batido".

Embora detalhes específicos de vitórias individuais nos anos 1950 sejam escassos em registros disponíveis, sabe-se que ele obteve múltiplas vitórias nesses circuitos de Salvador, pilotando veículos variados como Ferrari (especialmente nas provas do Farol da Barra), Jaguar (incluindo um XK que sofreu um acidente na Curva do Calabar) e DKW até chegar ao Puma.
Essas corridas de rua nos anos 1950 eram eventos populares, e não há menções detalhadas e datas exatas, ou nomes de provas específicas além das gerais citadas.

"Puma GT VW nº 0001: uma lenda das pistas brasileiras e o primeiro da linha de produção da Puma. Criado para competir, esse ícone estreou nos 500 km da Bahia em 1968, pilotado por grandes nomes como Lulu Geladeira e Norman Casari. Hoje, ele está sob os cuidados da Plinio Collection, onde preservamos essa obra-prima do automobilismo nacional para inspirar novas gerações."  - Texto copiado do Facebook deles.

A história do excepcional piloto/mecânico Luís Pereira dos Santos, mais conhecido por Lulu Geladeira é contada por ele no documentário de Kátia Monteiro, com a participação de jornalistas e pilotos da Bahia. Clique aqui para assistir aos episódios.
Ídolo baiano, Lulu foi o grande marco das pistas do nordeste brasileiro, com projeção nacional. Sua história em corridas se mistura com a história do Puma de competição, sendo o primeiro a estrear o Puma II (VW) em parceria com Norman Casari, (reportagem da Autoeesporte com complemento de José "Josamar" Martins feito aqui) e o primeiro vencedor de uma corrida com o Puma VW, que  também foi matéria publicada aqui.

Em 22/10/1972 foi realizada a 3ª Etapa do Torneio Norte-Nordeste na pista da Av. Centenário em Salvador (BA) e essa foi a última corrida da Centenário, que coincidiu com a fim das corridas na Bahia, o governo proibiu corridas de rua e como a Bahia não tinha autódromos foram 33 anos de jejum para o automobilismo baiano, quebrado em 2005 com a corrida do Comércio. Não por coincidência, o governador é outro e a influência política também.

 

  
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